Lisboa: Tinta da China, 2008
«Tentei tudo ao meu alcance para viver na Pérsia. Falhei. À
minha volta via pessoas que também tentavam a penas viver. Lutavam contra os
mesmos perigos, e os perigos reais não eram os mais graves. Como eu, também
eles resistiram aos longos caminhos da montanha, às noites junto a margens alagadas,
aos assaltos do cansaço e do desânimo. Como eu, também eles regressavam um dia
à capital, viviam em consulados, tomavam banho, comiam bem e dormiam muito.
«Julgavam, como eu, que deste modo poderiam restabelecer
forças para novas aventuras. Tiveram disenteria e febre, começaram a beber e
semanas a fio, iam toas as noites aos botequins tristes de Teerão, onde
encontravam uísque, música e coristas. Muito à semelhança das cidades
europeias.» (p. 77)
A Pérsia ou Irão está a parecer por este extracto um bocadinho perigosa para a saúde. Mais parece que o título da obra lhe fica a matar, em vez de se viver na Pérsia, vai-se ali para chamar a morte em voz alta. Ironias que existem.
ResponderEliminarEra a Pérsia dos anos 30 do século passado.
ResponderEliminarBom sábado!