Lord Byron vestido de albanês (pormenor)
No fundo da minh’alma há um terno segredo,
solitário, perdido e que jaz repousado,
mas às vezes meu peito ao teu vai respondendo,
todo a tremer de amor, vibrando desesp’rado.
Ardendo em lenta chama, eterna mas oculta,
ergue-se no seu centro um fúnebre tocheiro;
parece que essa luz se não acende nunca,
nem para iluminar meu negro cativeiro.
Não me esqueças! Se um dia avistar’s o meu túmulo,
inclina sobre mim a flor de um pensamento.
A pena que eu jamais suportaria – a única! –
é pensar que em teu peito houvesse esquecimento.
Ouve-me, pois, então, as últimas palavras.
(Quem aos mortos irá negar esse favor?)
Dá-me… quanto pedi. Apenas uma lágrima
– única recompensa em paga deste amor!
Lord Byron
Trad. de David Mourão-Ferreira
Colóquio. Letras, Lisboa, Maio-Ago. 2003, p. 223
Lode Byron era bom a poemar. Mas dos poemas à vida vai distância incomensurável. Uma é a mão que escreve e outro o ser onde ela habita. Não sei bem onde fica o coração que é suposto ser comum aos dois.
ResponderEliminarMas é que era lindo, o Lorde, com seu ar de querubim.
Bea, penso que non sempre hai distancia inconmensurable entre o poema e a vida. Ás veces o poema é o espello da vida, da vida feita sentimento ou mesmo pensamento, esencia pura do vivir. Por suposto, opinable.
ResponderEliminarMR, ben esa escolla.
Boa fin de semana.
Boa semana para as duas.
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