sexta-feira, 3 de julho de 2009

De POEMAS DA NEGRA

III

Você é tão suave,
Vossos lábios suaves
Vagam no meu rosto,
Fecham meu olhar.

Sol-posto.

É a escureza suave
Que vem de você,
Que se dissolve em mim.

Que sono…

Eu imaginava
Duros vossos lábios,
Mas você me ensina
A volta ao bem.


De POEMAS DA AMIGA

VII

É uma pena, doce amiga,
Tudo o que pensas em mim.
Eu sei, porque acho uma pena
Também o que penso em ti.

Mesmo quando conversamos,
É uma pena, outras conversas
De olhos e de pensamentos,
Andam na sala, dispersas.

Mário de Andrade

Um poeta paulista do agrado de Miss Tolstoi. E do meu.

2 comentários:

  1. POEMAS DA NEGRA

    VI

    Quando
    Minha mão se alastra
    Em vosso grande corpo,
    Você estremece um pouco.

    É como o negrume da noite
    Quando a estrêla Vênus
    Vence o véu da tarde
    E brilha enfim.

    Nossos corpos são finos,
    São muito compridos…
    Minha mão relumeia
    Cada vez mais sobre você.

    E nós partimos adorados
    Nos turbilhões da estrela Vênus!...

    Mário de Andrade

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