Prosimetron
sábado, 14 de junho de 2008
Grandes filmes (esquecidos?): 1 - Now, Voyager
Moon River
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Recordando um êxito eterno : Les Misérables
Em 8 de Outubro de 1985 estreou-se no Barrican Theatre, de Londres, o musical Les Misérables, baseado no romance de Victor Hugo, de Alain Boublil e Claude-Michel Schönberg, com letra de Herbert Kretzmer. Continua em cena quase vinte e três anos depois: pela música, por vezes empolgante, como nas "barricadas" ou no final com "Do You hear the people sing", por vezes terna, como na área " On my own", por vezes divertida como na cena de "The Master of e House" e dramática, como nas mortes de Javert e de Jean Valjean, e pelas interpretações dos muitos elencos que já actuaram .Também, apesar da utopia trágica da Comuna de Paris, por ser um hino à liberdade e ao amor.
Vieira da Silva - primeiro centenário do nascimento
Na Grande Chaumiére conheceu o pintor húngaro Arpad Szenes com quem casou em 1930. Viveu em Paris, Lisboa (onde tentou, sem êxito, reaver a sua nacionalidade portuguesa) e Santa Teresa, no Brasil, durante um período longo, entre 1939 e 1947, onde pintou e expôs. Em 1970 a Galeria 111 e Fundação Gulbenkian dão-na conhecer mais profundamente ao público português, depois de já ser reconhecida pela França, que adquiriu as suas obras e a condecorou com a Ordre des Arts et des Lettre.
É, sobretudo, depois do 25 de Abril, que se torna conhecida do comum dos portugueses. Com um cartaz alusivo àquela data, muito divulgado. Com inúmeras exposições, estudos, uma biografia escrita em 1982 por Agustina Bessa-Luís. E com um belíssimo painel de azulejos, encomendado para a estação do metropolitano de Lisboa, feito sobre um guache de 1940, chamado precisamente “ Le metro”. Portugal acolheu-a e manifestou-lhe reconhecimento e admiração. Em 1988 recebeu a Medalha da Cidade de Lisboa e a Grã- Cruz da Ordem da Liberdade.
Morreu em 1992. Deixou a Portugal uma significativa parte da sua obra, e da de seu marido, que constitui o acervo do museu da Fundação Arpad- Szenes – Vieira da Silva. Onde pode ser vista até 4 de Outubro a exposição comemorativa: Correspondências. Vieira da Silva por Mário Cesariny.
Os 13 GATEs
- Richard Rodgers, Compositor (1902-1979) - Famoso pelas suas composições com parceiros de longa data, primeiro com Lorenz Hart e depois com Oscar Hammerstein II, foi co-autor de musicais como Babes in Arms, Oklahoma!, Carousel, South Pacific, The King and I e The Sound of Music (Música no Coração). É um dos dois artistas que também ganhou um Prémio Pulitzer. Foi o primeiro artista a conseguir os quatro galardões.
- Helen Hayes, Actriz (1900-1993) - Designada como a First Lady of the American Theater, foi a recipiente do primeiro Sarah Siddons Award em Chicago (sim, para os incrédulos admiradores de Margot Channing, existe mesmo - e foi criado depois do filme, e por causa do filme) em 1953, tendo actuado no cinema em The Sin of Madelon Claudet (em 1931), ao lado de Gary Cooper em A Farewell to Arms, em 1932, e em Airport, em 1973. Nos anos 80 interpretou Miss Marple, a personagem de Agatha Christie, em vários filmes para televisão, que enternecem mais pelo seu sorriso do que pelos valores de produção.
- Rita Moreno, Cantora, Bailarina e Actriz (1931- ) - Conhecida pela sua interpretação em West Side Story, como Anita, e pelos papéis na Broadway em The Ritz, Gantry e The Odd Couple.
- John Gielgud, Actor (1904-2000) - Um dos grandes vultos do teatro britânico do Século XX, conhecido pelas suas interpretações de Shakespeare (Hamlet - que levou à cena mais de 500 vezes em seis produções, Romeo and Juliet, The Tempest, Julius Caesar, entre muitos outros). No cinema, ficou conhecido como o mordomo em Arthur, actuou em Julius Caesar de Mankiewicz, Murder on the Orient Express e Prospero's Books. Na televisão, destacou-se em Brideshead Revisited (apesar de ser um papel pequeno como pai de Charles Ryder, é mesmerizante).
- Audrey Hepburn, Actriz (1929-1993) - Embaixadora da UNICEF, considerada a 3ª maior actriz de sempre pelo American Film Institute, ficou imortalizada pela sua Eliza Doolitle em My Fair Lady, destacando-se ainda Roman Holiday (contracenando com Gregory Peck), War and Peace (com Mel Ferrer e Henry Fonda), Funny Face (com Fred Astaire), Charade (com Cary Grant) e, o seu papel icónico, Holly Golightly em Breakfast at Tiffany's.
- Marvin Hamlisch, Compositor (1944- ) - Destacou-se como compositor com The Way We Were, A Chorus Line, Sting (A Golpada), Shirley Valentine, Frankie and Johnny, The Mirror Has Two Faces e The Spy Who Loved Me (incluindo a canção Nobody Does It Better, interpretada por Carly Simon). É o segundo dos artistas a ganhar o Pulitzer.
- Jonathan Tunick, Compositor e Orquestrador (1938- ) - Quem? Entrou nesta lista ao conquistar o Tony de Orquestração no musical Titanic; destacam-se ainda na sua carreira A Little Night Music, Murder, She Wrote (Crime, Disse Ela), The Birdcage, Endless Love e Sweeney Todd, bem como múltiplas colaborações com Stephen Sondheim.
- Mel Brooks, Realizador e Actor (1926- ) - Conhecido pelo seu talento cómico, destacou-se como realizador e actor em comédias e musicais como The Producers, Blazing Saddles, Young Frankenstein, Spaceballs ou To Be Or Not To Be (três das suas comédias foram consideradas pelo American Film Institute entre as melhores de sempre da história do cinema). Ganhou três Emmys consecutivos como actor secundário na série Mad About You.
- Mike Nichols, Realizador (1931- ) - Destacou-se ao leme de filmes como o superlativo Who's Afraid of Virginia Woolf? de Albee, com Richard Burton e Elizabeth Taylor, The Graduate, com Dustin Hoffman e Anne Bancroft, Silkwood, Heartburn e Postcards from the Edge, com Meryl Streep, The Birdcage, com Robin Williams, Wolf com Michelle Pfeiffer e Jack Nicholson ou Working Girl, com Melanie Griffith, bem como de séries televisivas como a superiormente conseguida Angels in America, com Meryl Streep, Al Pacino e Emma Thompson. Em palco, dirigiu Barefoot in the Park, Monty Python's Spamalot e Death and the Maiden, entre outros.
- Barbra Streisand, Actriz, Cantora e Realizadora (1942- ) - A cantora que lidera o top de vendas da Associação Discográfica Norte-Americana, compôs canções como Evergreen e é conhecida por canções como People, The Way We Were, Woman in Love, No More Tears (Enough is Enough), You Don't Bring Me Flowers, Guilty ou What Kind of Fool, bem como pelos filmes Funny Girl, Hello, Dolly! (com Louis Armstrong e Walter Matthau, um filme elegível para curar más disposições), The Way We Were (uma "red" Katie para um "wasp" Hubbell interpretado por Robert Redford), The Prince of Tides, Yentl, The Mirror Has Two Faces ou Meet the Fockers.
- Liza Minnelli, Actriz e Cantora (1946- ) - Imortalizada como a extraordinária Sally Bowles em Cabaret (ao lado de Michael York numa Berlim dos anos 20, sob a égide de Isherwood), conta no seu palmarés cinematográfico com sucessos como Arthur e New York, New York. A sua voz está associada a canções como New York, New York, Wilkommen, Cabaret, Losing My Mind ou Maybe This Time.
- Andrew Lloyd Webber, Compositor (1948- ) - Chamado o reinventor do musical do West End no final do século passado, conta com sucessos como Jesus Christ Superstar, O Fantasma da Ópera, Cats, Evita, o absolutamente notável Sunset Boulevard (que deveria ser escutado na interpretação do Adelphi de Betty Buckley e John Barrowman - algumas faixas foram publicadas em CD) ou Starlight Express (que fica melhor com o tempo).
- Whoopi Goldberg, Actriz (1955- ) - Conhecida pelas suas comédias e como MC ocasional dos Óscares da Academia, actuou em The Color Purple, Ghost, Jumpin' Jack Flash e Sister Act. Na televisão, foi convidada recorrente de Star Trek - The Next Generation, no papel de Guinan (particularmente divertido, vê-la contracenar com John de Lancie - Q).
O rol de artistas vivos com 3 galardões é vasto (são cerca de 30), pelo que "keep watching this space" para quando houver um ou uma 14th...
"Não sei de quem recordo meu passado": Fernando Pessoa- 120 anos depois
A sua vida e a sua personalidade multifacetada e, por vezes contraditória, mantêm, ainda hoje, uma aura de mistério que inúmeras teses procuram dissecar e explicar. Bem como a sua projecção em heterónimos, poetas diversos, vivências pessoais, intelectuais e poéticas diferentes. Qual deles, Fernando Pessoa, Ricardo Reis, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos seria o verdadeiro Pessoa?
Vivem em nós inúmeros,
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
Sou somente o lugar
Onde se sete ou pensa.
Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo.
Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou.
Ignoro-os. Nada ditam
A quem me sei: eu ‘screvo.
Ricardo Reis - Odes
quinta-feira, 12 de junho de 2008
SANTO ANTÓNIO
Até aos 20 anos foi cónego, prosseguindo os estudos religiosos em Coimbra. O seu desejo de ser missionário fez com que se juntasse aos frades franciscanos e fosse trabalhar entre os muçulmanos de Marrocos. Traído pela saúde, teve que regressar à Europa, onde durante algum tempo viveu num eremitério em Itália. Apercebendo-se do seu invulgar dom para pregar, assim fez durante nove anos, para além de ter ocupado cargos de ensino e outros da sua Ordem, em Itália e França. Possuía um conhecimento notável da Bíblia e os seus sermões impressionavam tanto os eruditos como os mais simples.
Foi sepultado em Pádua, onde o seu santuário é local de peregrinação e são atribuídos muitos milagres à sua intercessão. "
- Adriana Bolito e Teresa Pais, Christus , nº3 .
EM CONTRAPARTIDA ...
Os felizes cidadãos são Américo Amorim( não tanto pela cortiça,mas mais pelos 35% da GALP que detém..) , Belmiro de Azevedo( não tanto pela indústria mas pela distribuição..) , Joe Berardo (mais pelo que especula do que pelo que produz) e Horácio Roque( o rei dos tabacos madeirenses) , aqui ordenados pelo respectivo grau de riqueza.
As fortunas somadas destes nossos quatro compatriotas atingem o valor de 8 mil milhões de euros, ou seja 5% do PIB português.
Em contraponto, há que realçar que o índice de desigualdade de rendimentos em Portugal atinge já os 38% , bem acima dos EUA que totalizam 35,7%.
Ainda querem mais liberalismo económico e menos custos com salários?
PORTUGAL E O FUTURO ...
" (...) O problema da mentalidade consumista não tem só a ver com comprar ou vender- é um modelo de felicidade, em que só somos felizes se tivermos mais e mais coisas. O problema é que os recursos são cada vez mais escassos. "
" (...) Com este estilo de vida, com esta economia e com esta cultura, perdemos a noção dos limites! Toda a gente quer caminhar para ter um estilo de vida semelhante ao dos americanos ricos. Esquecem-se é que se todos os países fossem iguais aos EUA, seriam precisos seis planetas Terra. "
- Alfredo Bruto da Costa , em entrevista a Tiago Fernandes, VISÃO de 12 de Junho .
O MENINO DE OURO ...
O LUSOTROPICALISMO ...
" (...) A hierarquia entre as raças foi a forma de dominação que durou quase cinco séculos. Podem as sequelas de cinco séculos ser ultrapassadas em 30 anos de independência ? "
- Paulina Chiziane , em entrevista a Ana Margarida de Carvalho, VISÃO de 12 de Junho.
Neuschwanstein, o Palácio de Pedra do Cisne
LOTTE LENYA
Há precisamente 45 anos, Terence Young realizava o segundo filme baseado na obra literária de Fleming, From Russia with Love (007 – Ordem para matar). James Bond (Sean Connery) combatia, ao lado da agente russa Tatiana Romanova (Daniela Bianchi), a organização S.P.E.C.T.R.E. A película terminaria em Veneza ao som da banda sonora, cantada pela bela voz de Matt Monro. Connery e Bianchi , numa góndola, estariam finalmente salvos de todos os perigos e vilões da fita – o último na pessoa da agente do KGB, Rosa Klebb, interpretada por uma das mais interessantes e misteriosas actrizes e cantoras do século passado, Lotte Lenya.
Lotte Lenya (Karoline Wilhelmine Charlotte Blamauer) nasce num subúrbio de Viena a 18 de Outubro de 1898. A infância e juventude são difíceis. O pai é alcoólico e violento para com a mãe e a pequena “Linerl”. Segundo algumas biografias, Lotte ter-se-á prostituido a partir dos seus 14 anos para assim sustentar a sua família. O seu destino muda, e para melhor, quando visita pela primeira vez a Suíça juntamente com uma tia. Adquire as suas primeiras experiências como bailarina e actriz em Zurique onde, no teatro Schauspielhaus, encontra Elisabeth Bergner, um dos grandes nomes do teatro e cinema alemães. Lenya, assim recordava Bergner, estava sempre na companhia de militares e “os boatos acerca da sua lascívia eram enormes”. Era no entanto bem disposta por natureza. “À volta dela, havia sempre uma aura do proibido. Tudo nela era muito interessante!”
Em 1924, conhece Kurt Weill em Berlim. Casa com o compositor em Janeiro de 1926. O matrimónio rege-se por abertura, tanto Kurt como Lotte vivem assumidamente relações extraconjugais. Weill trabalha com Bert Brecht, nasce a primeira obra em palco, a peça “Ascensão e queda da cidade de Mahagony” em que Lenya desempenha um pequeno, mas importante papel. A 31 de Agosto de 1928, estreia em Berlim “A ópera dos três vinténs”. Adaptada à Beggar´s opera de John Gray, torna-se um enorme êxito em Berlim. E eis a primeira artista a interpretar o papel da Spelunkenjenny (A Jenny da espelunca) – Lotte Lenya.
Weill descreve a sua mulher como “doméstica miserável, mas muito boa actriz. Não sabe ler uma pauta, mas quando canta, a atenção do público é como se fosse um Caruso a cantar.”
A 30 de Janeiro de 1933, Hitler sobe ao poder. “A ópera dos três vinténs”, imoral à luz dos novos padrões, é retirada do cartaz. O “triunvirato” Weill-Brecht-Lenya emigra para os Estados Unidos após uma breve passagem por França.
Weill, de origem judia, inicia uma nova carreira. Rapidamente apercebe-se de que o mercado norte-americano é propício a uma renovação do género operático. Gershwin tinha composto em 1935 “Porgy and Bess”, uma das primeiras “óperas americanas”. Com o seu falecimento prématuro em 1937, poucos são no entanto os compositores americanos que seguem a tentativa de fundir uma música ligeira de nível superior com elementos do jazz. Weill é requisitado para a Broadway, trabalha incessantemente até triunfar com Lady in the Dark em 1941.
E Lotte? Separada alguns meses do marido, divorcia-se de Weill em 1933 para, quatro anos mais tarde, voltar a casar com ele. Poucos são os convites para poder actuar em Nova Iorque.
A morte de Weill a 3 de Abril de 1950 marca profundamente Lotte. Entra em litígio com Brecht e Helene Weigel, esposa de Brecht, que reclamam os direitos de autor das obras criadas com Weill. Continua a viver nos Estados Unidos onde é convidada, mais uma vez, a cantar a Jenny da "Ópera dos três vinténs": a partir de 1954 e durante quase sete anos, a peça sobe 2707 vezes ao palco. Lotte Lenya torna-se finalmente conhecida, por esforço e mérito próprios. Recebe o Tony Award em 1956.
Hollywood descobre Lenya nos anos 60. Ao lado de Vivien Leigh, representa em 1961 a Condessa Magda Terribili-Gonzales na adaptação cinematográfica de The roman spring of Mrs. Stone de T. Williams. É nomeada para o Óscar de melhor actriz secundária. Outras passagens pelo grande écran mostram Lenya na já referida agente sádica Rosa Klebb em From Russia with Love (1963) ou no papel de Emma Valadier no filme The Appointment (1969) ao lado de Omar Sharif e Anouk Aimée.
Ao mesmo tempo, Lenya continua a divulgar a obra de Weill e Brecht em várias digressões pela Europa. A sua “Mãe Coragem” no festival Ruhrfestspiele na Alemanha em 1965 é lendária.
Após a morte de Weill, Lenya casou ainda três vezes (George Davis, Russell Detweiller e Richard Siemanowski).
Faleceu a 27 de Novembro de 1981 em Nova Iorque. Seu último repouso encontra-se num mausoléu em Mount Repose Cemetery (Nova Iorque) ao lado de Kurt Weill.
GREGORY PECK
quarta-feira, 11 de junho de 2008
ESPERAM O QUÊ ?
Mas não é só o Governo que está calado, o mesmo acontece com o Presidente da República e com os líderes partidários. Esperam o quê? Mais mortes e mais feridos? Que parem os transportes públicos e os bombeiros por falta de combustível?
Há silêncios ensurdecedores.
A lovely human being - Miss Barbara Stanwyck
SAINT- CLOUD : O VERSAILLES DOS ORLÉANS
O primitivo Castelo d'Aulnay foi oferecido aos banqueiros florentinos Gondi por Catarina de Médicis, que nele residiram e o foram ampliando. Dos Gondi passou aos Retz, seus parentes, e destes ao financeiro Hervart, Intendente das Finanças do Reino de França, que o embelezou ainda mais e convidou a Família Real e o Cardeal Mazarin para uma magnífica festa...
A QUEM PERTENCEM ?
UMA OPINIÃO SOBRE A BANDEIRA ...
" (...) Na Europa, só as da Bulgária, Bielorrússia e Lituânia têm uma fronteira de verde e vermelho, opção que nem o desejo de varrer o azul monárquico legitima. E a esfera armilar com o brasão de armas parece anacronismo ou coisa para monarquias(Espanha), principados(Liechtenstein e Andorra), enclaves (San Marino) e cidades-estado(Vaticano) . Não temos a bandeira mais ridícula da Europa por causa de Chipre, que amedrontado vai hasteando um mapa, nem a mais feia graças à Bósnia-Herzegovina e ao macedónio que desenhou o símbolo da sua pátria sob o efeito de opiáceos. Ainda assim, mesmo sem ter sido o estandarte aprovado pela Constituinte de 1911, basta pensar nas mascotes que se desenham por aí para perceber que um novo concurso seria uma imprudência.(...) "
- Vasco M. Barreto, Metro, 9 de Junho de 2008.
BORIS GODOUNOV - HENRI TROYAT
terça-feira, 10 de junho de 2008
PENSAMENTO DO DIA
- Luigi Pirandello
DIA DE CAMÕES
Ovídio e as guerras da água
Spencer Tracy e o Português oscarizado
Português a que título? Bem, a título de um personagem: em 1938, há 70 anos, era anunciada a sua primeira vitória como Melhor Actor nos Óscares, no filme de 1937 Captains Courageous, interpretando um personagem Português, um lobo do mar chamado Manuel que se destacava por ser um pouco bruto e pela sua nobreza de alma (e o sotaque tem graça), ensinando por bom exemplo um miúdo empertigado a ser um bom ser humano. Bom registo para um 10 de Junho.
O regresso a casa das tropas australianas no Iraque
Ontem regressaram a casa 130 soldados australianos que estavam no Iraque; para as famílias, esta guerra é igual às outras: os militares morrem da mesma maneira. Por isso, a alegria, a comoção do regresso não deixa ninguém impassível: a repórter comentava “First and foremost today, these soldiers are fathers, sons and brothers.”
As notícias passavam para o Afeganistão, dando nota de três soldados ingleses recém-chegados e mortos por um bombista suicida. Um general comentava que a vitória nesta guerra dependia da vontade da comunidade internacional, da sua capacidade de visão estratégica de longo prazo.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
DA POLÍTICA - SCHNITZLER
A PROSTITUIÇÃO EM NÚMEROS
Mulheres profissionais do sexo- calcula-se que existam 60.000 em Portugal.Dessas, 3o.000 são portuguesas, e outras tantas estrangeiras, na sua maioria brasileiras, ucranianas e nigerianas.
Preços- 20 euros é o preço mínimo encontrado nas páginas de jornais portugueses para ofertas de sexo. Em 2000, o preço rondava os 50 euros. Sinal da crise ou da muita concorrência?
" Ordenados "- Algumas das profissionais do sexo na cidade de Lisboa depositam 3000 euros por semana nas instituições bancárias, o que perfaz 12.000 euros mensais livres de impostos.
Se somarmos a estes dados, recolhidos na imprensa, os relativos à prostituição masculina, ficamos com uma ideia da dimensão social e económica do fenómeno da prostituição, que há muito que chegou também à própria internet como todos sabemos.
O rosto de Greta Garbo
Um dos curtos textos, "O Rosto de Garbo", discutia a beleza e o simbolismo do rosto de "I want to be alone." (frase que é mesmo proferida por Garbo, não pelo seu abandono - prematuro? - do mundo da 7ª Arte, mas enquanto Grusinskaya em Grand Hotel, de 1932).
A recente biografia (parte 2) de Gore Vidal revela novos factos sobre Garbo ter decidido não regressar a Hollywood depois do fracasso de Garbo Dances! em 1941 com Two-Faced Woman: segundo o autor, que era amigo da actriz, Garbo terá feito um screen test para o seu regresso -- ao visioná-lo, decidiu abandonar a carreira. Se considerarmos que era competente para julgar em causa própria, porventura terá sido a decisão correcta.
Ícone do cinema, da fotografia, do Século XX, Garbo (cujo apelido é suficiente para o reconhecimento) demorou a ter a sua presença em DVD: Garbo - The Signature Collection foi publicado apenas em Setembro de 2005. A colecção contém clássicos como Anna Christie (Garbo Talks!), Mata Hari, Grand Hotel (previamente publicado), Queen Christina, Anna Karenina, Camille, Ninotchka (Garbo Laughs!) e alguns filmes do tempo do mudo - Flesh and the Devil, os 9 minutos recuperados de The Divine Woman, The Temptress e Mysterious Lady). Notável, o documentário da TCM que acompanha a colecção: . Lembro-me de procurar a colecção numa Borders em Boston nos primeiros dias de Setembro, e de o senhor atrás de mim perguntar: "Viu o documentário anteontem no TCM?" Eu não tinha visto; o caixa contrapôs: "Muito bom - tem que ver. Está na colecção." É de facto muito bom, com uma narração muito sóbria de Julie Christie.
Entretanto, estamos em 2008. Para além de Conquest / Maria Walewska e da Gosta Berling Saga, não há mais títulos de Garbo facilmente encontráveis nos mercados (EUA, Reino Unido, França, Itália, global via Internet - excluindo algumas edições muito fracas de particulares em alguns países asiáticos ou no Brasil) - para quando a publicação de Love, de 1927, de The Painted Veil de 1934, baseado no romance de Somerset Maugham, de Susan Lenox com Clark Gable, de The Kiss, de The Wild Orchids? Era uma boa acção - e extraordinariamente lucrativa - da Cinemateca Portuguesa editar estes filmes em DVD.
“The face of Garbo is an Idea, that of Hepburn, an Event.”
- Roland Barthes, ‘Mythologies’
George Pérez - criador de BD: O homem das Infinite Crisis da DC
Artista de séries como "New Teen Titans", "Action Comics" e "Wonder Woman" mas, especialmente, como co-responsável pelas mini-séries "Crisis on Infinite Earths" e "Infinite Crisis", que redefiniram o universo em que se moviam personagens como Superman, Batman, Wonder Woman ou Green Lantern (aliás, maior precisão seria dizer Supermen, Batmen, Wonder Women ou Green Lanterns...). Para além das suas colaborações com a DC Comics, trabalhou pontualmente com a Marvel Comics ("Fantastic Four", "Hulk" com Peter David). O seu trabalho com Marv Wolfman em "Crisis on Infinite Earths" ganhou o Jack Kirby Award for Best Finite Series em 1985.
Actualmente, está ao leme da segunda série de "The Brave and the Bold", herdeira de uma das mais populares franquias da DC.
"The Brave and the Bold", vol. 2, #1, capa alternativa, Abril de 2007, assinada pelos autores
(imagem do autor por Comic-Con International)
After You, Who?
Considerado um dos maiores nomes do Great American Songbook, apenas conheceu o sucesso no final dos anos 20, sendo imortalizado por canções como Night and Day, You're the Top, After You, Who?, Anything Goes (retomado por Kate Capshaw em Indiana Jones e o Templo Perdido), I Get a Kick Out of You, Ev'ry Time We Say Goodbye, Be A Clown (número inesquecível de Judy Garland e Gene Kelly em The Pirate), entre muitas outras.
Os musicais Anything Goes (com Ethel Merman) e Kiss Me Kate, baseado n'A Fera Amansada de Shakespeare valeram-lhe a imortalidade na Broadway (Kiss Me Kate ganhou o primeiro Tony Award para um Musical em 1949), e a adaptação musical de The Philadelphia Story no filme High Society com Frank Sinatra, Bing Crosby e Grace Kelly, consagrou-o em Hollywood (onde já fora cabeça de cartaz com a canção Night and Day, mote para The Gay Divorcee com Fred Astaire e Ginger Rogers nos anos 30).
Anything Goes foi alvo de um revival em 2001/02 no West End, com um elenco liderado por John Barrowman (a estrela de Torchwood), que curiosamente entrou na mais recente biografia de Cole Porter, De-Lovely.
A mais recente grande encenação de Kiss Me Kate na Broadway data de 1999 (encerrou em 2001), tendo ganho o Tony Award de melhor revival of a musical. Teve encenação no West End de Londres em 2001/02 e em versão em Italiana em Bolonha estreada em Dezembro de 2007. Estará em cena a partir de 14 de Junho na Komische Oper Berlin, em Berlim e a partir de 5 de Julho na Glimmerglass Opera, em NYC.
O Pato Donald
Em torno ao Pato Donald nasceu um conjunto de personagens que atingiu a fama mundial -- em 1937, surgiu a Margarida, eterna namorada; em 1938, surgiram os sobrinhos - Huguinho, Zézinho e Luisinho; o Tio Patinhas é de 1947, o primo Gastão de 1948 e a Maga Patalógica é de 1961.
Em 1938, a sua popularidade ultrapassava a do Rato Mickey. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi o mote de uma série de filmes de animação de propaganda. Em 1942, o seu filme "Der Fuehrer's Face" ganhou o Academy Award for Animated Short Film. Graças a este e outros filmes, o Pato Donald passou a constar do embelezamento de praticamente todos os aviões militares aliados até ao final da guerra.
Para mim, continua a ser o expoente máximo do universo Disney -- a voz rouca de Clarence Nash que o interpretou de 1934 a 1983 e o seu mau génio continuam a render admiradores nos 43 países em que continua em publicação. Aliás, veja-se o alcance: é publicado e seguido na Arábia Saudita e em Israel, na Rússia, na Indonésia, na República Popular da China, nos Estados Unidos... Não há muitas publicações que o consigam.
domingo, 8 de junho de 2008
A SECESSION DE MUNIQUE (1892 - 1914)
Mais importante do que a simples inovação era a garantia de qualidade nas peças apresentadas. Obras artísticas do passado eram portanto bem-vindas, desde que satisfizessem o patamar de qualidade idealizado.
Em Julho de 1893, abriu a primeira exposição deste movimento, influenciado pela pintura francesa da École de Barbizon. Tal escola tinha abandonado por completo o classicismo, aproximando-se da pintura paisagística impressionista. Segundo Stuck e seus amigos, seria possível habituar o público local a novos padrões artísticos o que já acontecia em França.
O corte com os ideais existentes, o afastamento do establishment artístico instituído e a intenção de proporcionar um ambiente internacional, favorável a novas orientações, estiveram no centro da exposição e abriram o caminho ao Jugendstil alemão.
A Secession de Munique foi o primeiro movimento deste género na Alemanha. Rapidamente, teve os seus admiradores noutras cidades, tais como, Berlim, Hamburgo, Dresden ou Weimar.
A capital bávara comemora este ano um aniversário muito especial – foi fundada há precisamente 850 anos, a 14 de Junho de 1158 por Henrique, o Leão. Várias são as iniciativas ao longo deste ano, entre elas a exposição Die Münchner Secession 1892 - 1914, inaugurada no passado dia 5 de Junho na casa-museu Villa Stuck. Mais de 100 obras estão reunidas neste belíssimo espaço até 14 de Setembro.