"Nació en España en la ciudad de Bailén (Jaén), estudió en la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Granada y se licenció en Filología Hispánica, es diplomado en estudios avanzados por el programa de doctorado Estudios Superiores de Filología Española de la misma universidad, después realizó un máster en la Universidad de Alcalá y actualmente continúa con su tesis doctoral. "
LLAMAS
Arte son los versos que salen del alma como cabellos dorados de agua que caen desnudos en la fragua donde la luz permanece en calma.
Fuerza es el arte que nace en la palma de las manos sinceras de un hombre que derrocha su sabia costumbre de escribir versos y dar fuerza a su llama.
La llama que muy dentro llevamos para dar una respuesta a la vida y sin dudarlo prendemos, dejando nuestra alegría dibujada en el papel insípido y neutro con un olor a rosa perfumada.
Três dos nossos prosimetristas rumam hoje a "terras de Espanha". Do seu percurso faz parte uma visita a Granada que, há 518 anos (2 de Janeiro de 1492), foi conquistada pelos Reis Católicos e integrou o reino que Fernando de Aragão e Isabel de Castela fundaram como Espanha.
Diz a lenda que Abdulah Muhamad Ali, último e jovem rei da taifa de Granada, ao partir para o exílio, se voltou para trás e olhando o seu reino,chorou. Diz também a lenda que sua mãe, Aixa, lhe terá dito que "choras agora como uma mulher o que não pudeste defender como um homem".
Não será necessário ser Boadil para, ao lançar um último olhar sobre a beleza granadina e sobre o palácio das mil e e uma noites, a Allambra, sentir nostalgia. E a esperança de um dia voltar. Dois dos nossos companheiros, que nunca lá foram, me dirão quando voltarem se a não sentiram. E se não se cruzaram com a sombra de Boabdil, vagueando pelos jardins luxuriantes do seu palácio perdido.
Comprei-o ontem, por isso ainda só dei uma vista de olhos, mas fiquei banzado. Ainda há muito recanto e objecto insólito para ver nesta bela Lisboa. Até a cabeça do Diogo Alves (em formol, claro) ! O autor é um estudioso destas matérias, Vítor Manuel Adrião, e o editor é a Bertrand.
A propósito da doação do espólio andresiano, a Visão entrevistou Maria Andresen Sousa Tavares que organizou o espólio antes da transferência para a BNP.
(...) É uma Sophia mais aprofundada que emerge do espólio. Em certos aspetos é uma pessoa mais frágil, noutros é mais forte. E apercebi-me da relação entre o material privado e a obra poética. Uma descoberta do espólio são os cadernos escritos na sua adolescência, escondidos, onde surge uma Sophia pessimista, com o sentimento de estar encerrada num mundo fechado e encantado. A partir dos anos 60 torna-se mais combativa. Toma consciência da realidade social e política. Essa mudança é percetível nos diários, na correspondência, num «salto» a partir do Livro Sexto (1962).
(...) Muitos poemas inéditos. E inúmeras versões diferentes do texto final. (...) e muito material disperso por revistas, nunca editado em livro. Há também esboços de contos e de autobiografias. E livros: quando Sophia estava a ler um romance que a apaixonava, escrevia um poema a lápis na contracapa. Esses livros foram também entregues à BN.
Uma entrevista que vale a pena ler na íntegra (p. 16).
Jacopo Amigoni (1682-1752 ), Vénus e Adónis, óleo sobre tela, 216x150.3cm, col.part.
Se acharem que que já viram esta tela nalgum lugar são capazes de terem mais ou menos razão. Tal como aconteceu como tantos outros mestres, também Amigoni pintou pelo menos outros 3 Vénus e Adónis, com diferenças obviamente e algumas significativas ( um na Alte de Munique, outro em Veneza e ainda outro em Londres ), além deste que irá à praça no próximo dia 26, na Sotheby's de Nova Iorque, depois de estar quase 200 anos nas mãos de aristocratas ingleses ( os barões Sudeley ) e nos últimos 20 integrado na colecção dos banqueiros Safra.
«No fundo, este verso afirma que tudo continua na mesma, o que, diga-se, não é propriamente uma novidade. O jardim não mudou, o silêncio está intacto, o pássaro canta, o homem negoceia e todos, de uma maneira ou de outra, mantêm os seus problemas e soluções. No fundo este verso é uma tradução (em jardim) da célebre frase do profeta Isaías: nada de novo sob o sol. (...)»
Gonçalo M. Tavares, O Senhor Eliot e as conferências, Lisboa: Editorial Caminho, 2010, p.55
A pensar nos " devotos de Santa Imelda" e no Inverno que atravessamos, aqui fica um modelito da DSQUARED em couro, nylon e borracha, com o devido agradecimento a quem mo deu a conhecer.
Não seria a minha primeira escolha para um aniversariante nesta semana, aliás neste dia.
Mas Buzz Aldrin dá azo a pensar nas vantagens, desvantagens, virtudes e vícios de se ser o n.º 2 (ou n.º 3, se contarmos com o selenauta Cyrano).
…Mais. . .chanter, Rêver, rire, passer, être seul, être libre, Avoir l'oeil qui regarde bien, la voix qui vibre, Mettre, quand il vous plaît, son feutre de travers, Pour un oui, pour un non, se battre,--ou faire un vers ! Travailler sans souci de gloire ou de fortune, A tel voyage, auquel on pense, dans la lune ! N'écrire jamais rien qui de soi ne sortît, Et modeste d'ailleurs, se dire: mon petit, Soit satisfait des fleurs, des fruits, même des feuilles, Si c'est dans ton jardin à toi que tu les cueilles ! Puis, s'il advient d'un peu triompher, par hasard, Ne pas être obligé d'en rien rendre à César, Vis-à-vis de soi-même en garder le mérite, Bref, dédaignant d'être le lierre parasite, Lors même qu'on n'est pas le chêne ou le tilleul, Ne pas monter bien haut, peut-être, mais tout seul !
Aldrin marcou menos que Armstrong? Ou o modo como geriu o sucesso, correspondendo à sua personalidade, significou mais do que o lapso de tempo até ambos experimentarem o solo lunar?
Para a semana vou andar por esta nação, que foi Reino até 1833, se bem que já um século antes tivesse perdido a autonomia que mantinha desde tempos medievais.
O assalto ao barco Santa Maria vai estar em debate amanhã, 6.ª feira, pelas 18h00, na Livraria Leya na Barata (Av. de Roma) em Lisboa. Nele intervêem Camilo Mortágua, revolucionário participante na Operação Dulcineia, e José António Barreiros, tradutor de Eu roubei o Santa Maria, de Jorge Soutomaior. O assalto ao Santa Maria, dirigido pelo capiotão Henrique Galvão, teve como objectivo alertar a comunidade internacional para a ditadura de Salazar. Durante o debate será apresentado o livro Eu roubei o Santa Maria, escrito em 1972 e agora traduzido para a língua portuguesa.
«A obra relata a tomada e o desvio do paquete de luxo português «Santa Maria», com cerca de mil pessoas a bordo entre passageiros e tripulantes, praticado por um comando revolucionário luso-galaico, o DRIL, a 22 Janeiro de 1961, com o objectivo de combater a ditadura de Salazar. Escrito por Jorge Soutomaior, nome de guerra do activista e comandante galego José Fernández Vázquez, nele se fazem revelações inéditas sobre o acontecimento que se liga ao início da insurgência em Angola, a 4 de Fevereiro de 1961. Livro polémico, Eu roubei o Santa Maria revela as contradições políticas da Operação Dulcineia comandada pelo capitão Henrique Galvão e inspirada pelo general Humberto Delgado, bem como os conflitos de personalidade de Jorge Soutomaior com Henrique Galvão, desmentindo que este último tenha sido o estratega e o líder do incidente tal como a História fez passar. O drama histórico e a tragédia humana fluem ao longo da escrita de uma aventura que custou a vida ao piloto do navio, Nascimento Costa» (do comunicado da LeYa).
Este post era para ter sido publicado no passado dia 8, em continuação de outros dois. Guardei-o para hoje, quando passam 38 anos sobre o assassinato de Amílcar Cabral. Vão perceber porquê.
Foi o segundo livro de Mitterrand que li. O primeiro, El golpe de Estado permanente, li-o numa edição espanhola (Madrid: Cuadernos para El Dialogo, 1968).
Estas Janelas da memória são uma selecção de textos dos dois livros de Mitterrand, abaixo reproduzidos. Gostei tanto destas janelas (Mitterrand escrevia muito bem) que li de seguida La paille et le grain e L'abeille et l'architecte.
Segunda-feira, 22 de Janeiro [de 1973]
«Coube a vez a Cabral. Acabo de saber da sua morte [a 20 de Janeiro], assassinado sobre a soleira da sua porta em Conacri. Sekou Touré acusa Portugal. Caetano nega. Não tenho elementos para julgar. Só posso dizer que Cabral morreu, como tantos outros antes dele que lutavam pela mesma causa. Quem matou Félix Moumié [assassinado com tálio, em 3 Nov. 1960]? Ele jantara em Genebra com um agente francês dos serviços secretos. Depois da refeição, rolou-se no chão, contorceu-se de dor, com o ventre dilacerado por um veneno subtil, e levou algumas horas a morrer. O inquérito não teve consequências. Uma vítima, mas o assassino, esse, ficou naturalmente incógnito. Quem matou o general Humberto Delgado, cujo corpo foi encontrado decomposto no fundo de um recesso de terreno perto da fronteira portuguesa? Quem matou Eduardo Mondlane, um dos chefes dos movimentos rebeldes de Moçambique, despedaçado em dar-es-Salam por uma encomenda com armadilha?
«Amílcar Cabral era meu amigo. Se bem que tivesse sido proibido de permanecer em França, decerto que a rogo do Governo português, eu convidara-o a passar alguns dias em minha casa nas próximas férias da Páscoa. Ele aceitara com satisfação, de tal modo amava o nosso país, cuja língua falava com ductilidade. Por ocasião da minha recente viagem à Guiné, não nos havíamos praticamente separado e ele confiara-me as suas lutas, as suas esperanças. Dissera-me que os seus companheiros ocupavam dois terços da Guiné-Bissau, onde se efectuaram eleições no ano passado e se instalou uma Assembleia, esperando para breve a designação de um executivo provisório. As tropas portuguesas já não penetravam nas zonas libertadas. O movimento de libertação dispunha de escolas espalhadas no mato, de hospitais de campanha e de estruturas administrativas. Quem ouviu Amílcar Cabral jamais o esquecerá. A brandura das palavras aliava-se à argúcia de um pensamento que se mantinha disponível em torno de um ponto fixo: a liberdade, essa conquista.
«Portugal perde com ele o adversário mais sensível, melhor formado nos seus valores. A estupidez visou bem, revestindo assim tal crime de um horror suplementar.» (Janelas da memória, p. 65-66)
Paris: Flammarion, 1980. (Le livre de poche)
Paris: Flammarion, 1983. (Le livre de poche)
Um dia trarei aqui dois livros de conversas do antigo Presidente da República Francesa: um, com Elie Wiesel; o outro, com Marguerite Duras.
Da Europa para a América do Sul, mais propriamente no Perú. É neste país que desde há séculos é praticada a dança das tesouras, na região andina. Os dançarinos, danzaq, são simultaneamente acrobatas, manuseando duas placas metálicas de 25cm cada que se assemelham a tesouras, daí o nome desta dança ritual agora elencada pela UNESCO no Património Imaterial da Humanidade.
É natural que o nome deste prédio-casa vos diga alguma coisa. Antilia era o nome dado a uma ilha lendária do Atlântico ao tempo das Descobertas. Actualmente, é o nome do imóvel mais caro do mundo, situado em Mumbai, a antiga Bombaim. Inaugurado com uma festa gigantesca no final do ano passado, pertence a Mukesh Ambani, o homem mais rico da Índia e 4º homem mais rico do Mundo. Esta casa-prédio tem 173m de altura, nove elevadores, garagens para 168 automóveis, cinema, salão de baile, piscinas, spa , jardins suspensos e heliporto, além dos habituais quartos e salas- muitos. Parece que a família ( mulher e 3 filhos ) só ocupa directamente 4 dos 27 pisos do prédio, mas ainda assim são quase 40.000m2. Dizem que a vista é deslumbrante, vendo-se toda a Mumbai, até ao mar, bem como os muitos bairros de lata à volta da cidade. A casa suscitou controvérsia num país de grandes contrastes, havendo quem falasse em casa obscena, mas a verdade é que toda a classe política indiana esteve na festa de inauguração...
Cabeça de Calígula restaurada com as cores originais
Aquilo que era sustentado por muitos historiadores, é que as cinzas do Imperador Calígula, assassinado aos 28 anos, foram depositadas no Mausuléu de Augusto, que ardeu em 410 d.c.. Mas esta tese não é unânime. Agora, a polícia italiana vem dizer que descobriu o túmulo do tresloucado imperador (37-41 d.c.) perto do lago de Nimes, a 30 kms de Roma, onde Gaius Julius Caesar Augustus Germanicus possuía uma vila, ao perseguir um ladrão na posse de parte de uma estátua, que confessou o roubo e onde fora feito, levando a polícia ao local. A estátua foi identificada como sendo a de Calígula, por causa das sandálias, as caliga, que usava em criança quando acompanhava o pai, Germânico, filho adoptivo de Tibério, nas campanhas militares e lhe valeu o nome com que passou à História.
Como depois do seu assassinato, por membros da guarda pretoriana envolvidos numa conspiração com senadores, todas as estátuas terão sido destruídas, peritos há que duvidam desta descoberta.
Com o que eu pasmo é com o conhecimento histórico da polícia e de ter sido esta instituição a fazer o anúncio.
Salvador Dalí e Federico García Lorca conheceram-se na Residencia de Estudiantes de Madrid, em Março de 1923 e aí viveram até 1929 (ano em que Dalí se instala em Paris e Lorca viaja para Nova Iorque), unidos por uma grande amizade e por uma estreita relação intelectual.
A exposição visa pôr em relevo a complexidade da discussão intelectual que ambos mantiveram sobre as vanguardas internacionais dos anos 20.
Achei uma excelente ideia esta das edições Au Diable Vauvert de lançarem biografias parciais ou retratos biográficos de grandes escritores. Como eram eles aos 20 anos, que faziam, que liam? Já estão no mercado três volumes dedicados a Flaubert, Proust e Vian, e vão seguir-se outros. Uma ideia a importar...
Colecção À 20 ans, das edições Au Diable Vauvert, €12.
Ce n'est pas ma façon de penser qui a fait mon malheur, c'est celle des autres.
- Marquês de Sade
Se tivesse sido só a maneira de pensar... Este desenho de Charles-Amédée Philippe van Loo (1719-1795) é o único retrato autêntico conhecido de Donatien-Alphonse-François de Sade, e data de 1760 quando o marquês tinha 20 anos e ainda uma vida relativamente calma- três anos depois, era preso pela primeira vez por "delito contra os costumes"...
Tímido e gago, Albert, Duque de York, tinha horror em falar em público, muito antes de sonhar que um dia iria ser Rei de Inglaterra. Este The King's Speech, com o fantástico Colin Firth como protagonista, é a história de como foram ultrapassadas essas dificuldades. Geoffrey Rush é o médico australiano,Lionel Logue, que foi determinante, e Helena Bonham-Carter é Elizabeth, mulher de Albert e que todos conhecemos depois como a Rainha-Mãe de Inglaterra. Dizem os entendidos que Firth é bem capaz de levar um Óscar para casa...
Manter a paz é uma das dignidades do ser humano. Com tantas atrocidades na Tunísia e por esse mundo fora, é preciso ver de novo a paz pela mão de Picasso.
Este é o número de portugueses que se consideram vítimas de mobbing ( assédio moral no local de trabalho ) de acordo com o IV Inquérito Europeu Sobre Condições de Trabalho. Muitas vezes, mas nem sempre, pretende-se que o trabalhador se despeça ou se sujeite a uma verdadeira submissão laboral. E como se faz? Tiram-se funções que estavam atribuidas, muda-se repentinamente o local de trabalho, retira-se o telemóvel e/ou o carro de serviço etc. E não é raro passar-se aos comentários insultuosos, a ameaças físicas e mesmo violência. Aqui fica um vídeo que ilustra este assédio moral:
Uma colecção raríssima de peixes do Brasil do séc. XVIII, provenientes de uma expedição dirigida por Alexandre Rodrigues Ferreira, encomendada pela Casa Real, foi descoberta no departamento de Zoologia da Universidade de Coimbra. São 68 exemplares conservados dentro de uma caixa de folhas de flandres por uma técnica rara: como num herbário, os peixes estão montados e secos sobre folhas de papel. Estes exemplares são o que resta da colecção que o naturalista português recolheu e incluía artefactos de tribos índias da Amazónia, herbários e material zoológico. A colecção de peixes do Brasil provém do Museu Real da Ajuda. Será apresentada amanhã publicamente pelo Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.