Uns postais dos anos 1940-1950 com vistas de Chaves.
«A cidade vai aparecendo pouco a pouco entre a vegetação do rio como uma continuação das pequenas casas agrícolas que se vão sucedendo na estrada. O viajante, de facto, não se dá conta que está nela até descobrir a ponte que a une com o mundo e que constitui também a sua porta mais singular apesar das mutilações que sofreu com o tempo.
«Dezoito arcos, de que hoje apenas se conservam 12, e mais de duzentos metros chegou a ter esta ponte por onde a calçada romana unia Braga e Astorga transpunha o curso do Tâmega e por onde durante séculos foram entrando em Chaves todos os invasores e viajantes. A cidade edificada numa colina, estava isolada por ela e durante centenas de anos esta foi a sua única ponte. Por isso continua de pé e por isso continua a ser a mais utilizada, embora com o decorrer do tempo tenha ficado pequena. Não foi por acaso que, graças a ela, Chaves começou a crescer até se transformar [...] na principal cidade de todo o vale do Tâmega e de toda a fronteira portuguesa.
«E nota-se. O viajante vai-se apercebendo à medida que se aproxima dela, contemplando as igrejas e as casas que se erguem em redor da ponte. São casas grandes, de pedra, com escudos e fachadas brasonadas e miradores e alpendres que se amontoam e quase se empurram para poder contemplar o rio.»
Julio Llamazares - Trás-os-Montes. Barcelona: Penguin, D.L. 2016, p. 86-87
Llamazares viu uma carrinha de «O Antigo Pasteleiro. Os verdadeiros pastéis de Chaves», mas parece-me que não os chegou a experimentar. Fez mal!
Agora tenho sorte porque estes pastéis já se vendem em Lisboa e alguns muito bons. Tal como as frigideiras de Braga.
Seria Teresa de Jesus Teixeira a antiga pasteleira?
Bonito poste. E bem interessante!
ResponderEliminarUma boa semana.
Lindos postais.
ResponderEliminarEu estive pouco em Chaves. É C. o que conhece melhor. Viviram uns anos deste lado da Raia.
Bom dia!
Fico muito feliz por estar a gostar de o ler, e talvez a relembrar bons momentos passados em Trás-os-Montes. Foi isso que aconteceu comigo.
ResponderEliminarUm dia feliz!
APS,
ResponderEliminarEu conhecia bem Chaves. Da última vez que lá estive a entrada estava irreconhecível. Uma amiga disse-me que há imensa construção nas quintas que havia na entrada de Chaves (as pessoas não as conseguem manter) e provavelmente o mesmo acontece na Veiga de Chaves.
Talvez para o ano eu consiga ir até Trás-os-Montes.
Maria Luísa
Viveu em Verín ou próximo? Verín era onde os transmontanos daquela zona, no primeiro quartel (talvez mesmo na primeira metade) do século XX, iam ao médico, ao fotógrafo...
Boa semana para os dois.
Maria Luisa,
ResponderEliminarFui à caixa dos postais. 😉😂
Maria,
Já o acabei de ler, mas ainda vou fazer mais dois ou três posts. Gostei muito. Uma zona que eu conheci muito bem.
Boa semana para as duas.
Tem graça! Pensei em ir para Vidago passar os dias "Papa em Lisboa". Mas optámos por Tomar. A ida a Vidago ficou agendada para final de setembro.
ResponderEliminarVou encomendar este livro.
Bom dia!
Debe ser bonito Chaves.
ResponderEliminarBoa tarde
Miss Tolstoi,
ResponderEliminarVidago está na calha para um post do livro de Llmazares. E tb as Pedras Salgadas. Uns parques maravilhosos. Mas deve estar muito calor por lá.
Espero que goste deste livro. E pode ser que o leia antes de ir a Vidago.
Pini,
Sim, Chaves merece uma visita.
Bom final de tarde para s dois.
Manuela: Carlos e seus pais viviram em Chaguazoso, do concelho da Mezquita. Há un anos lá fomos, já que minha sogra tinha vontade de voltar e ver os conhecidos que continuavam ali.
ResponderEliminarSemelha que mudara bastante. O Mario Conde tinha lá uma " Mansión" maravilhosa e passava as fins de semana ali.Tinha uma quinta grande, a metade na Galiza e a metade já em Portugal.
O médico não lembro onde estava, mas contáram- me que passavam a Raia e iam a Chaves.
Tenho vontade de voltar.
Bom entardecer...se pode ser fresquinho.
Abraço.
Não me lembro de Chaguazoso nem de Mezquita, mas provavelmente andei por lá mais de uma vez.
ResponderEliminarJá nem me lembrava de que Mario Conde é galego e acho que não sabia dessa quinta. Ou talvez tenha lido algo sobre isso quando ele foi julgado.
Bom dia! A temperatura hoje vai baixar 10º em Lisboa. 😮💨
Chaguazoso está mesmo na Raia.É uma aldeia, grande, pero aldeia.É por isso que o pai de Carlos estava lá. Já sabes...para impedir o contrabando. Era guardia civil e estava no Pais Vasco.
ResponderEliminar_ Carlos nasceu em San Sebastián_, mas enquanto lhe deram na Galiza, vieram e foi destinado alí.
Sempre contavam que foi onde melhor estiveram . Eles e os gardas portugueses tinham muito boa relação e o contrabando, acho que " fluía". A meu sogro não lhe ía bem estar a "multar" a gente, mas quando tocava, não havía mais remedio.
Alégrome de que baixe a temperatura. Aqui vai subir.
Bom dia!
Alguns também fechavam os olhos e deixavam passar os que queriam emigrar por razões económicas ou políticas, muitos dos quais não queriam simplesmente fazer serviço militar ou ir combater para África.
ResponderEliminarJá acabei de ler o livro e gostei imenso. Obrigada!
Boa noite!