terça-feira, 18 de novembro de 2008

Mário Cesariny - encontros II


4 comentários:

  1. Gosto muito de Cesariny. Envio-lhe este poema:

    PASTELARIA

    Afinal o que importa não é a literatura
    nem a crítica de arte nem a câmara escura

    Afinal o que importa não é bem o negócio
    nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio

    Afinal o que importa não é ser novo e galante
    - ele há tanta maneira de compor uma estante

    Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
    e cair verticalmente no vício

    Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
    antes de haver cinema madame blanche e parola

    Que afinal o que importa não é haver gente com fome
    porque assim como assim ainda há muita gente que come

    Que afinal o que importa é não ter medo
    de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
    Gerente! Este leite está azedo!

    Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
    à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir
    de tudo

    No riso admirável de quem sabe e gosta
    ter lavados e muitos dentes brancos à mostra

    Nobilíssima Visão (1945-1946), in burlescas, teóricas e sentimentais (1972)

    A.R.

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  2. Também gosto muito de Cesariny. De vez em quando ponho o disco que ele gravou dizendo poemas com a música do Rodrigo Leão.
    Um dos meus preferidos dele é Welcome to Elsinore.

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  3. Lá para o final do mês colocarei um poema de Cesariny com música de Rodrigo Leão. O disco «Os Poetas» é fantástico. Também o oiço frequentemente.

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