Prosimetron

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sábado, 6 de novembro de 2010

Sempre a aprender - 12


Fiquei hoje a saber que é a cidade europeia onde se regista o maior número de casamentos entre primos direitos. Infelizmente, só tomei conhecimento do facto sem perceber se há razões para este insólito recorde. Se ainda fosse uma cidade na Lapónia ou na ilha de Chipre...

Da vida dos padres...


Se ainda não foi desta que a SÁBADO se conseguiu aproximar do volume de vendas da rival VISÃO, sugiro que na próxima semana se dedique à "vida sexual dos políticos"- acho que ainda venderá mais.
Das histórias relatadas, fixei-me mais na do pároco de 31 anos, ligado à Opus Dei (!), que fugiu com a chefe das catequistas. Não há nada de novo debaixo do Sol... ou no melhor pano cai a nódoa...

Alla Osipenko

Muitas vezes o meu dia começa com o Mezzo, e hoje começou sob o signo da dança clássica. No meio de um documentário sobre o grande bailarino Farukh, hoje já professor na Rússia, há uma senhora de idade que diz umas palavras. E uma bailarina da geração seguinte, também já não no activo, diz dela: " É a Alla Osipenko, uma das maiores de sempre."
Alla Osipenko foi realmente uma das maiores bailarinas de sempre, com uma carreira interrompida bruscamente quando foi proibida de dançar por razões políticas depois da fuga de Nureiev, tendo com este feito inesquecíveis duetos. Actualmente, continua a ensinar e toda ela é dignidade e graciosidade. Aqui a vemos, no filme Bolschoi 67, dançando a Morte do Cisne coreografada por Fokine:

75 Anos


Faz hoje 75 anos este jogo que tem divertido várias gerações. Com ele passei várias horas das minhas infância, juventude e até idade adulta, ensinando-o agora a outra geração. Uma excelente criação dos Irmãos Parker que foi também uma "iniciação ao capitalismo" para muita gente...

Em S.Roque


Começa hoje ( e prolonga-se até dia 27 ) mais uma edição do Música em S.Roque, com o primeiro concerto logo à noite, pelas 21h30, na própria Igreja de S.Roque e a cargo da Orquestra Sinfónica Juvenil e do Coro do Instituto Gregoriano de Lisboa.

Cantata da Paz


No seguimento do post da Ana, Francisco Fanhais canta Sophia de Mello Breyner Andresen. Uma canção com cerca de 40 anos.

ONDE ME APETECIA ESTAR - 44 : Vaux-le-Vicomte


- Vaux-le-Vicomte, fachada sul com vista de uma parte dos jardins desenhados por Le Nôtre.

Uma das minhas lacunas na cadeira dos castelos franceses é Vaux-le-Vicomte, a sumptuosa residência de Nicolas Fouquet que provocou a inveja de Luís XIV e levou este a construir Versalhes para não mais ser ofuscado por um seu súbdito. A meros 55km de Paris, Vaux continua passados os séculos em mãos privadas e a ser a maior propriedade privada de França, mas felizmente visitável e várias vezes usada como cenário de filmes.
E se apetece sempre ir visitar este belo castelo e parque, hoje ( e amanhã ) há um motivo mais: é lá que se realiza a 3ª edição do Salon du Chocolat, onde se pode "déguster des merveilles signées de grands chocolatiers dans un décor de rêve".

Em português - 50

Para esta quinquagésima escolha em português não foi preciso pensar muito: tinha de ser a maior voz portuguesa do século passado, que foi também o mais internacional artista português de todos os tempos.
Ela, que cantou os nossos maiores poetas, o fado (tradicional e não só), os songbooks e tantas outras coisas, também cantou o cancioneiro popular. Esta Valentim é uma de que ela própria gostava bastante e que ficou para sempre associada ao seu nome após a primeira gravação que fez dela. E este vídeo do YouTube reporta-se a um concerto na Roménia em 1976:

In Memoriam - Sophia de Mello Breyner Andresen

A 6 de Novembro de 1919 nascia no Porto a promissora escritora Sophia de Mello Breyner Andresen.
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Fotograma do documentário Sophia de Mello Breyner Andresen, de João César Monteiro (1969)


«A coisa mais antiga de que me lembro é dum quarto em frente do mar dentro do qual estava, poisada em cima duma mesa, uma maçã enorme e vermelha. Do brilho do mar e do vermelho da maçã erguia-se uma felicidade irrecusável, nua e inteira. Não era nada de fantástico, não era nada de imaginário: era a própria presença do real que eu descobria. »

Sophia de Mello Breyner Andresen na Entrega do Grande Prémio de Poesia a Livro Sexto ,1964


As Rosas

Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tarde luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas
.

Sophia de Mello Breyner Andresen, Dia do Mar, Lisboa: EdiçõesÁtica, 3ªed. 1974

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Os meus franceses - 109


Esta é a primeira canção do último álbum de Françoise Hardy, que finalmente me chegou às mãos. Muito bom! - para quem gosta desta cantora, claro.
Boa noite!

Fado

Trovas que passam, Saudades Loucas (RTP1) terminou hoje com internacionalização da Amália e com as mais novas vozes do Fado.
O guião dos seis programas foi elaborado por Rui Vieira Nery e foi apresentado por Carlos do Carmo.
Escolhi Paulo Bragança, uma das vozes que hoje passou no programa.
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Paulo Bragança, A Cappella, em Toronto, Canadá, 1993

Wim Mertens

É já amanhá, no CCB, que acontece o concerto do Wim Mertens. Aqui fica uma das minhas preferidas dele: Struggle For Pleasure, que faz parte de um filme ( The Belly of An Architect ) de um dos meus realizadores de culto, Peter Greenaway. Se nunca viram, procurem ver: é um belo filme sobre Roma, a meia-idade e a arquitectura. E a banda-sonora é fantástica.

Calendário da APCC



Sai, amanhã, 5 de Novembro, com os jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias.
Este ano, o calendário da APCC contém ilustrações de Teresa Lima, a qual já recebeu, por duas vezes, o Prémio Nacional de Ilustração (1999 e 2000).

Happy birthday, Tilda


O reconhecimento do desempenho artístico de Tilda Swinton é, por vezes, acompanhado de observações menos agradáveis quanto ao aspecto físico: atributos como gélida ou extra-terrestre abafam o talento verdadeiro de Tilda que se compara a si própria a um David Bowie sem máscara. A escocesa celebra hoje o seu 50º aniversário.

Um quadro por dia - 108

Pierre Paul Prud'hon (1758-1823 ), Il Re di Roma, 1811, óleo sobre tela, 60x47,5cm, Museo Napoleonico di Roma.

E esta escolha é completamente subjectiva: serve para agradecer uns simpáticos presentes recebidos no passado domingo. Obrigado!
Relembro aos mais esquecidos que este Rei de Roma é o filho de Napoleão e Maria Luísa de Habsburgo, também conhecido como Aiglon, Napoleão II ou ainda Duque de Reichstadt, sendo este o título que lhe foi concedido pelo avô paterno, o imperador Francisco II.

Quotidianos - 38


Irmãos Le Nain - Fumadores num interior
Óleo sobre tela, 1643
Paris, Museu do Louvre
Le Nain - nome de três irmãos franceses, nascidos em Laon: Louis (ca 1593-1648), Antoine (1588-1648) e Mathieu (ca 1607-1677).
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Este quadro - colocado no seguimento de outro dos Irmãos Le Nain, que o Luís postou ontem - lembrou-me outro. Qual? Um dos meus preferidos.
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[...]
Fumo? E ocorre-me à lembrança
Todo esse tempo que lá vai,
Quando fumava, ainda criança,
Às escondidas do meu Pai.
[...]
António Nobre - «O meu cachimbo»

PENSAMENTO(S) - 144

O solteiro vive como um rei e morre como um cão. O casado vive como um cão e morre como um rei.

- Jean Anouilh (1910-1987)

Haverá gradações naturalmente, mas...

( E tenho que dizer que esta citação foi surripiada no Facebook do meu amigo João Paiva ).

Coisas do Inferno... - 14

Para reactivar esta série, aqui ficam os La Chanson Noire, com O Bordel de Lucifer.

Citações - 133

(...) Portugal não pode ter êxito sem uma estratégia clara e muito bem explicada aos portugueses, com verdade e sem esconder nada. Para que a percebam e colaborem. Sem isso, a situação só tende a agravar-se com o aparecimento de conflitos sociais de uma gravidade imprevisível. Os cálculos eleitoralistas aqui não servirão para nada.
O taticismo político é importante e, por vezes, necessário e útil. Mas sem se apoiar numa estratégia clara e bem explicada, tornar-se-á puro oportunismo...

- Final da crónica de Mário Soares, Ainda o Orçamento, na Visão.

Em português - 49

Ouvi hoje, muito inesperadamente, este tango que nos remete para outros tempos e que logo pensei em postá-lo aqui. É o Tango dos Pequeno-Burgueses do José Jorge Letria, que entretanto com o passar das décadas também se foi aburguesando :)

Mais franceses

Hoje é Benjamin Paulin, com L' Homme Moderne. A voz é óptima e a letra também. E ele voltará a estas páginas para que seja visto o resto...- Pode ser que a este a nossa Miss Tolstoi não ponha defeitos... :)

Auto-retrato(s) - 66


Berthe Morisot - Auto-retrato
Óleo sobre tela, 1885

«Nous mourrons tous avec notre secret.»
Berthe Morisot

Para recordar e comemorar

Art(hur) Garfunkel nasceu há 69 anos em Nova Iorque. Parece-me que foi somente ontem que cantava e encantava com Simon. O tempo é o maior inimigo do homem.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O sortilégio do sonho

Walter Bejamin


«SALETA DE PEQUENO ALMOÇO

Uma tradição popular adverte para que se não contem sonhos de manhã, em jejum. De facto, neste estado, o recém-acordado permanece ainda sob o sortilégio do sonho.»
in Rua de Sentido Único
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Walter Benjamin, Rua de Sentido Único e Infância em Berlim por volta de 1900, Relógio D'Água, 1992, p. 32 (Introdução Susan Sontag, trad. Isabel de Almeida e Sousa e de Claudia de Miranda Rodrigues)

Boa noite!

Para quem anda a viajar


now voyager sail thou forth to seek and find


Do poema The Untold Want de Walt Whitman.

Biografias, autobiografias e afins - 86

Ao contrário do que costuma acontecer quando aqui trago uma biografia ou autobiografia, em que habitualmente me fico pela leitura prévia de uma ou duas recensões, desta vez foram bem uma meia-dúzia ( a da New York Review of Books, a da Salon, a do New York Times, a do Thought Catalog e as de dois jornais britânicos ) sendo a justificação para tal "prodigalidade" as visões díspares causadas por este tomo escrito pelo Prof.Martin Stannard sobre a vida e a obra da escritora de origem escocesa Muriel Spark (1918-2006).
No que me diz respeito, não foi tanto a obra de Spark que me fez atentar nesta biografia, mas mais a sua vida: as excentricidades, as desavenças familiares ( primeiro com pais, e depois com o filho Robin que acabou por deserdar), a conversão ao Catolicismo e a algo ambígua vida amorosa.
Fiquei foi realmente perplexo com as opiniões tão contraditórias: uns que acham o livro demasiado hagiográfico e outros que pensam precisamente o contrário. A verdade é que esta começou por ser uma biografia autorizada por Spark, ou melhor, e todos parecem de estar de acordo nisto, quase pedida pela biografada, embora 15 anos de trabalho depois tenha passado a não autorizada após a leitura do manuscrito... E só a morte de Muriel Spark desbloqueou o impasse.
De qualquer modo, parece-me, pelos excertos que pude ler, que se trata de uma excelente aproximação biográfica a um nome incontornável das letras britânicas do séc.XX , com presença entre nós.

Muriel Spark: The Biography, Martin Stannard, Norton, 627p, 2010, $35.

Arrumando fotografias - 4



Roma, 13 Set. 2008

As francesas sobre os italianos - 2

«J'avais entendu dire que les Italiens étaient jaloux. Et je m'imaginais que c'était de leus femmes; mais j'étais dans l'erreur. Un mari voit d'un oeil tranquille les galanteries de son épouse, et devient furieux si la femme de son voisin, qu'il aime, prend la liberté de parler familièrement à quelqun autre que lui.»
Mademoiselle du Montier
In: Les hommes jugés par les femmes / sel. Larcher, P.-J. Martin. Bruxelles: Hetzel, 1858, p. 130

Primitivos portugueses (1450-1550): O século de Nuno Gonçalves

José Alberto Seabra Carvalho comissaria esta exposição que tem dois pólos: um que inaugura a 11 Nov. no MNAA; outro, no Museu de Évora, a 18 Nov., ficando ambos patentes até 27 Fev. 2011.
«Reunindo e colocando em confronto mais de 160 pinturas dos séculos XV e XVI, reconstituindo alguns dos mais belos retábulos portugueses desse período, esta exposição ensaia um panorama crítico, actualizado e de grande dimensão, acerca dos chamados Primitivos Portugueses e visa demonstrar como o estudo técnico e material desse património contribui decisivamente para renovar e aprofundar o seu conhecimento. Assinalando o centenário da primeira apresentação ao público, em 1910, dos Painéis de S. Vicente, que desde então passaram a constituir, nacional e internacionalmente, a obra “fundadora” e mais célebre da arte da pintura em Portugal, a exposição procura também documentar e questionar as noções de “originalidade artística” e de “identidade nacional” tradicionalmente associadas ao brilhante ciclo criativo dos Primitivos Portugueses, iniciado por Nuno Gonçalves e depois prosseguido e consolidado pelos nossos pintores da primeira metade do século XVI.
«Contando com a colaboração de muitas colecções públicas e privadas, a selecção de peças privilegiou quer os painéis retabulares mais importantes, quer as pinturas menos conhecidas, algumas oportunamente restauradas para esta ocasião. Do estrangeiro, comparecem importantes obras de museus de Itália, França, Bélgica e Polónia.
«A estrutura da exposição tem uma dominante de ordenação cronológica mas combina essa sequência de base com um agrupamento das obras em função dos confrontos comparativos (estilísticos, iconográficos, etc.) que importa suscitar.
«O percurso integra uma vasta quantidade de materiais gráficos, incluindo uma zona exclusivamente dedicada ao conhecimento, exposição e polémicas relacionadas com os Primitivos Portugueses desde 1910. Inclui também uma vasta documentação laboratorial associada à investigação do processo criativo das pinturas mais relevantes.
«O núcleo expositivo no Museu de Évora é especialmente dedicado aos pintores luso-flamengos e às oficinas activas na cidade nas primeiras décadas do século XVI.» (do site do MNAA)
Mais uma razão para ir a Évora.


Retrato do homem do copo de vinho, ca 1460
Paris, Museu do Louvre

«A repercussão internacional da redescoberta dos Painéis de S. Vicente, em torno de 1910, levou a crítica francesa a atribuir a Nuno Gonçalves um misterioso retrato então recém-adquirido pelo Museu do Louvre. Encarada como singularíssima imagem de um qualquer "funcionário municipal e vinhateiro" afogando eventuais tristezas da vida num bom copo de vinho, a obra passaria assim a ter uma possível paternidade portuguesa. Se nem toda a gente viria a concordar depois com a atribuição, jamais foi possível fazer o confronto directo entre o retrato e os Painéis. Esta exposição permite finalmente fazê-lo. Será que foi Nuno Gonçalves a pintar este retrato desconhecido com chapéu à moda borgonhesa do século XV? O queijo que ele também saboreia será, afinal, português?» (JL, Lisboa, 3 Nov. 2010, p. 10)

Um quadro por dia - 107 : Escher em Évora


Esta litografia de 1956 intitulada Bond of Union para lembrar a exposição A magia de M.C. Escher que está patente no Fórum Eugénio de Almeida, em Évora , até 30 de Janeiro de 2011.

Amanhã é já hoje!


Hoje, 4 Nov., 18h30
Livraria Assírio & Alvim
Rua Passos Manuel, 67B
Lisboa

1978 : Anne Murray

Foi a 4 de Novembro de 1978 que a canadiana Anne Murray iniciava a liderança dos tops norte-americanos com esta You Needed Me de que nos lembramos todos certamente.

Mais Reviralho...

Como hoje é quinta-feira, há mais uma conferência do ciclo Luta Armada e Resistência Republicana- O Reviralho (1920-1940), coordenado pelo Prof.Rosas, sendo que a de hoje está a cargo do Luís Farinha e versa sobre Revoltas contra a Ditadura Militar e o Estado Novo.
É na Ler Devagar, na LX Factory, a Alcântara (R. Rodrigues Faria, 103), pelas 21h30.

Rir é o melhor remédio - 1

Mais uma vez, e desta feita na RTP2, ouvi especialistas falarem sobre os benefícios do riso na saúde humana. Assim sendo, aqui fica um sketch de uma das séries de humor britânicas que mais aprecio, BlackAdder, que teve 4 temporadas e tinha como protagonista o grande Rowan Atkinson, infelizmente mais conhecido pela personagem posterior de Mr.Bean. Esta série percorreu nas suas temporadas a História de Inglaterra de uma maneira notável e com um humor demolidor.
No sketch infra, Rowan Atkinson é a eterna éminence grise e o Príncipe Regente (futuro Jorge IV, um dos mais satirizados reis ingleses e um dos wicked uncles da Rainha Vitória ) é interpretado por um actor que depois se tornaria mundialmente famoso na televisão norte-americana. Um doce a quem adivinhar quem ele é...
E este post vai dedicado ao APS, retribuindo os comic reliefs que muitas vezes alegram as minhas manhãs.

Adenda: E estão à venda por cá os dvd da série.

Lá fora - 87 : Barroco vs Classicismo


Irmãos Le Nain, Le Concert.

São 60 telas, provenientes na sua grande maioria de colecções particulares o que é uma mais-valia desta mostra, que pretendem demonstrar a reacção dos pintores franceses, com Poussin à cabeça, ao protagonismo de Rubens e outros flamengos na corte de Henrique IV.
Um senão, à semelhança do que por vezes acontece em casos similares, é o facto de serem na verdade poucos os Rubens e Poussin presentes na exposição...
Rubens, Poussin et les peintres du XVIIe siècle, Museu Jacquemart-André, até 24 de Janeiro de 2011.

Novidades - 155 : As 40 Famílias...


Uma interessante investigação de História Económica Portuguesa sobre o centenário que agora passou: as nossas elites económicas analisadas por gente ligada ao Bloco de Esquerda, mas tal facto não me perturba. Eu vou ler, embora já soubesse há muito o que pelos vistos os autores não conheciam em profundidade: a grande endogamia destas famílias, que se cruzaram familiar e empresarialmente.
Os Espíritos, Mellos, Ulrich, Orey, Ferreira Pinto Basto, Lima Mayer e outros tantos nomes mais ou menos conhecidos. Mas não é só do mérito/demérito destas dinastias que trata o livro, mas também de como sobreviveram e prosperaram depois do 25 de Abril, com a preciosa ajuda de muitos e vários governantes e ex-governantes...
É uma edição da Afrontamento.

Auto-retrato(s) - 65


Anthony Van Dyck - Auto-retrato com girassóis
Óleo sobre tela, 1633

O SOL

Sol na serra, girassol
O que é que fizeste da lua?
Nós partilhamos a mesma sorte
Ela no céu e eu no chão...
Sobre nós mesmos rodamos
Como loucos numa prisão.

Robert Desnos (1900-1945)
Trad. Jorge Sousa Braga
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Para o Luís, neste dia de sol.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Boa noite!

1984: 3 de Novembro

Paul McCartney tinha um álbum, Give My Regards To Broad Street, e um single, esta No More Lonely Nights, nos tops de vendas.

Na Cinemateca

Este ciclo O Cinema À Volta de Cinco Artes, Cinco Artes À Volta do Cinema integrado no Festival Temps d'Images, começou ontem e prolonga-se até dia 11, explorando as ligações entre o cinema e o teatro, a ópera e a literatura, com obras que raramente são vistas de Franju, Rivette, Keaton, Straub, Lang, Rohmer, Meliés ou Preminger, mas também estreias portuguesas e mundiais. Além dos filmes, estarão convidados para os apresentar e segue-se debate.

Mais info aqui: http://www.cinemaavoltadecincoartes.blogspot.com/

ONDE ME APETECIA ESTAR - 43 : África do Sul



Pois era na África do Sul, mais propriamente em Madikwe, a acompanhar o nosso João Soares nas suas férias, sendo que ainda há momentos estava ele a observar os rinocerontes. Boas Férias!

Novidades - 154: Da Vida Privada

Uma novidade editorial de autoria lusa que de certeza irá figurar em várias estantes prosimetrónicas. Uma obra monumental coordenada pelo Prof.Mattoso, sendo cada volume da responsabilidade de um especialista da era tratada. O primeiro volume, dedicado à Idade Média, é coordenado por Bernardo Vasconcelos e Sousa.
Uma edição do Círculo de Leitores e da Temas e Debates.

Frase da semana ( que passou )


Este orçamento é uma vigarice e os seus autores mereciam ser presos.
Manuela Ferreira Leite

Arrumando fotografias - 3


«La villa était assez terminée pour que j'y pusse faire transporter mes collections, mes instruments de musique, les quelques milliers de livres achetés un peu partout au cour de mes voyages.» (Marguerite Yourcenar - Memórias de Adriano)

Biblioteca, Vila Adriana, 12 Set. 2008

«Un nouveau project m'occupa longtemps et n'a pas cessé de le faire: L'Odéon, bibliothèque modèle, pourvue de salles de cours et de conférences, qui serait à Rome un centre de culture grecque. J'y mis moins de splendeur que dans la nouvelle bibliothèque d'Éphèse, construite trois ou quatre ans plus tôt, moins d'élégance aimable que dans celle d'Athènes. Je compte faire de cette fondation l'émule, sinon l'égale, du Musée d'Alexandrie; son développement futur t'incombera. En y travaillant, je pense souvent à la belle inscription que Plotine avait fait placer sur le seuil de la bibliothèque établie pas ses soins en plein Forum de Trahan.» (Marguerite Yourcenar - Memórias de Adriano)

Cit. retiradas de Nicoletta Lanciano - Villa Adriana: entre ciel et terre. Roma: Apeiron, 2007

Para o Jad.

As francesas sobre os italianos - 1


Louise Vigée Le Brun - Madame de Stael como Corinne, 1809

«Les Italiens conservent toute leur vie, par leur grâce et leur imagination, des droits prolongés à l'enfance... La faiblesse du caractère se pardonne quand elle est avouée, et, dans ce genre, les Italiens ont une franchise singulière qui inspire uns sorte d'intérêt.»
Madame de Stael (1766-1817)
In: Les hommes jugés par les femmes / sel. Larcher, P.-J. Martin. Bruxelles: Hetzel, 1858, p. 129

Esther Cohen

Até muito recentemente, esta pacata dona de casa de 42 anos de idade era uma anónima chilena. O que se alterou radicalmente depois da sua presença num concurso de talentos musicais no Chile. Já lhe chamam, como seria de esperar, a Susan Boyle chilena.

Citações - 132


(...) Sentados à mesa vazia de farturas, remendando a manta de retalhos, como se o país dependesse apenas de um orçamento e não daquilo a que não teve direito: visão política. Somos provincianamente governados porque nos deixamos provincianamente governar e temos repulsa e atração pela autoridade, traço distinto do caráter nacional que devemos ao Dr.Salazar e aos seus 48 anos de medo e miopia. (...)
Clara Ferreira Alves, Um país porreiro, no Expresso do passado sábado.
Uma crónica para ler na íntegra.

Azul Ar

Praia da Falésia, Algarve

Ao encontro de O'Neill e os anos 7o.

AZUL AR

azul mais azul que todo o azul do mar
azul mais azul que todo o azul do mundo
que azul tão azul tinha
ali o azul do céu
para onde azulou o passarinho meu

Alexandre O'Neill, Anos 70 poemas dispersos, Lisboa: Assírio & Alvim, 2005, p. 85

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Boa noite!


O Chapéu de Palha de Itália vai estar no palco do Teatro São Carlos, de 14 a 21 de Maio de 2011, no ano do centenário do nascimento de Nino Rota.

Homenagem a Lagoa Henriques



A exposição de homenagem ao homem, ao poeta e grande escultor português que foi o Mestre Lagoa Henriques, destacando o exercício pedagógico que foi o seu percurso de vida.
No ensino artístico, a influência do Mestre foi construída ao longo dos anos pela forma inovadora de entender o processo criativo e o exercício do olhar. Também no Atelier de Arte da Fundação LIGA, a sua colaboração foi ao encontro de afectos e de aprendizagens, capacitando pessoas que estavam à margem e abrindo caminhos de descoberta através da arte.
O projecto museológico da exposição tem como intuito abranger transversalmente um público heterogéneo e envolve três núcleos expositivos: a Obra Artística, distinguindo a escultura, o desenho, a poesia e o diálogo entre elas; a Acção Pedagógica, especificando a comunicação visual e a educação do olhar nas escolas de Belas Artes e meios de comunicação, e a relação com a fundação LIGA.
Rua do Sitio ao Casalinho da Ajuda
Lisboa

O que a vida une, a morte não separa!

(foto roubada)

Carlos Amado (1936-2010) reencontrou-se com Lagoa Henriques (1923-2009), na Ilha de Orfeu.

Escritor fantasma

A pedido de Miss Tolstoi, coloco esta imagem e este poema. Em nome do Prosimetron agradeço a colaboração.

Charles Allen Gilbert (1873 - 1929) : All is Vanity (1892)

Vanitas Vanitatum
All the flowers of the spring
Meet to perfume our burying;
These have but their growing prime,
And man does flourish but his time:
Survey our progress from our birth;
We are set, we grow, we turn to earth.
Courts adieu, and all delights,
All bewitching appetites!
Sweetest breath and clearest eye,
Like perfumes, go out and die;
And consequently this is done
As shadows wait upon the sun.
Vain ambition of kings
Who seek by trophies and dead things
To leave a living name behind,
And weave but nets to catch the wind.
John Webster (ca 1580-ca 1634)

Outono


Léon de Smet (1881-1966) - Paisagem de Outono
Óleo sobre tela, s.d.
Londres, Alon Zakaim Fine Art Ltd.

Arrumando fotografias - 2



«Hier, à la Villa, pensé aux milliers de vies silencieuses, furtives comme celles des bêtes, irréflechies comme celles des plantes, bohémiens du temps de Piranèse, pilleurs de ruines, mendiants, chevriers, paysans logés tant bien que mal dans un coin de décombres, qui se sont succédés ici entre Hadrien et nous.» (Marguerite Yourcenar - Carnets de notes de Mémoires d'Hadrien)



Canopo - «Nous sommes encombrés de statues, gorgés de délices peintes ou sculptées, mais cette abondance fait illusion; nous reproduisons inlassablement quelques douzaine de chefs-d'oeuvre que nous ne serions plus capables d'inventer. Moi aussi, j'ia fait copiere pour la Villa d'Hermaphrodite et le Centaure, la Niobide et la Vénus. J'ai tenu à vivre le plus possible au milieu de ces mélodies de formes.» (Marguerite Yourcenar - Memórias de Adriano)


Vila Adriana, 12 Set. 2008

Cit. retiradas de Nicoletta Lanciano - Villa Adriana: entre ciel et terre. Roma: Apeiron, 2007

Julee Cruise

Esta Falling integra a extraordinária banda-sonora da série de culto Twin Peaks. Um regresso a 1990 (!) quando o mundo andava a interrogar-se sobre Quem matou Laura Palmer?.

Um quadro por dia - 106


Diego Rivera, Dia dos Mortos, 1924, óleo sobre tela, Ministério da Educação, Cidade do México.
Neste Dia de Fieis Defuntos, de Finados ou de Todos-os-Mortos, no calendário cristão (mais celebrado, porém, pelos ramos católicos e menos pelos protestantes) , uma tela de um grande pintor mexicano, sendo o México um país onde este dia é feriado e por toda a parte se celebra efusivamente o Dia de Los Muertos.