(...) Escrever é sempre uma forma de estarmos presentes e de nos sentirmos vivos. Não há melhor terapia. (...)
- Marcelo Duarte Mathias, in entrevista recente ao
Jornal de Letras.
Estava nas Canárias quando soube, por uma rede social, do suicídio de um amigo, uns anos mais novo que eu, sem dificuldades económicas nem problemas de saúde . Um choque total, brutal, que ensombrou estes últimos dias de Setembro. Passou a vontade de escrever, daí também a ausência nestas páginas. E, agora, voltou porque pode ser realmente uma terapia como diz o cronista e memorialista citado.
Em memória do B.C.
Sou crente no poder da escrita.
ResponderEliminarAcredito que seja um vislumbre de presença, algo de um sujeito segue junto com as palavras, o que pensa, as emoções que o movem tão indissociáveis das palavras que escolhe ou nem escolhe mas eclodem espontâneas. A escrita mitiga saudade e também a faz renascer. Faz surgir os melhores e os piores sentimentos, dependendo de quem escreve o quê.
Creio que seja uma ajuda clarividente para continuar caminho. E, logo, uma forma de terapia caseira que todos podemos usar e está ao alcance de qualquer. Parece não ter contra indicações ou deixar sequelas por uso prolongado. Conheço gente que prefere escrever a falar e diz sentir certo alívio depois de. Pena que não mostrem a alguém o que escrevem. O que se confina ao solilóquio é ajuda de menos.
Não sei se a escrita poderia ter resolvido o problema do seu amigo. A solidão excessiva pode levar a desejar a morte. Há tanta coisa que não sabemos dos outros que nos rodeiam. Belos fingidores que somos.
Também sou crente no poder da escrita, bem como no poder da amizade . Fica sempre a dúvida se podíamos ter feito mais .
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