Recuperaram o seu livro de 2005 (!) que foi então um sucesso de vendas e de crítica, e têm usado passagens do mesmo para exigirem a sua demissão, alegando que La mauvaise vie é uma obra autobiográfica pelo que Mitterrand-sobrinho se deveria demitir.
O que me surpreendeu mais foi a reacção dos abutres de esquerda, quero eu dizer os socialistas franceses, que não perdoam ao ministro-sobrinho esse parentesco nem o facto de ter aceite o convite de Sarkozy para ser ministro da cultura. Alguns chamam-lhe traidor às suas raízes de esquerda, o que não deixa de ter graça num partido como o socialista francês em que a traição política está há muitos anos na ordem do dia ( tendo atingido o cúmulo com o que François Hollande fez à sua mulher Ségoléne Royal ).
Frédéric Mitterrand tem-se defendido à altura e, ao contrário do que temi, vem sendo apoiado por Sarkozy que até já tinha lido o livro ( não sei se por influência de Carla B., grande amiga de Frédéric Mitterrand ) quando a polémica estalou nas últimas semanas.
Entretanto, vou, tal como muita gente o está a fazer, comprar o livro.
3 comentários:
Para mim, Frédéric Mitterrand esteve sempre conotado com a direita.
Não sabia dessa polémica que envolve o PSF, mas parece-me insólito ele falar de raízes de esquerda, porque penso que François Mitterrand vinha de uma família conservadora.
Que me lembre François Mitterrand, foi alto funcionário de Governo de Vichi, antes da sua "estrada de Damasco" socialista.
Basta ler A dor, de Marguerite Duras, para ver como essa acusação é falsa. E Duras sempre defendeu Mitterrand, o qual participou activamente na Resistência sob o nome de Morland.
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