Ah! como ter-te e não te possuir
é cruel: imagem, espelho, o meu reverso,
o outro lado de mim, de ti o anverso,
a imortal beleza de um começo
na beleza mortal de cada recomeço.
Narciso, Lís, Coroa de Cnossos,
a morte que sustenho enfim virá
que não vieste e de mim, imagem, espelho,
mais nada restará do que destroços
e o eco de um adeus: meu bem amado,
inutilmente amado, adeus.
João Mattos e Silva"Marítimo Caminho", Tertúlia, 1977
Ah!... o Narciso de Caravaggio, adoro esta pintura.
ResponderEliminarO poema já conhecia devido à sua gentileza.
É bonito!
A.R.