Desculpem se acham que ando há muito tempo com este livro, mas a rever uma zona que conheço bastantes bem.
«Porque, do Grande Hotel até ao Palace, passando pelas nascentes (o manancial de água termal em torno da qual surgiram), o caminho é tão bonito, tão sombrio e decadente, que o viajante compreendeu, não apenas a insistência [...] para que o visse. [...]
«O caminho para o Hotel Palace (na realidade uma ladeira) vai da estrada até à beira do rio que corre nas costas da povoação, e daqui não é visível. No total, um quilómetro ou um pouco mais no meio de árvores enormes e de jardins sombrios entre os quais, de vez em quando, assoma uma velha igreja ou um chalé agradável à vista, normalmente abandonado. Há também estufas, e hortas, e palacetes, e um caminho já em desuso que atravessa os jardins [...].
O Hotel Palace foi restaurado há poucos anos.
Rótulo para mala de viagem, muito vulgar nos anos 1950 e 1960.
Hoje há colecionadores destes rótulos.
«Dizem que, quando foi inaugurado (em 1910), o Palace era o hotel mais luxuoso e romântico da Europa. Talvez continue ainda a sê-lo, todavia, devido ao lugar onde se encontra e à grandiosidade e magnificência que impregnam todo o conjunto e atingem a sua expressão máxima no vestíbulo e na grande escadaria principal [...].»
Llamazares visitou a sala de jantar que ainda não tinha sido restaurada em 1995.
«Porque, se Vidago é o paraíso, Pedras Salgadas não lhe fica atrás. Nem na distância, que não é muito grande (doze quilómetros apenas), nem na bonança das suas nascentes. Talvez por isso, ambas as vilas, embora sendo velhas rivais, partilhem hoje a capitalidade das águas termais portuguesas. [...]
«As setas, que se sucedem, vão conduzindo o viajante até um espesso arvoredo que corre ao lado do rio e onde se ouvem vozes de pessoas que parecem estar a banhar-se. [...]
«[...] todos os edifícios da estação termal das Pedras Salgadas conservam o estilo e a construção belle époque e o inconfundível aspeto decadentista da época.»
Julio Llamazares - Trás-os-Montes. Barcelona: Penguin, D.L. 2016, p. 109-110, 112, 115-116.
Maravilhosos lugares.
ResponderEliminarToda esa zona agora e tirando para abaixo, está moi cuidada e debe recebir moito turismo.
Bom dia!
Por mim está desculpadíssima 😉 e gostei muito de ver os postais.
ResponderEliminarBoa tarde!🌞
Oxalá a Miss por aqui cirande.
ResponderEliminarTambém gosto de água das pedras (ajuda no trato digestivo).
Já estive num hotel impando imponência. Que se perdia mal passávamos a sala de entrada. Imagino que, em tempos, tenha sido um espectáculo. Hoje, se ainda se mantiver o desaire, é uma sombra.
O Vidago Palace restaurado é uma maravilha. Vi-o numa série portuguesa que não achei especial; cheguei ao 2º episódio e apenas pelo lugar.
Como a zona é linda e há muito turismo, acho que têm recuperado os hotéis que estavam decrépitos.
ResponderEliminarHoje havia um fogo no vale do rio Maçãs, por onde Llamazares também andou. Espero que já o tenham debelado.
Boa noite para as três.
Já tinha lido. Como disse noutro post, já encomendei este livro.
ResponderEliminarJá está tudo tratado para em setembro rumar até Vidago, com um desvio á ida ou à volta para ir ver a exposição “Mário Cesariny: Em todas as ruas te encontro”.
Muito obrigada.