Ao contrário do que acontece na maioria dos países da União Europeia, a esquerda continua a dominar o nosso parlamento. Somados os deputados do PS, do BE e da CDU na Assembleia da República, e com uma abstenção a rondar os 40%, é legítimo concluir que sociologicamente o país permanece à esquerda.
Quanto a vencedores e vencidos, há que salientar a maioria relativa alcançada pelo PS, embora os grandes vencedores destas legislativas sejam, para mim, o CDS e o Bloco de Esquerda. O grande derrotado foi o PSD e Manuela Ferreira Leite, que não souberam capitalizar a vitória nas Europeias ( há apenas 3 meses! ) nem a dinâmica de desgaste que estava colada ao governo de maioria absoluta do Eng.Sócrates.
Tal como eu tinha salientado, no regresso de Alcobaça, a electrizante campanha de Portas deu frutos, sem recorrer ao chavão que esgotou cedo da "asfixia democrática", e mantendo as bandeiras que o CDS fez suas: a segurança e a falta dela, a crise da agricultura e a protecção das classes médias.
Interessa-me ainda saber, já que os deputados dos círculos da Europa e do Resto do Mundo serão provavelmente repartidos como habitualmente pelo PS e pelo PSD, como votaram os 600.000 novos eleitores para quem a eleição de ontem foi a primeira. Não votaram provavelmente no PS, e penso que terão sido um dos factores de propulsão do BE, que em termos percentuais ficou a escassas décimas do CDS.
Aliás, o sucesso do BE é perfeitamente anómalo ( trata-se na verdade de um partido que reúne trotskistas, maoístas e dissidentes do PCP ) para um partido de extrema-esquerda na União Europeia e, no caso concreto, depois de uma campanha que não foi brilhante.
Gostei da sua análise. Surpreendeu-me a subida inédita de Paulo Portas.
ResponderEliminarOs restantes partidos tiveram os movimentos que esperava: uma franja de socialistas desiludidos a votar no BE e de Socias Democratas a votar CDS.
Pois. Sempre achei o CDS um partido de sócias.
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ResponderEliminarSegundo os analistas o grosso dos novos eleitores repartiu-se pelo BE e pelo CDS. O centrão, pelo menos para já, está em decadência.
ResponderEliminarO comentário do "anónimo" nem merece outros comentários que não seja que não são habituais comentários destes no Prosimetron, cujos leitores costumam ser gente civilizada.