Um dos meus filmes.
sábado, 23 de novembro de 2019
Leituras no Metro - 1044
Porto Salvo: Desassossego, 2018
Júlio Fogaça, oriundo de uma nobreza rural, nasceu em Alguber (Cadaval) em 1907. Aderiu ao PCP na mesma altura que Álvaro Cunhal e durante várias décadas defenderam orientações políticas opostas: o primeiro a Política de Transição Pacífica ou Solução Democrática e Pacífica; o segundo o Levantamento Nacional.
Júlio Fogaça converteu-se ao comunismo em Lisboa e chegou à direção do partido depois de ter sido preso, torturado e por duas vezes desterrado para o Tarrafal. Foi expulso do PCP, mas as circunstâncias dessa expulsão e da derradeira prisão pela PIDE ainda hoje continuam encobertas. Quem o denunciou aquando da sua última prisão na Nazaré? Não parece ter sido o seu companheiro, um operário que nada tinha a ver com o PCP. Por que foi deixado para trás na fuga coletiva de Caxias? E por que foi expulso do PCP? Duas circunstâncias devem ter pesado: a 'rivalidade' com Cunhal e a sua homossexualidade. Ainda hoje, o PCP é um partido reacionário em questões de costumes.
Segundo Carlos Brito, depois da prisão de Cunhal, «Júlio Fogaça foi assumindo cada vez mais protagonismo, até atingir o seu ponto máximo, no V Congresso [o do Estoril]. Não era um comandante como Álvaro Cunhal, que se impunha naturalmente, mas Júlio Fogaça destacava-se claramente pelas suas qualidades intelectuais.» (p. 198)
Morreu em Lisboa em 1980 e o seu arquivo encontra-se na Academia das Ciências de Lisboa.
Gostaria de saber onde Adelino Cunha se fundamentou para afirmar que «a PIDE desmantelou organizações clandestinas e conseguiu recrutar vários rachados, entre os quais um membro do Comité Central [do PCP], Manuel Domingues, que acabou por ser assassinado depois da sua expulsão.» (p. 177)
Uma das versões para o assassinato de Manuel Domingues, e que a mulher deste sempre defendeu, é que ele queria abandonar o PCP e ir para o estrangeiro, por já viver há demasiados anos na clandestinidade. Foi convocado para um encontro, onde foi morto. Quem o matou? A seguir ao 25 de Abril, ela quis consultar o processo dele da PIDE e este tinha desaparecido...
Segundo Carlos Brito, depois da prisão de Cunhal, «Júlio Fogaça foi assumindo cada vez mais protagonismo, até atingir o seu ponto máximo, no V Congresso [o do Estoril]. Não era um comandante como Álvaro Cunhal, que se impunha naturalmente, mas Júlio Fogaça destacava-se claramente pelas suas qualidades intelectuais.» (p. 198)
Morreu em Lisboa em 1980 e o seu arquivo encontra-se na Academia das Ciências de Lisboa.
Gostaria de saber onde Adelino Cunha se fundamentou para afirmar que «a PIDE desmantelou organizações clandestinas e conseguiu recrutar vários rachados, entre os quais um membro do Comité Central [do PCP], Manuel Domingues, que acabou por ser assassinado depois da sua expulsão.» (p. 177)
Uma das versões para o assassinato de Manuel Domingues, e que a mulher deste sempre defendeu, é que ele queria abandonar o PCP e ir para o estrangeiro, por já viver há demasiados anos na clandestinidade. Foi convocado para um encontro, onde foi morto. Quem o matou? A seguir ao 25 de Abril, ela quis consultar o processo dele da PIDE e este tinha desaparecido...
Fogaça retratado pela irmã Beatriz?
Lisboa, Academia das Ciências
Júlio Fogaça no Chiado.
A casa da Quinta do Porto Nogueira, onde Júlio Fogaça nasceu, é hoje um turismo de habitação.
sexta-feira, 22 de novembro de 2019
Marcadores de livros - 1481
A RTP2 começou a transmitir no passado domingo um documentário (em seis episódios) sobre os Kennedy.
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
Parabéns, Sandra!
Um cartão com votos de
Um dia feliz
Lisboa: Parceria António Maria Pereira, 1910
Um livro que trata dos seguintes assuntos: I – As Origens (resenha histórica desde os tempos de Filipe II de Espanha, I de Portugal); II – Primeiros aspectos (Amesterdão); III – Campos e aldeias; IV – As cidades (Amesterdão, Roterdão, Haia, Scheveningen, Arnhem, Alkmaar, Haarlem, Utrecht, Leyde e Delft); V – As casas e os indivíduos; VI – As colónias; VII – A arte; e VIII – A cultura intelectual.
E já que falamos da Holanda, umas tulipas de David Hockney:
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
Dora Maar na Tate Modern
Nos anos de 1930, as fotomontagens de Dora Maar ficaram como ícones do surrealismo. Ela também se dedicou à fotografia comercial, particularmente para moda e publicidade, e a documentários de caráter social. No clima político cada vez mais difícil que a Europa vivia então, Dora Maar subscreveu vários manifestos de esquerda, o que era invulgar para uma mulher da época.
O seu relacionamento com Picasso teve repercussões em ambas as carreiras, tendo ela feito um documentário sobre Guernica 1937. Picasso retratou-a no quadro Mulher chorando (1937).
A exposição pode ser vista até 15 de março de 2020.
terça-feira, 19 de novembro de 2019
As minhas primeiras memórias de José Mário Branco
Fiquei chocada quando soube da morte repentina de José Mário Branco.
O primeiro disco de José Mário Branco. Acho que já falei dele aqui:
O primeiro disco de José Mário Branco. Acho que já falei dele aqui:
Um 45 r.p.m., editado em 1967, e que tem Sérgio Godinho como 2.ª viola e pandeireta e Raymond Guyot na flauta.
Segundo disco de José Mário Branco, editado em 1969.
Primeiro LP, gravado em Paris, em 1971.
Leituras no Metro - 1043
Lisboa: Esfera dos Livros, 2019
Isabel Nery escreveu a primeira biografia dedicada à nossa maior poetisa do século XX. «Isabel Nery compõe um relato da vida pública e privada de Sophia com detalhes pouco conhecidos e episódios saborosos, mas que quase nada nos diz da sua formação e evolução enquanto poeta.» (Luís Miguel Queirós) De qualquer modo gostei deste entrelaçar de que foi feita a sua vida (familiar, de escritora e atividade cívica) e as viagens que a biógrafa fez para conhecer os lugares por onde Sophia andou.
El Gabinete de descanso de Sus Majestades
Nos 200 anos do Museu do Prado.
Bernardo López y Piquer - Maria Isabel de Bragança mostrando o Prado, 1829
Esta exposição pretende evocar um dos espaços mais singulares do Museu do Prado: El Gabinete de Descanso de sus Majestades. Esta sala pode ser visitada até ao próximo dia 24 de novembro.
A construção da imagem das rainhas portuguesas e espanholas do século XVI ao século XVIII
O Instituto Cervantes de Lisboa organiza, no quadro da Mostra Espanha 2019, um colóquio sobre a imagem das rainhas ibéricas dos séculos XVI ao XVIII no qual se discutirá e analisará a construção e evolução da representação real do século XVI à primeira metade do século XVIII. Perceber como vai mudando essa forma de retratar as rainhas dependendo do seu estado ou das funções que realizem e que elementos permanecem ou se alteram quando se mudam por matrimónio para outras cortes.
Participam neste colóquio: Susana Varela Flor, Carmen García-Frías Checa, Álvaro Pascual Chenel, Mercedes Llorente e Pedro Dias Ferreira de Almeida Flor.
Amanhã, no Museu Nacional de Arte Antiga, às 9h00.
segunda-feira, 18 de novembro de 2019
Um quadro por dia - 472
Quatro telas de Achille Laugé ( 1861-1944 ), pintadas na década de 1890, foram à praça pública pela primeira vez, depois de terem estado todo este tempo nos descendentes do dr Victor Gaujon, médico contemporâneo do pintor e seu primeiro coleccionador.
Esta Nature morte aux deux vases,pommes et grenades, de 1893-1895, 60x73cm, é uma delas, oferecida ao dr Gaujon como presente de casamento.
( O leilão foi em Toulouse, a 25 de Setembro )
Pensamento ( s )
Quem é capaz de sofrer intensamente também pode ser capaz de intensa alegria
- Clarice Lispector
Agora que estou a ler uma fotobiografia prosimetronicamente oferecida :)
Lá fora - 372
As influências recíprocas entre o pintor e a sétima arte, mostradas através de arquivos, filmes de Matisse e 83 quadros. No Museu Matisse em Nice.
Bom dia !
Deixou-nos há 7 dias, mas a sua voz tinha-se calado há anos dada a frágil saúde. Foi dos primeiros a cantar Pessoa.
domingo, 17 de novembro de 2019
A PIDE e os seus informadores
Paulo Silva relata-nos a ação de um importante informador da delegação da PIDE de Coimbra, Inácio, que denunciou entre 400 e 500 pessoas ao longo de mais de 35 anos.
A partir dos relatórios de Inácio, a PIDE fica a conhecer os meandros da oposição em Coimbra e importantes áreas da região centro entre 1935 e 1971.
Luís Filipe Torgal apresenta este livro no dia 19 de novembro, às 18h30, no Museu do Aljube.