sábado, 17 de outubro de 2009

O outro Frédéric de quem se fala

Tendo ele saído em defesa de Roman Polanski , precipitaram-se os abutres sobre Frédéric Mitterrand, ministro da cultura de Sarkozy.
Recuperaram o seu livro de 2005 (!) que foi então um sucesso de vendas e de crítica, e têm usado passagens do mesmo para exigirem a sua demissão, alegando que La mauvaise vie é uma obra autobiográfica pelo que Mitterrand-sobrinho se deveria demitir.
O que me surpreendeu mais foi a reacção dos abutres de esquerda, quero eu dizer os socialistas franceses, que não perdoam ao ministro-sobrinho esse parentesco nem o facto de ter aceite o convite de Sarkozy para ser ministro da cultura. Alguns chamam-lhe traidor às suas raízes de esquerda, o que não deixa de ter graça num partido como o socialista francês em que a traição política está há muitos anos na ordem do dia ( tendo atingido o cúmulo com o que François Hollande fez à sua mulher Ségoléne Royal ).
Frédéric Mitterrand tem-se defendido à altura e, ao contrário do que temi, vem sendo apoiado por Sarkozy que até já tinha lido o livro ( não sei se por influência de Carla B., grande amiga de Frédéric Mitterrand ) quando a polémica estalou nas últimas semanas.
Entretanto, vou, tal como muita gente o está a fazer, comprar o livro.

3 comentários:

  1. Para mim, Frédéric Mitterrand esteve sempre conotado com a direita.
    Não sabia dessa polémica que envolve o PSF, mas parece-me insólito ele falar de raízes de esquerda, porque penso que François Mitterrand vinha de uma família conservadora.

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  2. Que me lembre François Mitterrand, foi alto funcionário de Governo de Vichi, antes da sua "estrada de Damasco" socialista.

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  3. Basta ler A dor, de Marguerite Duras, para ver como essa acusação é falsa. E Duras sempre defendeu Mitterrand, o qual participou activamente na Resistência sob o nome de Morland.

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