Gerónimo

Gerónimo, líder apache, faleceu há 100 anos, em Fort Sill.

A chegada dos brancos
Na altura, mais ou menos da matança de Kas-hi-yeh (1858) ouvimos dizer que andavam alguns brancos a medir a terra ao sul do nosso acampamento. Acompanhado por alguns guerreiros, fui fazer-lhes uma visita. Não os compreendemos bem, porque não tínhamos intérprete, mas fizemos com eles um tratado, selado por um aperto de mão e pela promessa de sermos irmãos. Armámos depois o nosso acampamento ao pé do acampamento deles e fizemos com eles algumas trocas. Demos-lhes peles de veado, mantas e cavalos em troca de camisas e mantimentos. Também lhes levámos caça e eles davam-nos dinheiro em troca. Nós desconhecíamos o valor daquele dinheiro, mas guardámo-lo e soubemos mais tarde, pelos índios navajos, que era uma coisa valiosa.
Todos os dias eles mediam a terra com instrumentos estranhos e faziam marcações que nós não entendíamos. Eram homens bons e tivemos pena de os ver partir para o oeste. Não eram soldados. Eram os primeiros homens brancos que eu via. […]
In: Gerónimo por ele próprio. Lisboa : Antígona, 1986, p. 131