quarta-feira, 17 de abril de 2019

Naqsh-e Rustam



«Seguíamos de carro pela grande estrada que atravessa como em sonhos a planície da Pérsia, imensa e saturada de calor. Era a mesma estrada que os soldados de Alexandre tinham percorrido, há tantos séculos atrás, quando um mundo ruiu com o incêndio de Persépolis, em direção a norte, no encalço de Dario. O rei estava em fuga. Fora um homem valoroso, mas perdera todo o seu poder com a batalha Gaugamela, e fugiu sem parar, pelas montanhas curdas, pelas suas terras, Média e Bactriana, até que o sátrapa Besso o matou.
«A planície da Pérsia também não mudou desde então, talvez nunca venha a mudar. Na Pérsia, a planície é sempre cercada por montanhas, como barcos encalhados, e pensamos que nos aproximamos delas, mas quando finalmente lá chegamos, vemos que atrás delas, começa uma outra planície, que na realidade é ainda a mesma, e nunca chegaremos ao fim.»
Annemarie Schwarzenbach – Morte na Pérsia. Lisboa: Tinta da China, 2008, p. 55

5 comentários:

  1. Apesar da "falta das imagens" seguimos maravilhados a paisagem da escrita:-)
    Boa tarde!

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  2. Ora, afinal, a Pasárgada de Bandeira sempre existia... e eu que julgava que era uma invenção do Poeta!?...
    Boa tarde.

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  3. Á Pérsia parece quase labirintica nessa sequência de montanhas e planície.

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  4. Não conhecia este livro. Gostei do excerto.
    Bom dia!:))

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  5. Mister Verttigo,
    Mudei o vídeo. O que eu tinha escolhido desapareceu. :(

    APS,
    Sim, existe. Um dia destes vou postar o poema: «Vou-me embora pra Pasárgada /
    Lá sou amigo do rei»...

    Bea,
    É uma paisagem estranha. Grandes planícies e deserto, rodeadas por grandes montanhas.

    Ana,
    Gosto dos livros desta autora.

    Boa resto de dia para todos.

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