Lisboa: Top Seller, 2023
O livro lê-se bem, mas não é grande espingarda. Segundo a sinopse é «Um romance [...] inspirado na história verdadeira de espiões bibliotecários a operar em Lisboa durante a Segunda Guerra Mundial.» Ava, uma bibliotecária da Biblioteca do Congresso, vem para Lisboa para digitalizar notícias de jornais, maioritariamente comprados num quiosque em Lisboa, que possam interessar à atividade dos Aliados.
Mas a história não se passa apenas em Lisboa, tem outro foco em Lyon, com outra personagem central: Elaine, uma resistente.
Segundo a Booklist, «O ambiente de Lyon e Lisboa durante a guerra irá maravilhar os fãs da espionagem decorrida durante a Segunda Guerra Mundial.» Conheço mal Lyon, mas há situações que não se passavam em Lisboa nos anos 40, em Lisboa: o consumo de Super Bock não era tão vulgar como hoje, nem se comiam pastéis de nata ao pequeno almoço. Aliás, comiam-se bolos com parcimónia. E que eu saiba as alheiras nunca foram feitas com batatas e pão ralado, para além das carnes. Imprecisões que não teriam sido difíceis à autora de evitar.
«- Mas é verdade que o Max, Jean Moulin, morreu.
«Max era o nome de código que Elaine conhecia - não por conhecer a pessoa pessoalmente [...] mas porque o nome surgia com frequência em conversas e mensagens codificadas. Ele era o braço-direito do general de Gaulle em Lyon [...]. Max fora encarregado de unificar as suas diferentes fações independentes numa única. [...]
«- Ouvi dizer que ele nunca falou, apesar da tortura brutal a que foi sujeito.» (p. 145-146)
Max não era o representante de De Gaulle em Lyon, mas sim em toda a França; era o chefe da Resistência francesa no interior. Quando foi preso, os alemães não sabiam que Max era Jean Moulin. Foi assassinado há 81 anos.
Compreendo o seu interesse pelo tema, foi pena ser só uma pequena espingarda...
ResponderEliminarEspero que, pelo menos, o marcador seja giro 😉
Boa semana!
Não tem marcador.
ResponderEliminarBoa semana!