Prosimetron
sábado, 20 de outubro de 2012
Pequeno-almoço em Marte
Não sei nada desta pintura(?); encontrei-a aqui: http://static.meseon.net/images/artwork/1491f00f32dd891bcfe983f392a19fb4/800_e736ceccc39fc44dc95a0a86f152b4ca.jpg
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
morte anunciada
Ainda em estado de choque para descrever o que esta morte anunciada, antes de um tempo plausível, me fez sentir...
A minha homenagem:
«Resposta
Algo mais elementar que o espaço e o tempo,
e a escuridão luminosa do Areopagita,
uma hipótese ilegível, antes do pensamento,
uma sílaba só de uma palavra não dita,
sem sentido e sem finalidade, apenas uma ocasião,
como um olho único e cego que vê
do fundo da sepultura da razão,
vaste comme la nuit et comme la clarté.
Um sonho
de uma sombra de quê?»
Manuel António Pina, Os Livros. Lisboa: Assírio & Alvim, 2003, p. 13.
A minha homenagem:
«Resposta
Algo mais elementar que o espaço e o tempo,
e a escuridão luminosa do Areopagita,
uma hipótese ilegível, antes do pensamento,
uma sílaba só de uma palavra não dita,
sem sentido e sem finalidade, apenas uma ocasião,
como um olho único e cego que vê
do fundo da sepultura da razão,
vaste comme la nuit et comme la clarté.
Um sonho
de uma sombra de quê?»
Manuel António Pina, Os Livros. Lisboa: Assírio & Alvim, 2003, p. 13.
Manuel António Pina
Passou-se um fim de tarde a falar nele.
É bom ser recordado!
Partiu para a sua Ilha de Orféu.
Amor como em CasaRegresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.
Manuel António Pina, in "Ainda não é o Fim nem o Princípio do Mundo. Calma é Apenas um Pouco Tarde"
É bom ser recordado!
Partiu para a sua Ilha de Orféu.
Amor como em CasaRegresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.
Manuel António Pina, in "Ainda não é o Fim nem o Princípio do Mundo. Calma é Apenas um Pouco Tarde"
Frutas - 93
Luiz Meléndez - Natureza morta com frutas e utensílios de cozinha, ca 1760-1765
Juan Fernández, El Labrador - Natureza morta com cachos de uvas, ca 1620-1630
Giuseppe Recco - Natureza morta romãs, marmelos e flores, ca 1675
Todas do Museu Cerralbo, Madrid.
Leituras no Metro - 109
Já não é a primeira vez que falo destes pequenos cartazes afixados nas carruagens do Metro de Madrid que podem suscitar o interesse de quem lê em continuar a leitura dos romance ou conhecer mais poemas desse autor. Campanha extremamente barata e que pode dar frutos.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Queijo, vinho, &c.
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Steve Forney,
vinhos
20 a 22 de Outubro: Na Casa da Achada
Actividades de 20 a 22 de Outubro
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MÁRIO DIONÍSIO, ESCRITOR E OUTRAS COISAS MAIS
Sábado, 20 de Outubro, 16h
Por motivos alheios a sessão de «Mário Dionísio, escritor e outras coisas mais», programada para o sábado passado, foi adiada para este sábado, dia 20 de Outubro.
Nesta sessão António Carlos Cortez vem falar-nos sobre os dois últimos livros de poemas de Mário Dionísio: Le feu qui dort e Terceira idade.
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Une pluie de taureaux est tombée sur la ville
Comme les autres peu à peu j'ai accepté mon sort en creusant dans la chair 1'ennui de mon asile
Tout est tranquille enfin chez moi Enfin tout dort
Les souvenirs et les désirs et les remords tout doucement s'étiolent
Adieu les rêves et les colères qui s'envolent
sans amertume et sans regret
Mais sous la peau de tout mon corps
dans les replis les plus caches comment le taire le feu qui dort est éveillé
Mário Dionísio, Le feu qui dort
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Acaso interessa
a data do nascimento ou a de agora?
A nossa idade é a do mundo
A dele a nossa
Ao longe lenta uma carroça
leva-nos mortos para o fundo do tempo
E ele ali mesmo recomeça a
toda a hora
Mário Dionísio, Terceira idade
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OFICINA «INVENTAR FABRICANDO»
Domingo, 21 de Outubro, das 15h30 às 17h30
Em Outubro continuamos a oficina «Inventar fabricando» - que não se destina só aos que participaram nela em Agosto, mas também a novas mãos que se queiram juntar.
A partir de objectos de cozinha fizeram-se outros objectos, muitos, que serão antes personagens. Foram nascendo quase histórias. E ainda mais histórias nascerão em Outubro. E se delas fizéssemos livros?
Mais invenções, mais fabricos, mais aprendizagens. Pierre Pratt, desenhador, volta a convidar Filomena Marona Beja, escritora, que já se meteu ao barulho.
Para todos a partir dos 6 anos.
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CICLO A PALETA E O MUNDO III
Segunda-feira, 22 de Outubro, 18h30
Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas ou que estão relacionadas com A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio.
Nesta sessão continuamos a leitura comentada, com projecção de imagens, de Lições do passado de Georg Schmidt, que foi director do Museu de Belas-Artes da Basileia, por Rui-Mário Gonçalves.
«O texto de Georg Schmidt liga este volume ao primeiro da nossa Histoire de la Peinture Moderne, de Baudelaire à Bonnard, de Maurice Raynal. Para o leitor que não tenha seguido os desenvolvimentos que apresentávamos nessa última obra, ele constitui uma introdução indispensável ao estudo que dedicaremos mais especificamente ao Fauvismo e ao Expressionismo, visto que toda a história da pintura do século XIX se encontra aí resumida numa síntese sugestiva, com as suas correntes principais, as suas tendências, as suas escolas e as personalidades excepcionais que o marcaram, desde Ingres a Bonnard, passando por Delacroix, Courbet, Manet, Monet, Cézanne, Gauguin, Van Gogh e Toulouse-Lautrec.
É só nessa perspectiva que surge o verdadeiro significado dos dois movimentos, o Fauvismo e o Expressionismo, sobre os quais nos debruçamos aqui.» Texto introdutório de Histoire de la peinture moderne: Matisse, Munch, Rouault, fauvisme et expressionnisme, editado pela Skira em 1950.
CICLO LITERATURA E CINEMA
Segunda-feira, 22 de Outubro, 21h30
Nesta sessão projectamos Pagos a dobrar (1944, 107 min.) de Billy Wilder, a partir do romance de James M. Cain.
Quem apresenta é João Pedro Bénard.
O cinema é (ou já foi) mais popular que a literatura. O facto é que muito cinema se foi fazendo com a literatura, a partir dela. São muitos e muitos os livros transformados em cinema. Uns terão sido desfeitos pelo cinema, outros refeitos. Há quem ache que o cinema pode levar à literatura (e pôr mais gente a ler) e quem ache que é o cinema que a mata.
Este ciclo é uma selecção de filmes feitos a partir de obras literárias, umas mais famosas do que outras, e de várias épocas. Tentamos assim fazer pensar sobre estas duas linguagens e a sua relação. Mário Dionísio, que muito pensou e escreveu sobre a literatura e o cinema, entendeu que a linguagem da literatura é uma e a do cinema é outra. E é isso que enriquece o mundo e nos enriquece. Só assim se pode continuar a ler romances e a ver filmes com gosto. Mesmo quando o «assunto» é o mesmo. | ||
Nas horas de abertura é possível:
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As novidades do Centro Mário Dionísio | ||
Bibliocuriosidades - 5
A pessoa mais nova a editar um livro foi a norte-americana Dorothy Straight, 4 anos de idade, com este How the World began escrito para a sua avó no ano de 1964. Diz-me a Amazon que está esgotado.
Notícias que entristecem: obras de grandes mestres desaparecidas
No passado dia 18 de outubro, o Expresso relatou a ocorrência do roubo de obras de arte de grandes mestres do século XIX e XX do Museu Kunsthal, em Roterdão.
Os sete quadros, pela primeira vez expostos ao público, pertencem à coleção privada Triton e são os seguintes:
- "Tête d'Arlequin", de Pablo Picasso;
- "La Liseuse en Blanc et Jaune", de Henri Matisse;
- "Waterloo Bridge, London" e "Charing Cross Bridge, London", de Claude Monet;
- "Femme devant une fenêtre ouverte, dite la Fiancée", de Paul Gauguin;
- "Autoportrait", de Meyer de Haan;
- "Woman with eyes closed", de Lucian Freud.
Quem priva estas obras de todos para belo prazer da posse, isto para não evocar outros fins, merece ficar muitos anos dentro de um quarto fechado sem luz porque a tira ao bem comum.
Ler mais: aqui
Etiquetas:
Claude Monet (1840-1926),
Henri Matisse (1869-1954),
Lucian Freud (1922-),
Meyer de Haan (1852-1895),
Paul Gauguin (1848-1903),
Picasso (1881-1973)
Boneca de papel
Pormenor de uma boneca de papel. Tive umas bonecas destas quando era pequena, com grande variedade de vestimentas.
Esta estava numa montra em Madrid.
O Comércio, segundo Goya
Goya - O Comércio, 1804-1806
Estão expostas no Prado (Depósito do Ministério da Marinha) três alegorias de Goya: O Comércio, A Indústria e A Agricultura. Não me lembro de já ter visto anteriormente alguma destas alegorias.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Elegâncias - 85
O impressionismo e a moda, uma exposição (desta vez sobre elegâncias a sério) que pode ser vista até 20 de janeiro de 2013 no Musée d'Orsay, em Paris.
Aqui del Rei
Siiiimmm, sei que sou Republicano. Por isso sei bem dar o valor à expressão. Mas é o que me vem à cabeça depois de ter lido os jornais de hoje acerca do Orçamento para 2013.
EPÍGRAFE PARA A
ARTE DE FURTAR
ARTE DE FURTAR
Roubam-me Deus,
outros o Diabo
— quem cantarei?
outros o Diabo
— quem cantarei?
roubam-me a Pátria;
e a Humanidade
outros ma roubam
— quem cantarei?
e a Humanidade
outros ma roubam
— quem cantarei?
sempre há quem roube
quem eu deseje;
e de mim mesmo
todos me roubam
— quem cantarei?
quem eu deseje;
e de mim mesmo
todos me roubam
— quem cantarei?
roubam-me a voz
quando me calo,
ou o silêncio
mesmo se falo
— aqui del-rei!
quando me calo,
ou o silêncio
mesmo se falo
— aqui del-rei!
JORGE DE SENA
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Preciados
Uma pergunta que nos fizemos? Qual a origem do nome da rua? Já se chamava assim ou tomou o nome das galerias que foram criadas nessa rua?
A rua não passava de um caminho que ligava o centro de Madrid antiga aos pomares e eiras do Mosteiro de San Martín, até 1810, fronteiro ao Monasterio de las Descalzas Reales. «No século XVII, dois irmãos, os Preciados, compraram terras ao convento para construírem as suas casas. Competia-lhes fiscalizar os pesos e medidas oficiais em uso no comércio em Madrid.» (Madrid: guia American Express. Porto: Civilização, 1999, p. 52)
Assim, foi o primeiro grande armazém espanhol - Galerias Preciados -, fundado em 1943 por Pepe Fernández, que tomou o nome da calle. Faliu em 1995.
Paris visto por Hollywood
Até 15 dez. 2013 pode ver, numa exposição na Câmara Municipal de Paris, como o cinema americano tem mostrado a capital francesa.
Pacotes de açúcar - 46
Uns amigos trouxeram-me este pacotes da Holanda.
Os três pacotes da direita estão digitalizados frente e verso.
Números
1.000.000.000
Mil milhões de utilizadores é o impressionante número atingido recentemente pela maior rede social do mundo. Este blogue serve de amostra : só a M.R. é que ainda não experimentou, que eu saiba, frequentar esta rede social. Todos os outros prosimetronistas têm ou tiveram contas no Facebook.
A nossa vinheta
Imagem daqui
A nossa vinheta homenageia Oscar Wilde que nasceu a 16 de Outubro de 1854.
O primeiro livro que li de Oscar Wilde foi o Retrato de Dorian Gray que muito me aprouve. Seguiram-se outras leituras.
Destaco a segunda: O Leque de Lady Windermere, uma peça de teatro cujo tema é uma sátira da sociedade vitoriana.
A peça revela a sagacidade de Wilde e a verdade que existe nos sentimentos e histórias de amor.
A citação eleita é proclamada no III ato por Lorde Darlington, nos seus aposentos, e refere-se ao amor.
Todavia, hoje, no século XXI, utilizo-a como um desabafo emergente da crise de valores e da falta de respeito pela dignidade humana que tem sido apanágio dos nossos governantes.
We are all in the gutter, but some of us are looking at the stars.
Lorde Darlington
in Lady Windermere’s Fan
Nós rastejamos no esterco mas alguns de nós atrevem-se a olhar as estrelas.
Oscar Wilde, O Leque de Lady Windermere e Uma Mulher sem Importância. Porto: Livraria Civilização-Editora, 1963 (Tradução de Maria Isabel Morna Braga p. 81
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
A arte do retrato
Fascinou-me este inesperado retrato numa colecção britânica, a da Universidade de Birmingham. O retratado é Abd el-Ouahed ben Messaoud ben Mohammed Anoun, embaixador em Inglaterra do Rei de Fez, o autor é desconhecido. Um óleo pintado cerca de 1600, comemorando a visita a Inglaterra por esses dias da embaixada do dito rei marroquino.
Bibliocuriosidades - 4
O maior coleccionador de livros autografados do mundo é o pastor evangélico Richard Warren, morador na Califórnia, dono de 2381 livros assinados pelos respectivos autores. Uma colecção começada em 1970, quando Richard tinha 16 anos.
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