segunda-feira, 13 de abril de 2009

O aborto e os factos

A propósito das comemorações do Dia Mundial da Saúde na semana passada, o respectivo director-geral, Francisco George, abordou no seu discurso os resultados da vigência da Lei da Interrupção Voluntária da Gravidez, entrada em vigor a 15 de Julho de 2007. E, sem querer ressuscitar polémicas, saliento os dois factos constantes do discurso que me parecem mais importantes- e são factos, não opiniões, crenças ou declarações de intenções :

- Desde a entrada em vigor da nova lei, foram realizadas 28.556 IVG, das quais 27. 639 por vontade expressa da mulher, à luz da nova lei em vigor e até às dez semanas.

- Deixaram de surgir nas urgências hospitalares casos de órgãos perfurados e infecções na sequência de abortos clandestinos.

Porque saliento isto? Em primeiro lugar, ficámos a saber que efectivamente muitas mulheres recorreram aos hospitais ao abrigo da nova lei para terminarem as suas gravidezes, ao contrário do que se dizia aquando da discussão sobre a nova lei , com uma importante e concomitante novidade: deixaram de surgir nas urgências dos mesmos hospitais os tantas vezes frequentes órgãos perfurados ou infectados.
Não tenho pois dúvidas, perante estes factos comunicados pelo Director-Geral da Saúde, que algo mudou, para melhor, naquilo que era para mim uma realidade terrível: o aborto clandestino, feito sem condições, em lugares sinistros, por "abortadeiras" profissionais e/ou médicos sem escrúpulos .


8 comentários:

  1. Se assim é dou a mão à palmatória.
    Contínuo a achar, contudo, que antes do aborto há soluções que se devem ponderar. Matar um ser só por irresponasabilidade sempre me chocou.
    Há uns anos era uma lutadora pelo aborto, conseguiu-se alcançar vitórias. Agora acho que a vida é importante e que um ser é concebido e lhe pode ser coartada uma vida brilhante mesmo que o ambiente não seja propício.
    É tão difícil falar sobre a vida e a morte, o sucesso e insucesso, a felicidade e infelicidade...
    Mas no final o que resta? É que se concebe um ser que não se deixa viver. Como disse, fui militante na luta para o aborto, neste momento não sou, não tenho potência!
    Mas parece que os números falam por si...ou os médicos tem outros objectivos... Gostava tanto de não ter dúvidas.
    A.R.

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  2. Sobre esta questão também já tive várias posições ao longo dos anos. Na última discussão que se fez em Portugal, estive pela alteração da lei. Defendo, portanto, a lei que temos que me parece equilibrada.

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  3. Sou 100% a favor da lei.
    Tapar os olhos e fingir que nada acontecia é a maior das hipocrisias. E obrigar o outro a seguir a sua consciência também não me parece razoável.
    Devia investir-se mais (e melhor) na educação sexual, tanto para que não haja tantos casos de IVG como para combater a dimunuição de casos de doenças sexualmente transmissíveis (não só da SIDA).
    M.

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  4. M,
    Nunca fechei os olhos, sou tolerante e acima de tudo, defensora da liberdade, nunca gostei de lavar a cabeça dos outros. Sou defensora de que cada um deve seguir o que lhe diz a sua cabeça.
    A.R.

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  5. É pena que o aborto não seja livre há mais tempo. Escusávamos de ter que aturar muita gente que anda por aí.

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  6. A.R.,
    Não me estava a referir a si. Nem sei o que pensa sobre o assunto...
    Escrevi porque conheço umas e uns hipócritas que andaram a fazer campanha contra o aborto.
    M.

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  7. Sou a favor do aborto. Até porque não podia ser hipocrita... Mas tanto quanto sei, julgo que existe uma coisa errada na actual lei. Parece-me que é necessária a autorização da mulher para se fazer o aborto... mas apenas da mulher. Defendo que deveria ser necessária a autorização dos dois pais. Se o homem desejar que se faça o aborto e a mulher não, o aborto não se pode fazer. Mas se for o contrário, isto é se a mulher o desejar e o pai não, já é permitido fazer. É que o feto não foi feito só pela mulher!

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  8. Concordo absolutamente com Jad, um filho é fruto de duas pessoas!
    A.R.

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