Uma agradável nuvem de fumo precede o aparecimento dos
vendedores de castanhas, que no outono surgem nas esquinas das ruas com os seus
carrinhos e fornos próprios onde assam as castanhas.
Já na pré-História este fruto era usado como
complemento calórico na alimentação humana, como substituto do pão, da batata
ou como farinha. Os gregos e os romanos enchiam ânforas de castanhas com mel
silvestre. Na Idade Média, passaram a integrar o receituário conventual, sendo
a farinha de castanha largamente usada pela Europa. Com o Renascimento, ganhou
nova vida, sobretudo na confeitaria.
Surgiram em França e Itália as "marrons
glacés", castanhas cristalizadas em açúcar. Foi depois das Cruzadas,
quando o açúcar foi trazido para a Europa, que esta especialidade apareceu, por
volta do século XVI, na zona de Piemonte, onde havia muitos castanheiros. Além
de assada ou cozida, a castanha também pode ser servida em puré ou em
sobremesas, como no "crème de marrons", uma compota de castanha e
açúcar com um travo de baunilha.
E, afinal, porque temos o hábito de comer castanhas em
novembro? E por que chamamos a este período do ano, em que celebramos o
magusto, "Verão de S. Martinho"?
Martinho era um soldado nascido na Hungria em 316, que
aos 15 anos foi para Pavia, em Itália, e mais tarde, em França, abraçou a via
do sacerdócio. Reza a lenda que num certo dia de novembro muito chuvoso e frio,
Martinho seguia a cavalo a caminho de Amiens, ao serviço do imperador deste
país, quando rebentou uma tremenda tempestade - e um pobre se abeirou da
estrada a pedir-lhe esmola. Não tendo nada para lhe dar, Martinho cortou com a
espada a sua capa ao meio, para que este pudesse proteger-se do frio. Nesse
momento, conta-se que a chuva parou e o sol começou a brilhar. Por isso é que
se fala no "Verão de S. Martinho", para assinalar uma altura em
novembro em que o frio costuma dar tréguas e o bom tempo reaparece.
O dia de S. Martinho (que entretanto se
entregou à vida sacerdotal, tendo sido bispo de Tours) ficou marcado a 11 de
novembro, data em que o santo foi sepultado, quando costumamos celebrar o
Magusto. Diz o provérbio: "No S. Martinho come castanhas e prova o novo
vinho". Este vinho novo refere-se ao vinho guardado após as vindimas, mas
também se tem por hábito beber água-pé ou jeropiga.
Este ano ainda não comi castanhas, mas como chegou o frio vou comprar castanhas para fazer um dia destes. E comer acompanhadas de uma jeropiga. :)
ResponderEliminarBoa tarde!
Também ando com vontade delas!
ResponderEliminarFoi precisamente no último fim-de-semana que foi inaugurada a nossa época das castanhas, graças aos bons ofícios do funcionário do supermercado que as foi buscar ao armazém, só falta estrear as que são vendidas na rua:)
ResponderEliminarGostei imenso de ler o texto.
Bom dia!