Lisboa: IN-CM, 2017
«Em preparação já no outono, [Bâton] é anunciada como uma das novidades da temporada 1937-1938 do TNAG [Teatro Nacional Almeida Garrett, hoje D. Maria I] pela C.ª RC-RM [Companhia Rey Colaço - Robles Monteiro], mas a sua interdição torna-se num dos casos mais debatidos de 1938. Em abril, o autor [Alfredo Cortez] "submeteu o seu novo original, Bâton, à Comissão de Censura Teatral, que o não aprovou. Para a sua representação no Teatro Nacional esta peça estaria apenas sujeita à apreciação do Comissariado do governo junto daquela casa de espetáculos". Também a tentativa de contornar o impedimento lisboeta, tentando estreia e exibição no Porto, esvarra com a obtusidade da Inspeção-Geral dos Espetáculos., que assim delibera: "A peça Bâton foi censurada e não pode ser representada nos Teatros do país., nos termos do regulamento em vigor". Portanto, amis uma vez, o autor esforça-se para fazer chegar o texto ao público, mas não consegue ir além de uma leitura feita por João Villaret, a 30 de abril desse ano, no Salão de Festas do jornal O Século, em Lisboa, reservada a convidados.
«Não resignado com aquelas restrições, a 21 de janeiro de 1939, Alfredo Cortez escreve diretamente a Salazar, queixando-se da "flagrante injustiça" cometida pela Comissão de Censura do Teatro ao proibir Bâton, considerando-a, ainda, "de uma absoluta incompreensão do alcance daquele trabalho, e, para o conjunto da [sua] obra, de um prejuízo mental que nada justifica".» (p. 43)
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