A Universidade do Porto (UP) e o Museu Nacional de Soares dos Reis (MNSR) instituíram 2009 como o Ano de Pousão, assinalando desta forma o 150º aniversário do nascimento do pintor Henrique Pousão.
Considerado um dos mais importantes pintores portugueses do século XIX, Henrique Pousão é também um dos mais ilustres antigos alunos da universidade portuense, formado em Desenho Histórico, Arquitectura Civil, Escultura e Pintura Histórica na Academia Portuense de Belas-Artes, antecessora directa da actual Faculdade de Belas-Artes da UP.
In Diário Digital
Henrique César de Araújo Pousão , nasceu em Vila Viçosa, em 1 de Janeiro de 1859, filho do magistrado judicial Francisco Augusto Nunes Pousão e de D. Maria Teresa Alves de Araújo. Órfão de mãe com 3 anos, o pai volta a casar e Henrique fica a viver com o avô paterno. Depois da morte deste, dois anos depois, vai viver para Elvas, com o pai que aí fora colocado como Delegado do Procurador Régio, e aí faz a instrução primária, demonstrando grande inclinação para o desenho. Sendo o pai transferido para Barcelos, passa a residir nessa cidade e aí pinta a sua primeira aguarela “Paços dos Duques de Bragança”.
Daphnis e Chloé,1878
Em 1872, indo para o Porto para frequentar o atelier de um prestigiado pintor de flores, inscreve-se na Academia Portuense de Belas Artes. Aí frequenta as cadeiras de Desenho Histórico, Escultura, Arquitectura Civil, Anatomia artística, onde obtém excelentes notas e prémios escolares. Entretanto vai desenhando e pintando, além da produção académica, destacando-se nesse período um belíssimo auto –retrato de 1876, “Cesto de Camélias”, que obtém uma menção honrosa na Exposição Hortícola – Agrícola no Palácio de Cristal, no Porto, em 1877 e os retratos das três filhas do Conde Arrochela, amigo do pai.
Cesto de Camélias,1877
Em 1880 apresenta-se no concurso para pensionista do Estado que ganha, indo para Paris onde é admitido no atelier da Academia Especial de Belas Artes. No concurso de atelier é classificado em 1º lugar e entra para a Escola Nacional de Belas Artes. A conselho médico vai primeiro para Bourbole – les – Bains, pintando nos arredores algumas da suas mais importantes obras, em desenho e pintura e depois para Roma, onde se instala no Instituto de Santo António dos Portugueses. Aluga um atelier e inscreve-se no Círculo dos Artistas. Piorando o seu estado de saúde vai para Capri onde pinta diversas paisagens da ilha. Em 1883 volta a Roma, voltando ainda de novo a Capri e regressa a Portugal e vai para Vila Viçosa onde se aloja em casa do primo Manuel Matroco.
Casas Brancas de Capri, s/data
Em 1884 morre naquela vila vítima de tuberculose. Tinha apenas vinte e cinco anos.
Objecto de vários estudos, de reputados especialistas em Arte, portugueses e estrangeiros – de entre os quais José – Augusto França, Digo de Macedo, Abel Salazar, Giulio Carlo Argan e Raffaele Monti – de várias exposições e artigos em revistas da especialidade, a obra de Henrique Pousão chegou a motivar alguma polémica devido à divisão de opiniões entre Abel Salazar, que o considerou um pintor impressionista e Diogo de Macedo um pintor mediterânico, com intervenção também de José –Augusto França que, seguindo Macedo, diz que Pousão não era um impressionista, mas admitindo que o poderia ter sido, se não tivesse ido para Itália.
Na celebração dos 150 anos do nascimento do notável pintor estão previstas várias manifestações: exposições, conferências e concertos.
Na celebração dos 150 anos do nascimento do notável pintor estão previstas várias manifestações: exposições, conferências e concertos.
Biografia baseada em "Henrique Pousão", de António Rodrigues, Edições Inapa, 2004
Imagens da mesma obra
Retrato de Pescador, 1878
João Mattos e Silva trouxe a beleza:
ResponderEliminar- De Daphne e Chloé;
- Da cesta das camélias;
- Das casas de Capri...
A lembrança do Instituto de Santo António dos Portugueses e de Roma.
Não me recordava de Henrique Pousão.
Obrigada e parabéns por este post.
A.R.
Adoro o Henrique Pousão.
ResponderEliminarFico à espera de uma grande exposição da sua obra, já que é o Ano Pousão.
Obrigada!
M.
Olà Luis!
ResponderEliminarInformo-te que te designei para um Prémio Dardos. Com este prémio simbólico “se reconhece o valor que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc.”
Parabéns!
Está tudo em: http://utopiecalabresi.blogspot.com/2009/01/utopie-calabresi-ha-ricevuto-il-premio.html
Um grande abraço da Itália!
Domenico Condito – “Utopie calabresi”
Luís Barata, e se o premiado é o alvo? Cuidado!
ResponderEliminarParabéns!
parabens, senhor dr! sempre na divulgação - e bem! - do melhor das nossas artes. JPS
ResponderEliminarGosto imenso de Henrique Pousão - subscrevo totalmente o desejo de M. de uma grande exposição!
ResponderEliminarNão fazia ideia que o Pousão tivesse falecido tão cedo. Também fico à espera da exposição.
ResponderEliminar«Objecto de vários estudos, de reputados especialistas em Arte, portugueses e estrangeiros – de entre os quais José – Augusto França, Digo de Macedo, Abel Salazar, Giulio Carlo Argan e Raffaele Monti»!!!
ResponderEliminarCuidado com as informações que se dão! Cuidado com os copypaste!
G.C.Argan e R.Monti estudaram a obra de Pousão?!!
Em resposta ao anónimo entendido em Arte e em Pousão: não há copypaste, mas consulta a uma obra citada no post.Na bibliografia indicada pelo autor, referente a Henrique Pousão e à arte moderna e contemporânea, surgem os nomes que indiquei. Porque não tive acesso às suas obras, presumi que falassem de Pousão.Talvez tenha presumido mal, pelo que peço desculpa pelo presumível erro...
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