Que noite serena!
Que lindo luar!
Que linda barquinha
Bailando no mar!
Suave todo o passado - o que foi aqui de Lisboa - me surge...
O terceiro-andar das tias, o sossego de outrora,
Sossego de várias espécies,
A infância sem o futuro pensado,
O ruído aparentemente contínuo da máquina de costura delas,
E tudo bom e a horas,
De um bem e de um a-horas próprio, hoje morto.
Meu Deus, que fiz eu da vida?
Que noite serena, etc.
Quem é que cantava isso?
Isso estava lá.
Lembro-me mas esqueço.
E dói, dói, dói...
Por amor de Deus, parem com isso dentro da minha cabeça.
Álvaro de Campos
In: Poesias. Lisboa: Ática, s.d., p. 121-122
A primeira quadra era citada num livro que acabei de ler hoje.
Dizem que Álvaro de Campos é o Pessoa preferido pelas mulheres. É o meu caso, para além, claro, de Bernardo Soares.
Que livro seria?
ResponderEliminarA vida sexual de Fernando Pessoa. Devia ter posto. O Jad já aqui falou dele. Não me lembro do nome do autor, que são cinco.
ResponderEliminarSalomó Dori - A vida sexual de Fernando Pessoa. Lisboa: Palimpseto, 2009
ResponderEliminar