domingo, 27 de setembro de 2020

Vinheta: fronteira igual a repressão

Não posso aceitar a existência de fronteiras - e quando estou a falar em fronteiras não estou só a falar em fronteiras entre Estados (embora essas também entrem no meu pensamento), estou a falar nas fronteiras que pela sua existência constroem tiranias, ignorâncias, fanatismo, repressão! Não se pode permitir a repressão da Humanidade - estamos todos de acordo! Então não se pode permitir a criação de "muros" a separar pensamentos, a separar Estados. Todos temos um papel importante na sociedade: difusão de «Luz» em todos cujos ideais ainda são imbuídos de dogmas, de preconceitos, de certezas. Não podemos ficar no nosso conforto esquecendo o conforto que é preciso dar ao Outro. Temos a obrigação de criar conforto em toda a Humanidade, criar dignidade para que todo o Homem possa viver. Tratar a todos por Irmão; não o irmão da família onde nascemos, mas sim Irmãos da família que ajudamos a construir. Quando tratares o outro por igual ele também aprende a trata-te como igual. Quando tratares o outro por Irmão ele também se sente obrigado a trata-te, a ti, por Irmão. É mais importante essa família criada do que a família de sangue. É isto o que o Irmão Jorge (para uns), o Irmão Francisco (para outros) nos vai recordar na Encíclica que vai assinar, em Assis, no próximo dia 3 de Outubro: "Fratelli tutti".

Cartaz de rua, Paris, maio de 1968
Paris: atelier populaire & Ecole des Beaux Arts.


Inspirado no livro: a fraternidade como motor de construção. Lisboa: Livraria Artes & Letras, 2020.

1 comentário:

  1. Anda muito 'franciscano' o nosso Jad. Até eu gosto deste papa. Sempre achei que ele ia fazer alguma diferença. Não é sem consequências para a sua vida que uma pessoa vê um país (Argentina) bater no fundo do fundo. Jorge Bergoglio deve ter visto coisas e vivido situações inimagináveis para um europeu, mesmo como a Europa está.
    Belíssima vinheta!

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