segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Reflexões pós-eleitorais


Ao contrário do que acontece na maioria dos países da União Europeia, a esquerda continua a dominar o nosso parlamento. Somados os deputados do PS, do BE e da CDU na Assembleia da República, e com uma abstenção a rondar os 40%, é legítimo concluir que sociologicamente o país permanece à esquerda.
Quanto a vencedores e vencidos, há que salientar a maioria relativa alcançada pelo PS, embora os grandes vencedores destas legislativas sejam, para mim, o CDS e o Bloco de Esquerda. O grande derrotado foi o PSD e Manuela Ferreira Leite, que não souberam capitalizar a vitória nas Europeias ( há apenas 3 meses! ) nem a dinâmica de desgaste que estava colada ao governo de maioria absoluta do Eng.Sócrates.
Tal como eu tinha salientado, no regresso de Alcobaça, a electrizante campanha de Portas deu frutos, sem recorrer ao chavão que esgotou cedo da "asfixia democrática", e mantendo as bandeiras que o CDS fez suas: a segurança e a falta dela, a crise da agricultura e a protecção das classes médias.
Interessa-me ainda saber, já que os deputados dos círculos da Europa e do Resto do Mundo serão provavelmente repartidos como habitualmente pelo PS e pelo PSD, como votaram os 600.000 novos eleitores para quem a eleição de ontem foi a primeira. Não votaram provavelmente no PS, e penso que terão sido um dos factores de propulsão do BE, que em termos percentuais ficou a escassas décimas do CDS.
 Aliás, o sucesso do BE  é perfeitamente anómalo ( trata-se na verdade de um partido que reúne trotskistas, maoístas e dissidentes do PCP ) para um partido de extrema-esquerda na União Europeia e, no caso concreto, depois de uma campanha que não foi brilhante.

4 comentários:

  1. Gostei da sua análise. Surpreendeu-me a subida inédita de Paulo Portas.
    Os restantes partidos tiveram os movimentos que esperava: uma franja de socialistas desiludidos a votar no BE e de Socias Democratas a votar CDS.

    ResponderEliminar
  2. Pois. Sempre achei o CDS um partido de sócias.

    ResponderEliminar
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  4. Segundo os analistas o grosso dos novos eleitores repartiu-se pelo BE e pelo CDS. O centrão, pelo menos para já, está em decadência.
    O comentário do "anónimo" nem merece outros comentários que não seja que não são habituais comentários destes no Prosimetron, cujos leitores costumam ser gente civilizada.

    ResponderEliminar