«Mercadores de tudo e fazedores do nada», seguindo a famosa sentença de Diderot na sua Enciclopédia, os capelistas constituem uma das mais importantes corporações parisienses do século XVIII.
Até 27 de janeiro de 2019, podemos ver no Museu Cognacq-Jay (Paris) a primeira exposição dedicada a essa corporação particularmente codificada e essencial na difusão da arte e do luxo franceses.
Através dos destinos de comerciantes como Lazare Duvaux ou Dominique Daguerre, o museu apresenta uma centena de obras de arte, documentos e arquivos que ilustram as origens do luxo parisiense.
Ao mesmo tempo, negociante, importador, colecionador, designer e decorador, o capelista desempenhou um papel importante no desenvolvimento da indústria de luxo na época. Com um caráter atípico, mantém laços na alta aristocracia e conta com uma rede internacional de artistas, incluindo as melhores especialidades técnicas e artísticas, sejam elas de Lyon ou da China.
Estes mercadores estão no centro de uma rede com três pólos: o patrocinador, o artesão ou artista e, um novo fenómeno com poder crescente, a 'moda'. Além disso, para se tornar conhecido e expandir as suas redes, desenvolvem os mecanismos de promoção publicitária, com a ajuda de artistas anónimos ou de artistas como Boucher ou Watteau.
Watteau - L’Enseigne de Gersaint, 1720
Berlim, Castelo de Charlottenburg
Dissolvida durante o período revolucionário, esta corporação desperta hoje o interesse de historiadores da arte e académicos que a têm pesquisado.
O percurso da exposição explora o contexto propício ao desenvolvimento desta rede, as causas do seu sucesso e inovações, centrando-se nalguns de seus representantes mais ilustres.
Uma boa razão para voltar a este lindo museu.
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Deve ser muito interessante. Bom Domingo!
ResponderEliminarTambém gostava de ver.
ResponderEliminarBoa semana!