Lisboa: Fundação francisco Manuel dos Santos, 2024
«[...] em 2018, o Comité Anti-Tortura do Conselho da Europa anunciou dados que colocam Portugal no topo dos países da Europa Ocidental com mais casos de violência policial, sendo que o risco de abuso é maior para afrodescendentes. Casos algo mediáticos parecem trazer-lhe algum fundamento. Por um lado, o caso da PSP na Cova da Moura, em que um jovem negro foi detido e vários amigos do detido acabaram também detidos durante 48 horas depois de se deslocarem á esquadra de Alfragide para saber as razões dessa detenção. Além de terem sido alvo de violência física, os jovens detidos afirmaram que osa agentes proferiram frases como "A vossa raça devia ser exterminada".» (p. 58-59)
A polícia quer um subsídio de risco... tudo bem. Mas principalmente tem de ser educada e instruída.
«Portugal é um país marcado por imagens e dados díspares. Temos a maior percentagem de inquiridos que partilham de crenças racistas, mas somos o país da União Europeia onde menos atos violentos por motivação racial têm lugar. Somos um país onde ainda há desigualdades estruturais e significativas ao nível do género, mas onde as mulheres já são a maioria em contextos importantes, nomeadamente no ensino superior, o que nos mostra que as coisas podem estar a evoluir no sentido da igualdade. O mesmo país que é atualmente o terceiro melhor do mundo na integração de migrantes do ponto de vista legislativo é também o país em que, ainda há poucos anos, quase 60% dos inquiridos achava que o número de imigrantes devia diminuir. Um país que tem um primeiro ministro não branco e paridade de ministros/ministras, e ao mesmo tempo deputados de um partido cujo líder já mandou uma deputada negra para a sua terra em sessão plenária.» (p. 75)
Ainda a propósito deste tema, as pessoas podiam ler o poema "Lágrima de preta" de António Gedeão.
ResponderEliminarÉ pequeno no tamanho, mas enorme no significado!
Ou então ouvi-lo na voz de Adriano Correia de Oliveira.
Bom dia!
Vou acrescentar o Adriano / Gedeão ao post. Obrigada pela sugestão.
ResponderEliminarOntem vi o debate dos partidos que não têm assento parlamentar. Graças aos deuses que não têm assento parlamentar e espero que continuem a não ter. Já lá temos um para dizer asneiras e criar péssimo ambiente.
Bom dia!
Sempre achei que nós vivemos num país onde o racismo é disfarçado, muitas vezes sob a forma de ironia ou anedota. Acho que as pessoas julgam que só são racistas se agredirem fisicamente alguém. A maneira como por vezes oiço algumas pessoas falarem do 1.º ministro, é sinistra. Espero bem que isto mude. Bom dia!
ResponderEliminarMuita gente não exprime o que sente (ou pensa) por vergonha.
ResponderEliminarPor acaso nunca ouvi na rua palavreado racista em relação ao António Coata, mas um taxista disse uma vez a uma amiga minha: «Lá vou votar no preto!». E assisti a cenas lamentáveis daquele partido de que não se deve dizer o nome na AR.
Bom dia!