quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Vidago / Pedras Salgadas

Desculpem se acham que ando há muito tempo com este livro, mas a rever uma zona que conheço bastantes bem.

«Porque, do Grande Hotel até ao Palace, passando pelas nascentes (o manancial de água termal em torno da qual surgiram), o caminho é tão bonito, tão sombrio e decadente, que o viajante compreendeu, não apenas a insistência [...] para que o visse. [...]
«O caminho para o Hotel Palace (na realidade uma ladeira) vai da estrada até à beira do rio que corre nas costas da povoação, e daqui não é visível. No total, um quilómetro ou um pouco mais no meio de árvores enormes e de jardins sombrios entre os quais, de vez em quando, assoma uma velha igreja ou um chalé agradável à vista, normalmente abandonado. Há também estufas, e hortas, e palacetes, e um caminho já em desuso que atravessa os jardins [...].

O Hotel Palace foi restaurado há poucos anos.

Rótulo para mala de viagem, muito vulgar nos anos 1950 e 1960.
Hoje há colecionadores destes rótulos.

«Dizem que, quando foi inaugurado (em 1910), o Palace era o hotel mais luxuoso e romântico da Europa. Talvez continue ainda a sê-lo, todavia, devido ao lugar onde se encontra e à grandiosidade e magnificência que impregnam todo o conjunto e atingem a sua expressão máxima no vestíbulo e na grande escadaria principal [...].»

Llamazares visitou a sala de jantar que ainda não tinha sido restaurada em 1995.

Postais de Vidago: o p&b é dos anos 1950 e os coloridos dos anos 1960.

«Porque, se Vidago é o paraíso, Pedras Salgadas não lhe fica atrás. Nem na distância, que não é muito grande (doze quilómetros apenas), nem na bonança das suas nascentes. Talvez por isso, ambas as vilas, embora sendo velhas rivais, partilhem hoje a capitalidade das águas termais portuguesas. [...]
«As setas, que se sucedem, vão conduzindo o viajante até um espesso arvoredo que corre ao lado do rio e onde se ouvem vozes de pessoas que parecem estar a banhar-se. [...]

Capela da Estância, Pedras Salgadas, construída no início do século XX. Postal dos anos 1940.

«[...] todos os edifícios da estação termal das Pedras Salgadas conservam o estilo e a construção belle époque e o inconfundível aspeto decadentista da época.» 
Julio Llamazares - Trás-os-Montes. Barcelona: Penguin, D.L. 2016, p. 109-110, 112, 115-116.

Sou uma grande apreciadora de água das Pedras [Salgadas], mais do que da de Vidago. Mas quando não há Pedras, bebo Vidago. Moderadamente.

Garrafa atual.

Rótulo de uma garrafa antiga.
Os rótulos e o design das garrafas tem mudado ao longo dos anos.

Para Miss Tolstoi.

5 comentários:

  1. Maravilhosos lugares.
    Toda esa zona agora e tirando para abaixo, está moi cuidada e debe recebir moito turismo.
    Bom dia!

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  2. Por mim está desculpadíssima 😉 e gostei muito de ver os postais.
    Boa tarde!🌞

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  3. Oxalá a Miss por aqui cirande.
    Também gosto de água das pedras (ajuda no trato digestivo).
    Já estive num hotel impando imponência. Que se perdia mal passávamos a sala de entrada. Imagino que, em tempos, tenha sido um espectáculo. Hoje, se ainda se mantiver o desaire, é uma sombra.
    O Vidago Palace restaurado é uma maravilha. Vi-o numa série portuguesa que não achei especial; cheguei ao 2º episódio e apenas pelo lugar.

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  4. Como a zona é linda e há muito turismo, acho que têm recuperado os hotéis que estavam decrépitos.
    Hoje havia um fogo no vale do rio Maçãs, por onde Llamazares também andou. Espero que já o tenham debelado.
    Boa noite para as três.

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  5. Já tinha lido. Como disse noutro post, já encomendei este livro.
    Já está tudo tratado para em setembro rumar até Vidago, com um desvio á ida ou à volta para ir ver a exposição “Mário Cesariny: Em todas as ruas te encontro”.
    Muito obrigada.

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