Jorge Barradas - As varinas, 1930
Guache sobre cartão
Lisboa, MNAC
passa tu primeiro…
que és a flor da raça,
a mais séria graça
do país inteiro!
Teu orgulho seja
sonora fanfarra,
zimbório igreja!
Que logo te veja
quem entra na Barra.
Lisboa, esquecida
que é porto-de-mar,
fica esclarecida
e reconhecida
se te vê passar.
Dá-lhe a tua graça
clássica e sadia.
Ó varina passa…
na noite da raça
teu pregão faz dia!
Vê que toda a gente
ao ver-te, sorri.
Não sabe o que sente,
mas fica contente
de olhar para ti.
E sobre o que pensa
quem te vê passar,
eterna, suspensa,
acena a imensa
presença do mar!
1929
Carlos Queiroz
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