Santuário da Rainha Hatchepsut: a “Capela Vermelha”, em Deir el-Bahari, Império Novo, Tebas Ocidental, Alto Egipto
Imagem digitalizada do livro*
Os Pássaros e a Arte.
Resolvi colocar uma rúbrica sobre “Os Pássaros e a Arte” ( sem passarões). Nunca tinha olhado para este pormenor artístico de forma que vou enriquecer.
Para a iniciar começo com Nekhbet, a deusa-abutre da cidade de Nekhbet, actual El-Kab, no Alto Egipto. Era a deusa tutelar do Sul.
Nekhbet tinha a seu cargo proteger o Faraó “Rei das duas terras”. É representada como abutre de asas abertas, como se pode ver na imagem. Usa a coroa branca do Sul, às vezes ladeada por duas plumas altas, e segura nas garras o signo chen. Este signo em forma de cartela redonda simboliza “o que o sol rodeia no seu percurso”, ou seja, o universo. Às vezes, aparece sob a forma de abutre em repouso, pousado ao lado da cobra Uadjit (a cobra de Buto, evoca o Norte).
Esta deusa assegura também a protecção das soberanas pelo que aparece nas coroas e jóias femininas.
O culto de Nekhbet desenvolve-se a partir da XVIII dinastia. A deusa torna-se protectora dos nascimentos, este papel, decorre, provavelmente, da função de protectora de Hórus na “Lenda de Osíris”. Os gregos assimilaram-na com esta função e deram-lhe o nome de Eileithyia (Ilithye) e rebaptizaram o nome da cidade de Nekhbe, Eileithyiaspolis.*
A imagem do fresco que representa Nekhebet pertence ao segundo terraço de Karnak•, Templo de Amon-Ré, onde se situava o Santuário da Rainha Hatchepsut: a “Capela Vermelha”, em Deir el-Bahari, Império Novo, Tebas Ocidental, Alto Egipto. Pode observar-se ainda na parte superior da parede da Capela a cobra Uadjit do Baixo Egipto.
A capela foi construído em arenito silicificado vermelho daí o seu nome.
A simbologia egípcia foi absorvida pelos gregos e romanos e chegou até aos nossos dias.
*In Aude Gros de Beler, A Mitologia Egípcia, Lisboa: Centralivros, Lda, 2001, p. 66-67, Bib. p 131-132.
•Regine Schulz e Mathias Seidel, Egipto, O mundo dos faraós, Colónia: Könemann Verlagsellschaft, 1997, p. 153-158.
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