sábado, 7 de julho de 2018

Os meus franceses - 632

Só hoje soube que Claude Lanzmann faleceu no dia 5 de julho. Dedicou doze anos a realizar Shoah - não sei se viram, mas é preciso estômago para ver este filme de quase dez horas.


Claude Lanzmann nasceu em Paris a 27 de novembro de 1925, numa família judaica, que assistiu à chegada ao poder de Hitler. Segundo a biografia disponibilizada pela Enciclopédia Britânica, toda a sua família sobreviveu à Segunda Guerra Mundial.
Integrou a Resistência, assim como seu irmão Jacques. Em 1947 foi estudar filosofia para a Universidade de Tubinga e foi leitor na Universidade Livre de Berlim.
A publicação de Réflexions sur la question juive de Sartre (1947) foi para Lanzmann um acontecimento e o fundamento para a criação de um seminário sobre o antissemitismo, que ele organizou na Universidade a pedido dos estudantes. Achou que as teses de Sartre estavam ultrapassadas, o que o levou a Israel, pela primeira vez, em 1952.
Denunciando a fraqueza da desnazificação da Universidade, publicou dois artigos no Berliner Zeitung, da RDA, o que lhe valeu ter de deixar as funções que exercia na Universidade.
Foi colaborador da revista Les Temps modernes desde 1952. Após a morte, em 1986, de Simone Beauvoir (com quem viveu uma história de amor entre 1952 e 1957) passou a seu diretor, cargo que  até quinta-feira passada.
No dia 4, tinha estreado o seu ultimo filme, Les quatre soeurs. Esta obra é composta de quatro filmes (cada um com cerca de uma hora) sobre quatro pessoas que ele entrevistou durante as filmagens de Shoah: Ruth Elias, Paula Biren, Ada Lichtman e Hanna Marton. 


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