Paris: Calmann-Lévy, [20 abr.] 1972.
Lisboa: Arcádia, [out.] 1974.
Li Le Portugal baillonné pouco depois de ter sido publicado em França. E li o Portugal amordaçado ainda em 1974. Mas, ao longo destes anos, consultei muitas vezes a ed. portuguesa porque revela factos que não se encontra(va)m noutros livros. Como escreveu Oliveira Marques a Mário Soares em 4 jul. 1972, o livro «É uma obra magnífica, a primeira história da oposição portuguesa que, em boa verdade, possuímos.» (vol. 2, p. 220).
É esta também a opinião de Joaquim Novais Teixeira numa carta a Mário Soares: «é o único documento que se possui de meio século de Salazarismo.» (p. 150)
Eduardo Lourenço, que vivia em França, escreve a Mário Soares, agradecendo-lhe o exemplar recebido e apreciando o livro. Informa-o ainda que «De Portugal para onde me apressei a enviar alguns exemplares [tive] os ecos mais favoráveis. Em particular do V[ergílio]. Ferreira que me diz ter refrescado a memória e aprendido sobre o seu próprio passado muita coisa que lhe tinha permanecido velada ou nebulosa.» (p. 210-211)
O livro merecia ter tido um(a) melhor tradutor(a) do francês.
Lisboa: Imprensa Nacional, 2023. 2 vol.
Apresentado em 7 dez, 2023.
Nos últimos dias tenho-me deliciado a ler o 2.º vol. da ed. da Imprensa Nacional. E iria umas páginas mais à frente não fosse o peso dos volumes (vol. 1: 2,175 kg; vol. 2: 1,564 kg). Não me canso de dizer, quando me aparecem estes 'monstrinhos', que há papéis muito mais leves e que dão muito boa impressão. Também a capa não é nada feliz: letras pretas sobre aquele verde não se leem. Há editores que não veem... e devem ser amigos de ortopedistas.
Este segundo volume é composto dos prefácios das várias ed. publicadas (edições alemã, italiana, espanhola e inglesa e os vários à 2.ª edição portuguesa) e de uma seleção de cartas recebidas e escritas por Mário Soares aquando da publicação das edições de 1972 e 1974.
O primeiro volume contém as edições francesa e a 1.ª portuguesa. A ed. francesa não foi uma ed. integral: «Por desejo do editor francês [...], Alain Oulman, e com desgosto expresso e mesmo expressivo do autor, a versão francesa reduziu significativamente a dimensão do livro [...], com o propósito de [...] poupar o leitor estrangeiro ao que (pessoas e episódios) o leitor português reconhecia facilmente, mas que aquele desconhecia completamente.» (José Manuel dos Santos, vol. 1, p. 13). Apenas em 1974 com a edição portuguesa a obra foi dada à estampa na íntegra.
Deben ser interesantes esos libros. Mario Soares siempre me cayó bien.
ResponderEliminarBoa tarde
Se não fosse ele, não sei qual teria sido o rumo deste país.
ResponderEliminarBoa semana!