quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Leituras no Metro - 287

Lisboa: Tinta da China, 2011

Gostei imenso deste livro, que Brendan Behan escreveu (ditou) pouco antes da sua morte: uma vivência de Nova Iorque com imensas histórias e muito da sua Irlanda natal.

«Uma cidade é um lugar onde o Homem vive, caminha, conversa, come e bebe, em plena luz do sol ou da eletricidade, durante vinte e quatro horas por dia. Em Nova Iorque, às três da manhã, podemos andar pela rua, ver multidões, ler os jornais e tomar uma bebida: sumo de laranja, café, uísque, seja o que for. É o maior espetáculo do mundo, para toda a gente. A sua fabulosa beleza noturna, mesmo há quarenta anos, fascinava o mundo inteiro.» (p. 12)


«O lugar mais encantador que conheci foi o Four Seasons, uma brasserie aberta vinte e quatro horas por dia, todos os dias. O Four Seasons é um restaurante incrível, cuja decoração varia consoante a estação do ano, assim como as fardas dos empregados. O gerente mostrou-me uma tapeçaria da autoria de Picasso, uma coisa maravilhosa – não que precise de qualquer louvor da minha parte -, e disse:
- Isto não demonstra que somos um povo tolerante? Afinal, Picasso é comunista.» (p. 19)

Esta tapeçaria (Le Tricorne, cenário para o bailado O chapéu de três bicos, 1919) está desde 2015 na New-York Historical Society.


3 comentários:

  1. O dito filosófico do gerente do Four Seasons é que me deixou varado..:-)
    Uma boa noite!

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  2. Subscrevo o comentário de APS.
    Realmente uma grande prova de tolerância!!!
    Mas a música do vídeo fez-me recordar Manuel de Falla.
    e o belíssimo Chapéu de Três Bicos, que não ouvia há muito.
    Boa noite.

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  3. Isto deve ter-se passado pouco depois do macartismo...
    Quem deve ter ficado varado foi Brendan Behan.
    A música é a do bailado. Eu gosto muito de Manuel de Falla.
    Bom dia aos dois.

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