No amor o que se quer é parar o amor. No momento em que mais se ama ou quando não se pode ser amado. “Quero parar aqui”. O tempo mata. O corpo quando se move já está a morrer. A fugir. A passar para outro corpo. “Quero parar-te agora, assim”. O tempo é um movimento dentro das coisas.
(…)
Na escultura e na fotografia mata-se o movimento, impedindo-o de matar o que se vê. Pára-se o amor no momento mais amado. E o amor assim não morre. Contra a pedra e contra a película consegue-se fazer de conta que o coração é como um momento. Na pedra e na película se acha, num momento parado, num tempo trocado, na alma enganada, a pele que se procura.
A vida de perfeito só tem a arte.
Miguel Esteves Cardoso
Cardoso, Miguel Esteves, Lopes, Gérard C. – “As Lorelei de João Cutileiro”, Porto: Editora, Porto, 1989.
Estas meninas são lindas.
ResponderEliminarM.