S.l.: Tradisom, 2024
Este livro é uma análise da obra e da vida de José Afonso, entre 1962 e 1970, através da correspondência trocada com o jornalista Rocha Pato, pai do viola Rui Pato que acompanhou José Afonso nalguns discos e concertos.
Rui Pato ofereceu as cartas que José Afonso escreveu ao pai à Biblioteca Municipal de Coimbra. Seria bom ter também acesso às cartas que Rocha Pato (que durante uns anos serviu como manager de J.A.) enviou ao cantautor.
45 r.p.m. , gravado em 1963. Foto da capa de Rocha Pato.
«Este disco só fez soar os alarmes passados dois anos. [...]
«Em 17 de abril de 1965, o diretor da PIDE comunicou ao chefe de gabinete do Ministro do Interior a existência de um disco com as canções subversivas "Os vampiros" e "Menino do bairro negro". Tinha contactado os Serviços de Censura no sentido de saber se a sua venda estava autorizada, ao que aqueles serviços responderam que não era possível tomar qualquer atitude porque não existia legislação que permitisse a apreensão do disco. As espantosas lacunas do regime fascista! E que pruridos legalistas!
«O processo continuou o seu caminho burocrático e em 16 de agosto de 1965, sem referir qual a disposição legal que permitia a ação, o Secretariado Nacional de Informação ordenou aos Serviços de Censura que apreendessem o disco. que se lixe a legalidade! [...]
«Finalmente, em 12 de janeiro de 1966, foi lavrado o auto de apreensão do disco pela PIDE, levada a cabo na Fábrica de Discos da Rádio Triunfo, na cidade do Porto.» (p. 44-45)
Entretanto estou a acabar de ler esta Visão. Biografia dedicada a José Afonso:
- «Foi também ele [José Afonso] que deu consistência à canção como uma arma?
- «Havia no início do século XX uma tradição de fado operário, que foi esmagado pela censura a partir de 1926-1927. Depois, o Lopes Graça, na altura da campanha eleitoral de 45, MUD Juvenil, gaz as Canções Heroicas, e isso ainda estava na memória. mas não havia muito mais antecedentes desse tipo . O facto de ele ter feito um disco, ainda antes dos LP, que tem o Menino do Bairro Negro e Os Vampiros é a chave para quase tudo o que faz a seguir. Em todos os álbuns do Zeca, temos uma componente lírica e uma componente experimental poética.»
Rui Vieira Nery entrevistado por Manuel Halpern, p. 96
Aconselho tanto o livro como a revista.
Interessante. Parabéns ao Zeca Afonso, que está quase no centenário do seu nascimento! Bom dia!
ResponderEliminarLivro e revista já estão na lista de compras. Os discos já estão cá em casa.
ResponderEliminarObrigada pela sugestão.
Boa Sexta!🤗
Sim, daqui a cinco anos. Esperemos que seja devidamente comemorado.
ResponderEliminarBom dia para as duas.
O Zeca sempre está presente.
ResponderEliminarFiz uma geminação , pequna, mas com "sentimento"
Bom dia!
Um abraço
Desculpas..." Pequena"
ResponderEliminarJá vi. Muito bonita.
ResponderEliminarUm abraço para a Galiza.
Gosto muito dessa canção. Ainda desconhecia o Zé Afonso da revolução; sempre pensei que era dedicada a todos os pobres e o bairro fosse negro porque "onde não há pão não há sossego". E havia muitos bairros negros por esse Portugal fora; tanta gente sem condição.
ResponderEliminarJosé Afonso, SEMPRE!
ResponderEliminarJá vi, mas ainda não comprei, este número da revista Visão Biografias dedicado a José Afonso!
Tenho de procurar e comprar também o livro!
Sim, só podem ser ambos muito bons!
Bom fim-de-semana!
Sempre e para sempre.
ResponderEliminarBom sábado para as duas.
Gosto muito desta canção.
ResponderEliminar😊😊😊