Prosimetron
sábado, 5 de setembro de 2009
À memória de Freddie Mercury!
Freddie Mercury faria hoje 63 anos. Parabéns!
Em sua memória deixo estes dois trabalhos dele:
>
Esta é a canção do grupo que gosto mais:
A ela volta-se sempre
- Um dos templos de Agrigento, Sicília.
Será que o João P. , querido amigo e amigo do Prosimetron, já visitou Agrigento como planeava nesta sua segunda visita à Sicília? Ficamos à espera de notícias.
Das ilhas pequenas, esta é indubitavelmente a mais bela da Europa. Viesse o Euromilhões, e uma parte do ano seria passada nesta pérola do Mediterrâneo.
Será que o João P. , querido amigo e amigo do Prosimetron, já visitou Agrigento como planeava nesta sua segunda visita à Sicília? Ficamos à espera de notícias.
Das ilhas pequenas, esta é indubitavelmente a mais bela da Europa. Viesse o Euromilhões, e uma parte do ano seria passada nesta pérola do Mediterrâneo.
Grande Nina S.
Não sei se já foi postado este hit da grande Nina, mas aqui fica porque fez parte da minha "banda sonora" desta tarde.
Uma saborosa dica
Figueira da Foz
Post Postpelas 22.53:
Julgamos que os outros sabem o mesmo que nós... esqueci-me que Maria Clara é praticamente desconhecida dos mais novos. Já apareceu uma notícia na Web.
Transcrevo:
"Maria da Conceição Ferreira Machado Vaz nasceu em Lisboa em 1923, mas foi com o nome artístico de Maria Clara que a actriz e cantora se celebrizou. A artista iniciou-se no teatro com A Costureirinha da Sé e foi uma das primeiras estrelas da rádio, tendo sido eleita representante portuguesa no Festival Internacional da Rádio, em 1953. Maria Clara gravou quase duas centenas de discos, nos quais imortalizou canções como 'Figueira da Foz', 'Marcha do Outono', 'Ó Zé Aperta o Laço' e 'As Pedras Que Tu Pisas'. A cantora passou também pela sétima arte, com uma pequena aparição no filme Três Espelhos, onde aparece a cantar fado.
Maria Clara, de 85 anos, foi casada com professor e médico Júlio Machado de Sousa Vaz com quem teve um filho, [...] Júlio Machado Vaz".
Renunciou à sua carreira por Amor.
Júlio Machado Vaz
Ao Júlio que teve o privilégio de ser embalado com o "O Zé aperta o laço", como ele muitas vezes comentava comigo, envio um abraço. Maria Clara era a Mãe de Júlio Machado Vaz
Júlio Machado Vaz (1949- )
Júlio Machado Vaz (1949- )
Assim desaparece a memória...
Estava a brincar ao telefone com uma amiga e lembrei uma canção que escutei na boca de Maria Clara. Falei nela...
Desligo o telefone e o telefone toca. Era outro amigo que me dizia: João, lamento dizer-lhe, morreu a sua amiga Maria Clara!
Pois é já não tenho quem me cante: o Zé aperta o laço, como m'o fez algumas vezes na sua linda casa, na Rua do Bulhão (n.º 138), no Porto. Era visita obrigatória. Mais uma pessoa que esperará por mim na minha Ilha de Orfeu.
Maria Clara e os seus netos, como eu a conheci...
Desligo o telefone e o telefone toca. Era outro amigo que me dizia: João, lamento dizer-lhe, morreu a sua amiga Maria Clara!
Pois é já não tenho quem me cante: o Zé aperta o laço, como m'o fez algumas vezes na sua linda casa, na Rua do Bulhão (n.º 138), no Porto. Era visita obrigatória. Mais uma pessoa que esperará por mim na minha Ilha de Orfeu.
Maria Clara e os seus netos, como eu a conheci...
Auto-retrato(s) - 10
Afinal havia outra... não, não é a canção.
Houve outra viagem feita fora de Portugal só para ver uma exposição. Foi para ir ver a Magnifica Exposição "Seducción, Modernidad, Utopía" dedicada a Alphonse Mucha. Fomos até Salamanca, de carro...
Nessa exposição estava um auto-retrato do grande pintor, como Soberano Grande Comendador do R.E.A.A.
Notícias do Escritor Prodigioso
Enquanto se aguarda a chegada dos restos mortais de Jorge de Sena, que serão depositados no Cemitério dos Prazeres em data ainda a anunciar, arranca já no próximo mês a reedição integral das obras de Sena na Guimarães de Paulo Teixeira Pinto com o romance Sinais de Fogo.
Entretanto, Mécia de Sena revelou que está a preparar dois volumes novos com inéditos e dispersos, reunindo um deles as intervenções políticas do escritor.
Entretanto, Mécia de Sena revelou que está a preparar dois volumes novos com inéditos e dispersos, reunindo um deles as intervenções políticas do escritor.
Ainda?
Li há dias que vão ser pagos 100 milhões de euros de indemnizações pelo Estado alemão e pelo fabricante do medicamento, às vítimas da talidomida ( medicamento receitado às grávidas na década de 60 e que causou malformações congénitas em milhares de recém-nascidos por todo o mundo ). Fiquei absolutamente surpreendido pois julgava que todas as vítimas tinham sido ressarcidas há muito tempo. Conheço pessoalmente uma vítima portuguesa cujos pais receberam uma indemnização generosa há já muitos anos. Generosidade que obviamente apenas minimizou o sofrimento.
Dada a quantia em causa, fico com a impressão de que se trata ainda de um número razoável de casos. Talvez aqueles que nunca chegaram a acordo, judicial ou extrajudicialmente? Mesmo assim, é muito tempo.
Dada a quantia em causa, fico com a impressão de que se trata ainda de um número razoável de casos. Talvez aqueles que nunca chegaram a acordo, judicial ou extrajudicialmente? Mesmo assim, é muito tempo.
PENSAMENTO DO DIA
Contos de Orkény - 8
- Fotografia de Euromedbeer.
INFORMAÇÃO
Há já catorze anos que está sentado à entrada de um postigo. As pessoas só lhe dirigem dois tipos de perguntas.
- Onde ficam os escritórios da Montex?
Ele responde:
- Primeiro andar, à esquerda.
A segunda pergunta é:
- Onde fica a Empresa Transformadora dos Desperdícios de Resinas?
A esta ele responde:
- Segundo andar, segunda porta à direita.
Há catorze anos que nunca se engana, toda a gente tem recebido a informação correcta. Uma vez, porém, aconteceu que uma senhora se dirigiu ao seu postigo e lhe fez uma das perguntas habituais:
-Pode fazer o favor de me dizer onde é a Montex?
E ele, nessa única vez, alongou os olhos e disse assim:
- Todos nós vimos do nada e à merda do nada vamos voltar.
A senhora apresentou queixa. A queixa foi examinada, discutida e depois arquivada.
E de facto, não era assim tão grave.
- István Orkény, Histórias de 1 minuto, vol.1, Introd., selec. e trad. do húngaro de Piroska Felkai, Cavalo de Ferro, 2004.
INFORMAÇÃO
Há já catorze anos que está sentado à entrada de um postigo. As pessoas só lhe dirigem dois tipos de perguntas.
- Onde ficam os escritórios da Montex?
Ele responde:
- Primeiro andar, à esquerda.
A segunda pergunta é:
- Onde fica a Empresa Transformadora dos Desperdícios de Resinas?
A esta ele responde:
- Segundo andar, segunda porta à direita.
Há catorze anos que nunca se engana, toda a gente tem recebido a informação correcta. Uma vez, porém, aconteceu que uma senhora se dirigiu ao seu postigo e lhe fez uma das perguntas habituais:
-Pode fazer o favor de me dizer onde é a Montex?
E ele, nessa única vez, alongou os olhos e disse assim:
- Todos nós vimos do nada e à merda do nada vamos voltar.
A senhora apresentou queixa. A queixa foi examinada, discutida e depois arquivada.
E de facto, não era assim tão grave.
- István Orkény, Histórias de 1 minuto, vol.1, Introd., selec. e trad. do húngaro de Piroska Felkai, Cavalo de Ferro, 2004.
Um festival de Setembro
Começa no próximo dia 11 mais uma edição de um dos mais antigos festivais de música de França, o de Besançon, cujo tema deste ano é Voyage en Italie, e que conta com a Orquestra Filarmónica de Monte Carlo, a Symphonica d' Italia dirigida por Lorin Maazel, o Il Giardino Armonico e ainda outros agrupamentos.
- 62e Festival International de musique de Besançon, de 11 a 26 de Setembro.
- 62e Festival International de musique de Besançon, de 11 a 26 de Setembro.
Brueghel ao vivo
A nona lua!
Estamos na Nona Lua do Ano. É a mais luminosa de todas as luas. Esta noite tirei-lhe uma foto, mesmo com o meu telemóvel, e tinha mais luz do que o candeeiro que também aparece na foto, mesmo com toda a luz da cidade.
c.21.00 Avenida da Liberdade (Lisboa)
O meu escritório
Retrato e reverso
Todos, os que temos vista, conhecemos a nossa face. Olhamos para um espelho e, com olhos mais ou menos críticos, mais ou menos reais, construímos e temos a percepção de uma imagem que dizemos que é a nossa. Dizemos que construímos e temos a percepção de uma imagem, porque muitas e muitas vezes olhamos para um retrato e não nos conseguimos reconhecer. Existem dias que olhamos para o espelho e julgamos ver outra pessoa que não nós... Mas na verdade somos nós que estamos na face do espelho... somos nós que estamos no retrato.
Dürer pintou dezenas de retratos e uma dezena de auto-retratos. Todos eles me deixam sempre um encanto. Dürer é o pintor que me acompanha desde que comecei a olhar para a pintura. É, até hoje, o único pintor que me obrigou a fazer uma viagem de oito horas só e exclusivamente só, para ver uma exposição que lhe era dedicada. Só permaneci nesse país e nessa cidade oito horas das quais seis foram a ver a exposição. Já programei outras viagens para ver outras exposições deste e de outros pintores, mas fiquei mais tempo nessas viagens, apreendi muito de todo o resto.
Em Wien (Viena, Áustria) existe um grande acervo da obra de Albrecht Dürer.
No Kunsthistorisches Museum existe um quadro que me prendeu a atenção. Nem sequer é o dos mais bonitos, nem sabemos quem é o felizardo que lá está retratado, nem por que é que foi retratado! Vão dizer os que me conhecem... porque é louro... não, nem por ser de um jovem louro. É que existem duas partes no mesmo rosto que não se integram. Quem olha esta boca não imagina aquele olhar... e vice-versa: Isso fez-me lembrar uma imagem que conheço bem...
Mas não foi por isso... certamente existe uma história em roda deste quadro... e eu próprio construi uma outra pensando no reverso do quadro! E qual será esse reverso?
Desafio: qual é o reverso deste retrato?
Existe um ensaio publicado por A. H. de Oliveira Marques que se chama "Retrato e Reverso de Portugal". A esse ensaio fui pedir emprestado o título para esta crónica.
Moulin Rouge
Zsa Zsa Gabor no papel de Jane Avril no filme Moulin Rouge, de John Huston (1952). O filme, falado e cantado em inglês, teria ganho se o tivesse sido em francês. Esta cena é da dobragem alemã.
Não conhecia este filme e fui ontem vê-lo à Cinemateca. Gostei, mas teria sido mais apropriado chamar-se Toulouse-Lautrec, já que se trata da vida deste pintor.
Barry McGuire
Como ontem não consegui colocar You were on my mind pelo Barry McGuire, deixo aqui hoje Eve of Destruction (1965).
http://www.barrymcguire.com/
Fragmentos Poéticos - 1
Arquíloco, Museu do Louvre
IDEAL DE MODERAÇÃO
xNão me importam as riquezas e o ouro de Giges*,
não me domina sequer a ambição, não invejo
as obras dos deuses nem desejo a soberba tirania.
Longe está tudo isso dos meus olhos.
(Fragmentos Iâmbicos - frag. 19)
x
* Giges foi um famoso rei da Lídia, conhecido por ter comandado um reinado de opulência. (terá reinado entre 687 a.C e 652 a.C., dados usados para a data do poeta.
xArquíloco, Fragmentos Poéticos, Lisboa: Imprensa Nacional, 2008, p.72
Quotidianos - 6
Columbano - Concerto de amadores
Óleo sobre tela, 1882
Lisboa, Museu do Chiado
Pintura realizada para o Salon de 1882, no qual foi recebida com indiferença.
«Os cinco amadores que cantam nessa sala mal alumiada dão-nos a impressão intensa a um tempo, de um drama e de um conto fantástico.» (Jaime Batalha Reis)
Os retratados são, da esquerda para a direita: Maria Augusta (irmã do pintor), Adolfo Greno, um cantor italiano, Josefa Greno e Artur Loureiro (ao piano).
«Os cinco amadores que cantam nessa sala mal alumiada dão-nos a impressão intensa a um tempo, de um drama e de um conto fantástico.» (Jaime Batalha Reis)
Os retratados são, da esquerda para a direita: Maria Augusta (irmã do pintor), Adolfo Greno, um cantor italiano, Josefa Greno e Artur Loureiro (ao piano).
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Frase do dia
Hoje almocei com uma amiga. O café vinha acompanhado de pacotinhos de açúcar com frases. A minha:
A bondade gera bondade.
Sófocles (496-406 a.C.)
A bondade gera bondade.
Sófocles (496-406 a.C.)
Se transportares uma lâmpada...
Apologia do sonho
Que do sonho só se salva o sonho
quando, sendo penosa a cadência dos dias,
esse sonho se torna licor inebriante
que por dentro nos lava ou rasura o frio
de viajar por entre as catacumbas.
Que esse sonho salva, bem sabemos,
nas tão difíceis contas a prestar
à razão mais corrente e à voz mesquinha:
dizerem que dormir é descansar
para voltar - sem sonho - à mesma vinha
que, no dia-a-dia, se tem de amanhar...
João Rui de Sousa
In: Quarteto para as próximas chuvas. Lisboa: Dom Quixote, 2008, p. 30
quando, sendo penosa a cadência dos dias,
esse sonho se torna licor inebriante
que por dentro nos lava ou rasura o frio
de viajar por entre as catacumbas.
Que esse sonho salva, bem sabemos,
nas tão difíceis contas a prestar
à razão mais corrente e à voz mesquinha:
dizerem que dormir é descansar
para voltar - sem sonho - à mesma vinha
que, no dia-a-dia, se tem de amanhar...
João Rui de Sousa
In: Quarteto para as próximas chuvas. Lisboa: Dom Quixote, 2008, p. 30
As estradas leves
Um deus que brinca e que nada quer,
que sonha ou canta, é ele próprio um sonho
que na areia cintila. Fogo ou desejo,
menino que corre no vento entre estrelas verdes,
a mão ondula e quase escreve e quase dança,
e na violência azul incendeia e apaga
as estradas leves suspensas sobre o abismo.
António Ramos Rosa
In: Acordes. Lisboa: Quetzal, 1990, p. 33
que sonha ou canta, é ele próprio um sonho
que na areia cintila. Fogo ou desejo,
menino que corre no vento entre estrelas verdes,
a mão ondula e quase escreve e quase dança,
e na violência azul incendeia e apaga
as estradas leves suspensas sobre o abismo.
António Ramos Rosa
In: Acordes. Lisboa: Quetzal, 1990, p. 33
Novidades - 67 : Macarons
Esta especialidade parisiense é de comer e chorar por mais, e é um dos símbolos da doçaria parisiense desde o séc.XVIII. Este livro de Pierre Hermé oferece 68 receitas, de variedades clássicas como baunilha ou chocolate negro até novidades mais exóticas: ketchup-cornichon...
- Macaron, Pierre Hermé, Agnès Viénot Éditions, 2009.
- Macaron, Pierre Hermé, Agnès Viénot Éditions, 2009.
PENSAMENTO DO DIA
De Herodes para Pilatos...
Entretanto, a novela Prisa/Moura Guedes vai se adensando: foi emitido um comunicado pela Prisa, o gigante espanhol de comunicação que é dono da Media Capital, sendo esta como se sabe dona da TVI, onde se diz que Juan Luís Cebrian não foi o responsável pela decisão de tirar do ar Manuela Moura Guedes, e que a decisão foi antes tomada em Lisboa.
Por sua vez, a ERC já abriu um inquérito ao caso, o que faz todo o sentido porque desde logo é ilegal uma decisão deste tipo ser tomada pela administração e não pela direcção de informação.
Compreendo os argumentos da nossa M.R. ao meu post anterior mas há factos incontornáveis:
1- O Jornal de Sexta-Feira da TVI tinha enormes audiências;
2- Desgastava o Governo e em especial o Eng. Sócrates como o próprio reconheceu no último Congresso do PS;
3- A decisão de extinguir este noticiário partiu não da direcção de informação da TVI como seria de esperar, mas da administração que passou completamente por cima daquela;
4- A direcção de informação da TVI demitiu-se em bloco.
Continuo a pensar que houve conluios político-económicos por detrás do afastamento de Moura Guedes, e que não se trata de uma mera coincidência estarmos em período de campanha eleitoral, convicção ainda mais reforçada com as trapalhadas de comunicados e esclarecimentos das últimas horas provenientes da Prisa e da própria TVI.
Convicção que não me impede de achar que muitas vezes Manuela Moura Guedes ultrapassou os limites deontológicos do seu estatuto profissional, e até do simples bom senso e bom gosto.
Por sua vez, a ERC já abriu um inquérito ao caso, o que faz todo o sentido porque desde logo é ilegal uma decisão deste tipo ser tomada pela administração e não pela direcção de informação.
Compreendo os argumentos da nossa M.R. ao meu post anterior mas há factos incontornáveis:
1- O Jornal de Sexta-Feira da TVI tinha enormes audiências;
2- Desgastava o Governo e em especial o Eng. Sócrates como o próprio reconheceu no último Congresso do PS;
3- A decisão de extinguir este noticiário partiu não da direcção de informação da TVI como seria de esperar, mas da administração que passou completamente por cima daquela;
4- A direcção de informação da TVI demitiu-se em bloco.
Continuo a pensar que houve conluios político-económicos por detrás do afastamento de Moura Guedes, e que não se trata de uma mera coincidência estarmos em período de campanha eleitoral, convicção ainda mais reforçada com as trapalhadas de comunicados e esclarecimentos das últimas horas provenientes da Prisa e da própria TVI.
Convicção que não me impede de achar que muitas vezes Manuela Moura Guedes ultrapassou os limites deontológicos do seu estatuto profissional, e até do simples bom senso e bom gosto.
Um Quotidiano imaginado!
Por sugestão de Jad, resolvi mudar o título deste post, obrigada. Para mim ele era um quotidiano, apesar de imaginado, pois, todos os dias pomos a mesa e o que lá se põe tem movimento. Foi assim que vi este quadro. No entanto, Jad fez-me ver que o quotidiano tem que ser real e pertencer a um todo e não à mente de cada um.
x
Todos os dias nos sentamos à mesa para saborear uma refeição, um petisco, beber um chá, escrever no portátil ou pura e simplesmente olhar para a paisagem a partir da mesa.
xSalvador Dali, Nature Morte Vivante, 1956
Contos de Orkény - 7
QUEM É O ASSASSINO?
O juiz que costumava julgar os processos-crime, disparou contra um corço no território grande da reserva. Depois de ter dado o tiro de misericórdia, disse assim:
- A caça é a paixão mais nobre.
O procurador fazia colecção de borboletas. Furava com um alfinete os seus abdómens e, quando já estavam mortas de asas abertas, pensava:
- Assim é a sede de saber.
Quem escreve estas linhas e também a reportagem sobre um assunto de crime, é um adepto entusiástico do pólo aquático. Se algum jogador da sua equipa dá um pontapé no estômago do adversário, ainda o encoraja da tribuna.
- O pólo aquático é um desporto duro- costuma dizer-se.
E o que é que disse o assassino?
Não esteve com rodeios. Confessou, compungidamente, ter morto a mulher que o tinha traído com toda a gente, impelido a sua filha à desmoralização, arruinado a família inteira. Disse desanimado:
- Sou um assassino.
Foi enforcado.
- István Orkény, Histórias de 1 minuto, vol.1, Introdução, selecção e tradução do húngaro de Piroska Felkai, Cavalo de Ferro, 2004.
O juiz que costumava julgar os processos-crime, disparou contra um corço no território grande da reserva. Depois de ter dado o tiro de misericórdia, disse assim:
- A caça é a paixão mais nobre.
O procurador fazia colecção de borboletas. Furava com um alfinete os seus abdómens e, quando já estavam mortas de asas abertas, pensava:
- Assim é a sede de saber.
Quem escreve estas linhas e também a reportagem sobre um assunto de crime, é um adepto entusiástico do pólo aquático. Se algum jogador da sua equipa dá um pontapé no estômago do adversário, ainda o encoraja da tribuna.
- O pólo aquático é um desporto duro- costuma dizer-se.
E o que é que disse o assassino?
Não esteve com rodeios. Confessou, compungidamente, ter morto a mulher que o tinha traído com toda a gente, impelido a sua filha à desmoralização, arruinado a família inteira. Disse desanimado:
- Sou um assassino.
Foi enforcado.
- István Orkény, Histórias de 1 minuto, vol.1, Introdução, selecção e tradução do húngaro de Piroska Felkai, Cavalo de Ferro, 2004.
O regresso de Rangel
Ele desmente, diz que não foi convidado, mas tenho para mim que há grandes possibilidades de que seja mesmo Emídio Rangel o próximo director-geral da TVI, substituindo José Eduardo Moniz. Desde logo, pelo que ouvi há pouco na TSF da boca dele sobre a extinção do Jornal da Noite de Sexta-Feira conduzido, mal ou bem não interessa para o caso, por Manuela Moura Guedes.
Apesar dos "protestos" do PS, Sócrates dormirá mais descansado nas próximas sextas.
E alguém acredita na explicação oficial da Prisa- que foi o próprio Juan Luís Cebrian, todo-poderoso dono da Prisa e socialista de sempre, que decidiu "homogeneizar a informação da TVI"? Curiosamente, a três semanas de eleições legislativas em Portugal...
Pense-se o que se pensar do estilo e da deontologia de Manuela Moura Guedes, isto cheira muito mal.
Apesar dos "protestos" do PS, Sócrates dormirá mais descansado nas próximas sextas.
E alguém acredita na explicação oficial da Prisa- que foi o próprio Juan Luís Cebrian, todo-poderoso dono da Prisa e socialista de sempre, que decidiu "homogeneizar a informação da TVI"? Curiosamente, a três semanas de eleições legislativas em Portugal...
Pense-se o que se pensar do estilo e da deontologia de Manuela Moura Guedes, isto cheira muito mal.
You were on my mind
Queria esta canção interpretada por Barry McGuire, mas não a encontrei.
http://crispianstpeters.tripod.com/
Auto-retrato(s) - 9
Gosto de Teixeira de Pascoaes e descobri este auto-retrato. Não sei se foi publicado na Revista A Águia. Alguém sabe?
Teixeira de Pascoaes (1877-1952), Auto-Retrato
Auto-retrato(s) - 8
Anton Pilgram - Auto-retrato
Pedra, ca. 1512-1513
Viena, Catedral de Santo Estêvão
Anton Pilgram, escultor e arquitecto, nasceu, talvez, em Brno (Morávia). Esteve envolvido na construção de algumas igrejas, uma das quais a Catedral de Santo Estêvão, em Viena, tendo nesta esculpido o seu auto-retrato no púlpito.
J'Attendrai / Tornerai
O post de MR sobre a invasão da Polónia e o começo da II Guerra Mundial assim como o filme "Sacanas sem Lei" recordaram-me uma canção: j'attendrai, musicada, por Dino Olivieri, em 1933(?) (na versão italiana). A versão francesa é de 1938.
As fotos são de Louise Brooks.
A canção é cantada por Rina Ketty.
Julgo que ainda não apareceu no Prosimetron
Tornerai, a versão italiana, cantada por Miriam Ferreti (1936)
As fotos são de Louise Brooks.
A canção é cantada por Rina Ketty.
Julgo que ainda não apareceu no Prosimetron
Tornerai, a versão italiana, cantada por Miriam Ferreti (1936)
O Poder do Cinema!
Este ano o turismo grego sofreu uma baixa relevante devido aos incêndios que assolaram o país. No entanto, houve uma excepção: Skopelos, uma ilha situada a ocidente do mar Egeu, que está repleta de turístas estrangeiros. O motivo desta enchente deve-se às filmagens de Mamma Mia que foi um sucesso de bilheteira.
As imagens encantaram e muitos procuraram conhecer os lugares por onde Meryl Streep andou.
Já estive na Grécia mas não visitei esta ilha, também tenho curiosidade em visitá-la.
x
Skopelos, ilha grega onde foi filmado o Mamma Mia
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Beijos roubados
Prémio Nacional António Ramos Rosa - IV Edição
"O ser é transformável e transforma-se"...
João Rui de Sousa.
- Quarteto para as Próximas Chuvas. - Lisboa: D. Quixote, 2008, p. 13
Um prémio com o nome de um amigo. Parabéns João Rui!
Do convite recebido:
O poeta João Rui de Sousa acaba de ser distinguido com o Prémio Nacional António Ramos Rosa, instituído pelo Pelouro de Cultura da Câmara Municipal de Faro, atribuído ao livro Quarteto Para as Próximas Chuvas, editado em Abril de 2008 pelas Publicações Dom Quixote. A cerimónia pública de entrega do galardão, patrocinado pela Direcção Regional de Cultura do Algarve e Universidade do Algarve, terá lugar na próxima sexta-feira, dia 4 de Setembro, às 17h30, na Biblioteca Municipal António Ramos Rosa, em Faro.
O Júri do Prémio, constituído pelo crítico literário António Carlos Cortez, José Luís Louro e Pedro Ferré decidiu, por unanimidade, atribuir a distinção a João Rui de Sousa "pelo equilíbrio clássico da sua poética em constante diálogo com a tradição modernista, perseguindo uma poesia elemental e com forte carga metafórica, sem esquecer a vocação erótica que se une à própria inquirição da vida e da escrita".
O Júri do Prémio, constituído pelo crítico literário António Carlos Cortez, José Luís Louro e Pedro Ferré decidiu, por unanimidade, atribuir a distinção a João Rui de Sousa "pelo equilíbrio clássico da sua poética em constante diálogo com a tradição modernista, perseguindo uma poesia elemental e com forte carga metafórica, sem esquecer a vocação erótica que se une à própria inquirição da vida e da escrita".
Sempre a aprender - 1 : Raoul Ponchon
Confesso a minha ignorância: até ontem, nunca tinha ouvido falar do poeta francês Raoul Ponchon. E soube da sua existência não pela qualidade dos seus versos, que não são de primeira ordem, mas por uma ordem de razões completamente diferente. Agora, se a poesia de Ponchon não impressiona, a quantidade da mesma é alucinante, e por isso decidi falar dele: 150.000 poemas em 40 anos de escrita, com publicação regular em jornais, existindo algumas compilações desta enorme produção.
poesia muda / pintura cega
Rezam as história que um dia um poeta, vangloriando a sua arte sobre a pintura, terá dito: a pintura não passa de poesia... mas é uma "poesia muda".
Ao que Leonardo da Vinci terá respondido: se a pintura é "poesia muda" então a arte do poeta é "pintura cega". Julguem qual é o maior infortúnio: ser cego ou ser mudo!
Max Ernst: L'Ange du Foyer ou Le Triomphe du surréalisme, 1937Ao que Leonardo da Vinci terá respondido: se a pintura é "poesia muda" então a arte do poeta é "pintura cega". Julguem qual é o maior infortúnio: ser cego ou ser mudo!
(Colecção Privada)
Citações - 36 : Da campanha em curso
" (...) É a aparente imobilidade dos eleitores que intriga. Parecem imunes aos discursos dos políticos. Porquê? Por desconfiança. Houve demasiadas promessas não cumpridas, demasiados casos de corrupção, demasiados sacrifícios aceites para nada. Mas há uma outra razão que explica, talvez, o facto de o discurso político neste momento não «pegar» : ultrapassou-se o limiar do verosímil na propaganda de tal modo que o que se ouve já não se parece com a verdade. (...) "
- José Gil, Verosimilhança e verdade, na Visão de hoje.
PENSAMENTO DO DIA
Bonjour Tristesse
Escutar Juliette Gréco a cantar inglês pode também parecer uma heresia...
Filme: Bonjour Tristesse
Realizador: Otto Preminger
Columbia Films: 1958
Filme: Bonjour Tristesse
Realizador: Otto Preminger
Columbia Films: 1958
Segredo
Pulo do Lobo, 08.08.09
[...]
Como esquecer, agora, o que nem digo
Ao meu desabitado coração?
Pedro Homem de Melo, Poesias Escolhidas, Lisboa, 1983, p. 194
Quotidianos - 4
O quotidiano que eu conheço melhor, para além do meu, é o do séculos quinze e dezasseis. Aqui fica uma das minhas imagens do quotidiano.
Livro de Horas, dito de D. Fernando (filho do rei D. Manuel I)
fol. do mês de Fevereiro
[c.1530-1550]
Lisboa, Museu Nacional de Arte Antiga,
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