O PALÁCIO DA VENTURA
Sonho que sou um cavaleiro andante,
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da ventura.
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante,
Na sua pompa e aérea formosura.
Com grandes golpes bata à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos portas d'ouro, ante meus ais !
Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais !
Antero de Quental
(1842 -1890)
Ontem senti falta do «seu» poema. Este «cavaleiro andante» é o mais lindo dos sonetos de Antero, pelo conteúdo e pela melodia.
ResponderEliminarMas tem uma gralha no 10.º verso: «dou» por «sou». É o problema de tocarmos na tecla ao lado.
M.
Obrigado, M. pela "revisão".Eu sou um péssimo revisor e deixo sempre escapar gralhas...
ResponderEliminarTambém gosto muito deste soneto do Antero. Obrigado.
ResponderEliminarGosto muito deste soneto principalmente o ultimo terceto.
ResponderEliminar(...)
Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais !
A.R.