sábado, 4 de agosto de 2018

Leituras no Metro - 989

Lisboa: Alfaguara, 2015

Num café de bairro, Maria (que trabalha numa editora) vê todas as manhãs Luísa e Miguel, a quem ela apelida de «Casal Perfeito». Num desses dias, ela vê-o despedir-se da mulher e descobre dias mais tarde que ele foi assassinado pouco depois. Quando Luísa volta ao café uns tempos depois, Maria resolve falar-lhe e descobre que o casal a tratava por «Jovem Prudente». E mais não digo. A verdade é que deste Os enamoramentos pouco se pode contar porque tiraria o interesse a quem o queira ler. Fiz uma leitura seguida, mas lenta, atendendo à velocidade com que costumo ler romances.
Um belíssimo romance de Javier Marías. A verdade é que ultimamente a melhor literatura que tenho lido vem da vizinha Espanha. Tenho mais uns espanhóis no monte: Javier Cercas, Javier Marías e o último de Reverte.

6 comentários:

  1. Sobre "casal perfeito", de que já, em tempos, fui parte, acho que é uma ideia ou pensamento ingénuo de juventude ou de quem pouco conhece do mundo...
    Surpreende-me o seu iberismo (é uma provocação...) sobre a literatura dos nossos vizinhos. Descarto a nossa de vivos, tirando Mário de Carvalho e Mia Couto, que o resto é água chilra deslavada de mediocre qualidade. E a literatura francesa actual, MR?
    Sobre ensaio ou pensamento, eu, normalmente, vou lá fora. Eduardo Lourenço, já disse tudo, e José Gil é pobrezinho a dizer...
    Um bom fim-de-semana, à sombra!

    ResponderEliminar
  2. Mas eu só falei do romance. Quanto ao ensaio acho que os franceses continuam na linha da frente. De romancistas franceses atuais não posso com Houellebecq e aqueles que leio e de que gosto, como Modiano ou Le Clézio, já não são muito jovens. Éric Vuillard também está na lista para ler em breve. Veremos...
    Gosto de Mário de Carvalho e de outros portugueses. De lusófonos, prefiro Germano de Almeida e Agualusa a Mia Couto.
    Gosto destes escritores espanhóis porque refletem sobre a história do seu país que, como vemos com o trasladar dos restos mortais de Franco, é um problema que está longe de estar sarado. E Cercas medita sobre esta realidade até porque na sua família houve gente dos dois lados da barricada. Uma guerra civil é a pior de todas as guerras. Nós também tivemos a nossa entre liberais e miguelistas. E as famílias também se dividiram, com ódios de morte.
    Isto independentemente de eu achar que Franco foi um facínora. Fiquei chocada quando soube que republicanos foram enterrados no Vale dos Caídos, junto dos seus inimigos.
    Sempre fui iberista (até ao dia em que Portugal e Espanha entraram na CEE) e sempre li muita literatura e alguns historiadores e pensadores espanhóis, bem como oiço muita música.
    Bom dia!, com o menos calor possível.

    ResponderEliminar
  3. O livro de Javier Marías vai muito para além do «Casal Perfeito», é sobre as paixões e do bom e do mau de que Os enamoramentos se podem revestir.
    Bom dia!

    ResponderEliminar
  4. Fiquei curiosa com a leitura, até porque já estive com esse livro na mão, mas depois não o comprei...

    Bom sábado:)

    ResponderEliminar
  5. Se tivesse visto esse livro numa livraria, teria lido umas páginas só pela fotografia de Elliott Erwitt, de que gosto muito, depois porque nunca me esquecerei que o que me levou a descobrir Philippe Sollers foi a capa do livro "Femmes" (uma pintura de Picasso), sentei-me e comecei a ler e foi um outro universo que descobri. É claro que não compramos livros pelas capas, mas uma capa bem conseguida, por vezes, chama a atenção do leitor e depois será a escrita a confirmar o valor do livro. Fiquei bastante curioso.
    Um bom domingo!

    ResponderEliminar
  6. Isabel,
    Se puder, leia-o. Acho que vai gostar.

    Mister Vertigo,
    E o contrário também é verdade. Já não me lembro que livro foi que não comprei porque pela capa pareceu.e um daqueles livros light. Depois alguém mo ofereceu e gostei imenso do livro.
    Infelizmente capas incríveis é o que vemos hoje mais nas livrarias.

    Bom domingo para os dois.

    ResponderEliminar