Desenho de Stuart.
A primeira parte desta mostra é composta por livros que vieram dos Serviços de Censura para a Biblioteca Nacional, em 1975. No dia 25 de Abril, as instalações da Censura, na Rua da Misericórdia Lisboa) foram assaltadas e populares começaram a deitar papéis para a rua. O que restou encontra-se hoje na Biblioteca Nacional (livros) e Torre do Tombo (arquivo).
José Pacheco Pereira tem comprado em leilões muito material do Arquivo da Censura para o Arquivo Ephemera.
Tudo o que cheirasse a anarquismo, comunismo, socialismo e Rússia era proibido.
Livro de António Sérgio.
Livro de Vergílio Ferreira.
Livro de Alves Redol.
Livro de Manuel da Fonseca.
Livro de Orlando da Costa.
Livro de poemas de Bernardo Santareno.
Livros de Carmen de Figueiredo.
Este livro deve ter pertencido a Mário Soares, dado ter no interior um conjunto de folhas com anotações dele sobre o livro. Deve ter-lhe sido apreendido em casa, nalguma rusga.
Livros sobre a Guerra Civil de Espanha também não passavam no crivo dos censores.
Livro de Maria Lamas.
A segunda parte da mostra consta de alguns dos livros que estavam proibidos de ir à ler na Biblioteca Nacional, antes do 25 de Abril:
Quando os lobos uivam, de Aquilino Ribeiro, para além de ter sido proibido foi objeto de um processo judicial.
Rumo à vitória, de Álvaro Cunhal, numa edição policopiada.
Tomás da Fonseca e José Vilhena foram dois dos autores que mais livros proibidos tiveram durante a Ditadura. Não propriamente pelas mesmas razões. Ou sim: razões políticas.
Bocage e Guerra Junqueiro
Fichas da cota O.P.
Livro de John Reed.
Livro de Judith Teixeira e ficha bibliográfica com cota O.P.. (livros proibidos)
Esta exposição pode ser vista na Sala de Referência da Biblioteca Nacional até 3 de setembro. Ler aqui.
Muito elucidativo, infelizmente...
ResponderEliminarBom dia.
Sim, infelizmente. Esperemos é que não regresse porque a Inquisição deixou muitas marcas neste país.
ResponderEliminarBom dia!
Muito obrigado, MR. Lá irei!
ResponderEliminarA ver se lá vou na próxima semana. Bom dia!
ResponderEliminarEsperemos non ter que ver nunca máis isto.
ResponderEliminarA min sorprendíame que, por exemplo un libro "inocuo" como o Cours de Saussure , tivera que vir de Argentina...Supoño que a ignorancia contribúe a prohibir todo aquilo que descoñece...E do que coñece , o que non lles conviña que se vise.
Bom día!
Vamos passar por lá, de certeza.
ResponderEliminarBoa tarde
Maria Luisa,
ResponderEliminarEm relação ao Saussurre, devia-lhes cheirar a 'novidade' (apesar de ele ter morrido em 1913) e eles não gostavam de novidades.
Foi trad. para português em 1971; não sei se cá foi proibido, mas acho que não.
Os jornais tinham Censura Prévia e aí ocorriam coisas ridículas, como cortarem uma notícia que dizia que tinha chovido em Moçambique. Pelos vistos, não podia chover em Moçambique.
Cortavam discursos de Américo Tomás, então Presidente da República, que não era muito dotado para discursar. Dizia coisas hilariantes.
Nos jornais havia cortes idiotas, bastante mais idiotas do que nos livros.
Boa tarde para todos.
En estos casos, coincido con la cita de Saramago.
ResponderEliminarQue no vuelva nunca la censura.
Boa tarde!
No sabía que el "Curso de Lingüística General" de Saussure había sido censurado en España. Siempre se aprende. Un caso curioso fue el de Cela al cual le censuraron en España, a principios de los años 50, su obra más importante, La Colmena, que tuvo que publicarse en Argentina (como tantas otras). No resultaría tan raro (sabiendo cómo se las gastaba la censura), si no fuese porque el mismo autor había sido anteriormente censor. Supongo que "donde las dan, las toman"; con todos mis respetos para la obra del Nobel.
ResponderEliminarAbrazos de día primaveral.
Aquí no se encontraba. Yo usé uno de la Editorial Losada que no sé de donde habría sacado mi padrino.
ResponderEliminarEn lo referente a los libros, nada más odioso que una X en una página...Qué estulticia!
Boa noite.
A frase de Saramago é muito assertiva. E era o que o regime pretendia: atingir a sociedade, claro.
ResponderEliminarNa sabia que Cela tinha tido um livro proibido em Espanha. «Cá se fazem, cá se pagam», segundo um ditado popular.
Bom dia para as três.