Parabéns, JAD!
Desejo que tenha um dia feliz!
Veneza aos gatos
Lisboa às moscas e Veneza aos gatos…
(os pombos da bondade só conspurcam
a praça de S. Marcos)
… ao gato perna alta que não vem quando o chamas,
ao contrário da patrícia mosca,
que não era para aqui chamada,
mas logo te soprou os últimos zunzuns
mal chegaste a Lisboa.
O gato de Veneza não te dá pretextos
para miares o que te vai na alma,
nem os sacros temores da miaulesca
esfinge rilkeana.
Não é um gato é um perfil de gato
tapando a saída da calleta.
O gato veneziano é gato sem regaços
e sem selvajaria.
De Veneza o gato é sempre muitos gatos
que vão à sua vida…
… como tu, afinal, não vais à tua.
(De Veneza a Lisboa, num zunido,
já trazias a mosca no ouvido…)
Alexandre O’Neill, Poesias Completas & Dispersos, Lisboa: Edição de Maria Antónia Oliveira,
Assírio & Alvim, 2022, p. 251
Luz e sombra de Veneza!
O poema e a última foto são uma maravilha. Que nítida tenho em mim essa praça quase deserta ao entardecer de um dia que fora de chuva intensa; e como nessa hora bendita, uns raios de sol poente espreitavam entre nuvens escuras e acasteladas, densos redondos que pairavam, tornando mais irreal a paisagem de ilhas e gondolas, Inenarrável.
ResponderEliminarNão me lembrava deste poema do O'Neill.
ResponderEliminarBom domingo, Ana!
Muitos Parabéns, JAD!
ResponderEliminarResto de um dia muito feliz!
Ao contrário de O'Neill, vi só um gato em Veneza. Suponho que o calor terá sido o motivo.
ResponderEliminarBom dia a todas!:))
Adorei os gatos com fantasias do carnaval de Veneza. Mas só os vi, em venda, em Florença... em Veneza, os que vi, não tinham vestimentas de carnaval. Mas eram (e são) lindos!
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