Lisboa: Bertrand, [1959]
«- Leu os ensaios críticos de Edmund Wilson a respeito de O Doutor Jivago?
«- Sim, li-os e gostei da sua perceção e inteligência, mas tem de perceber que o romance não deve ser julgado segundo uma grelha de análise teológica. Não há nada mais afastado do que isso do meu entendimento do mundo. Tem de se viver e de se escrever incansavelmente, com a ajuda das novas reservas que a vida oferece. Estou cansado dessa noção de fidelidade a um ponto de vista a todo o custo. A vida à nossa volta está em permanente transformação e acredito que devemos tentar alterar as nossas inclinações de acordo com isso - pelo menos uma vez a cada dez anos. A grande devoção heroica a um ponto de vista é para mim muito estranha - é uma falta de humildade. Maiakovsli matou-se porque o seu orgulho não lhe permitia a conciliação com algo novo que estava a acontecer dentro de si próprio - ou à sua volta.»
Entrevista de Boris Pasternak a Olga Carlisle para a Paris Review, 1960.
In: Entrevistas da Paris Review. Lisboa: Tinta da China, 2009, vol. 1, p. 185.
Uma entrevista que gostei de ler, tal como o livro e o filme :-)
ResponderEliminarBom domingo!
Eis um caso que tenho comigo mesmo: nunca consegui ler o romance. Mas li as traduções dos poemas, feitas pelo Davífen...
ResponderEliminarBoa tarde!
APS não está só, este foi um dos livros que deixei a meio; em contrapartida adorei o filme, que vi várias vezes ao longo da vida, a primeira delas ainda com os meus pais.
ResponderEliminarBom domingo.
🌻
Comecei a ler o livro antes de ver o filme e tive de fazer uma lista com a correspondência dos vários nomes por que é referida um mesmo personagem. Mas gostei do livro e do filme.
ResponderEliminarTambém li Melodia interrompida, anos depois de ter visto o filme An Affair to Remember. Quando comecei a ler vi que o filme era baseado nesta história. Li tb alguns poemas (poucos) dele. E gostei de tudo.
Bom domingo para os três.