sexta-feira, 14 de maio de 2021

Leituras na pandemia - 56

 

Durrell. Foto de Mark-Gerson, 1968

«Acho [...] que em Inglaterra, vivendo como se não fôssemos parte da Europa, vivemos contra o pão que alimenta os nossos artistas, compreende? Parece haver nisto algo de psicologicamente encravado, não sei porquê. Isso pode ver-se refletido até em pequenos aspetos primários como esta coisa agora do mercado - o Mercado Comum Europeu. É puramente psicológica, esta sensação de que nós somos terrivelmente superiores para nos juntarmos a um monte de continentais em qualquer coisa que eles façam. E penso que é por isso que é decisivamente importante que os jovens artistas se identifiquem mais e mais com a Europa. Quanto a mim, aderi ao Mercado Comum, tal como ele é. Mas, repare, isso não qualifica a origem de uma pessoa ou as suas atitudes em relação ás coisas. Quer dizer, se eu escrevo, escrevo para Inglaterra. E enquanto eu escrever para Inglaterra é para Inglaterra que terei de escrever.»
Lawrence Durrell, entrevista a Gene Andrewski para a Paris Review, 1959.
In: Entrevistas da Paris Review. Lisboa: Tinta da China, 2009, vol. 1, p. 145.

7 comentários:

  1. Um livro cheio de excelentes entrevistas.
    Ontem, nas arrumações, já pus de parte O Labirinto das Trevas para uma releitura: vamos lá a ver se se concretiza...

    Bom fim-de-semana!
    🏖️

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  2. Uma bela entrevista esta do Larry:-)
    Apenas li o primeiro volume editado das Entrevistas da "Paris Review", tenho que tentar espreitar os outros volumes na Biblioteca, aqui em Kirikiki:-)
    Muito boa tarde!

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  3. Se Durrell fosse vivo, estaria tristíssimo.

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