Prosimetron
sábado, 15 de dezembro de 2012
Distopia
Só agora é que vi "Nunca me deixes", filme realizado por Mark Romanek baseado no livro de Kazuo Ishiguro uma distopia. Apesar disso deixou no ar algumas questões, uma delas: qual é o preço da vida?
Prémio Zepter
A 10ª edição do prémio literário europeu Madeleine Zepter foi ganha pelo franco-grego Vassilis Alexakis com o seu 14º romance, L' enfant grec. Uma boa sugestão de leitura.
15/12/1995
Há precisamente 17 anos, a União Europeia escolhia o nome da sua moeda : euro. Durará outros tantos?
Poemas
TUBARÕES
Há nos mares cerca de trezentas espécies diferentes
todas devidamente armadas com os mesmos dentes
( sobre o que se passa em terra não há estatísticas )
GRIFOS
Calvos, para melhor introduzirem
a cabeça e o pescoço
nas carcaças já podres
GRILOS
Podeis já só habitar a minha memória,
podeis já ter morrido todos:
por milagre o antigo cantar perdura,
intacto e incorrupto
AVES
Ao contrário dos humanos,
que raramente voam,
elas deleitam-se no voo,
mas ainda ao contrário dos humanos
é muito raro que o façam na direcção de uma gaiola
CORÇAS
Quando nascem já trazem no pescoço
a indicação daquele ponto exacto
onde as feras hão-de cravar os dentes
Rui Caeiro, in O Carnaval dos Animais, Letra Livre, 2008.
Marcadores de livros - 76
Chegou por correio o primeiro presente natalício. Na verdade, são três: um chocolate e dois lindos marcadores.
Agradeço a quem mos ofereceu.
Leitura
«Aimer à lire, c'est faire un échange des heures d'ennui contre des heures délicieuses.»
Montesquieu
Vinheta
O Estudioso, investigador e biógrafo do "poeta das duas línguas e muitas máscaras", Richard Zenith, é a vinheta destes dias.
Parabéns.
Parabéns.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
O cair da folha
Já no fim do Outono, os jornais deram-nos notícia da morte de vários artistas, vozes e instrumentistas que se apagam e deixam a cultura mais pobre. É o cair da folha.
Galina Vishnevskaya, a grande soprano russa, que foi casada com Mstislav Rostropovitch, perseguida e exilada pelo poder soviético, com 86 anos.
Ravi Shankar, músico indiano, exímio tocador de cítara, aos 92 anos
Jenni Rivera, popular cantora mexicana, num desastre de aviação
Lisa Della Casa, a grande soprano suiça, especialista nas árias e de Mozart e Strauss, aos 93 anos
Galina Vishnevskaya, a grande soprano russa, que foi casada com Mstislav Rostropovitch, perseguida e exilada pelo poder soviético, com 86 anos.
Ravi Shankar, músico indiano, exímio tocador de cítara, aos 92 anos
Jenni Rivera, popular cantora mexicana, num desastre de aviação
Lisa Della Casa, a grande soprano suiça, especialista nas árias e de Mozart e Strauss, aos 93 anos
Richard Zenith: Prémio Pessoa 2012
Este americano, nascido em Washington em 1956, que vive em Lisboa desde 1987, português há cinco anos, tradutor e estudioso de Fernando Pessoa, é o Prémio Pessoa 2012.
Estou bastante contente com a atribuição deste prémio.
Há mais de um ano que esta obra de Pessoa, coligida por Zenith, é a minha leitura de cabeceira.
Morreu criador do código de barras
Joseph Woodland, um dos criadores do código de barras, representação gráfica que revolucionou o sector das empresas de distribuição, morreu na quarta-feira em New Jersey aos 91 anos. Este engenheiro mecânico, desenvolveu em conjunto com um colega de turma, Bernard Silver, o famoso sistema gráfico (com linhas pretas de várias larguras) de dados numéricos ou alfanuméricos, cuja descodificação é realizada por um leitor óptico. O sistema, desenvolvido em finais da década de 1940, foi patenteado em 1952 e revolucionou, na década de 1970, a forma como as empresas armazenam e distribuem os produtos.
Leituras no Metro - 112
«Le siècle qui m'a vue naître et vieillir était le seul à pouvoir me convenir. Je sais bien que beaucoup en jugent autrement. Je ne parle pas ici du bien-être matériel ou du bonheur essentiel. Femme russe, où et quand aurais-je pu être plus heureuse? Au XIXe siècle, en compagnie des grisettes de Pouchkine ou des Nathalies de Herzen et de leurs pupilles? Avec des mamans et des demoiselles de la bourgeoisie naissante ou des pédantes championne du féminisme? Au XVIIIe siècle, ou à une époque encore plus lointaine lorsque, dans toute la sainte Russie, jeunes et vieux passaient leur temps `dormir, manger et prier?
«Tout était déjà en place qand je suis arrivée. Autour de moi 'étalaient des trésors, il n'y avait qu'à les ramasser. Je suis libre de vivre où et comme je veux. Je suis heureuse que les énigmes de ma jeunesse aient été élucidées. Je ne fais jamais semblant d'être plus intelligente, plus belle, plus jeune, ni meilleure que je ne suis. Je vis au millieu d'un invraisemblable et indiscriptible foisonnement de questions et de réponses et pour être tout à fait franche, les malheurs de mon siècle m'ont plutôt servi: la révolution m'a libérée, l'exil m'a trempppée, la guerre m'a projetée dans un autre monde.
«Je n'ai pas eu à me libérer, durant cinquante ans, des suites d'une éducation bourgeoise comme Louis Aragon ou Jean-Paul Sartre. J'ai grandi en Russie à une époque où l'on savait que le vieux monde allait, de toute façon, à sa perte. Personne ne défendait sérieusement les anciens principes, du moins pas dans mon milieu. Entre 1912 et 1916, tout croulait, s'effilochait sous nos yeux comme un vieil habit usé. La contestation était l'air que nus respirions, elle a nourri mes premières vraies émotions. Beaucoup plus tard seulement, à l'âge de vingt.cinq ans environ, j'ai su que j'appartenais de par ma naissance à la bourgeoisie. Je ne me sens absolument pas liée à elle, notamment parce que j'ai passé ma vie entière parmi des exilés déclassés comme les héros de mes romans et de mes nouvelles. En tant que classe sociale, elle a toujours éveillé en moi cependant plus de curiosité et d'intérêt que les débris de la noblesse féodale et au moins autant que la classe ouvrière. Mais c'est de l'intelligentsia, déclassée ou non, que je me sens la plus proche. Me sont étrangers, par contre, ceux qui détiennent le pouvoir, les dictateurs, les triumvrs, les hommes à qui on rend un culte, ceux qui y aspirent, les rois de tout poil. À cex dinosaures, je préfrère encore les requins, au sens propre et figuré.»
Nina Berberova - C'est moi qui souligne. Paris: J'ai lu, 1992, p. 27-28
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Conversas na cidade
Um casal de namorados no metro
Ela: Não sei como vou fazer amanhã para acordar cedo.
Ele: Hoje acordei ao meio-dia.
Ela: Eu levantei-me às três horas.
Ele: Acordar às dez da manhã era bom.
Ela : Ya, acordar às dez era bacano.
Duas raparigas sentadas na esplanada
Depois de enrolar um cigarro, a primeira rapariga estava com um palito a empurrar o excesso de tabaco para dentro do tubo.
A 2ª rapariga: Dá aí...
A 1ª rapariga: Eu sei, mas ainda estou a usar a cena...
Entretanto, como o tempo está a mudar, um pequeno ramo desprendeu-se da árvore ao lado da mesa e aterrou na cabeça da 1ª rapariga que reagiu: Olha, já levei com o ramo nos cornos.
E assim se vai falando "bom" português1
Ela: Não sei como vou fazer amanhã para acordar cedo.
Ele: Hoje acordei ao meio-dia.
Ela: Eu levantei-me às três horas.
Ele: Acordar às dez da manhã era bom.
Ela : Ya, acordar às dez era bacano.
Duas raparigas sentadas na esplanada
Depois de enrolar um cigarro, a primeira rapariga estava com um palito a empurrar o excesso de tabaco para dentro do tubo.
A 2ª rapariga: Dá aí...
A 1ª rapariga: Eu sei, mas ainda estou a usar a cena...
Entretanto, como o tempo está a mudar, um pequeno ramo desprendeu-se da árvore ao lado da mesa e aterrou na cabeça da 1ª rapariga que reagiu: Olha, já levei com o ramo nos cornos.
E assim se vai falando "bom" português1
Citações
Não há países bons e maus neste drama. A responsabilidade é partilhada. O Norte da Europa é igualmente culpado. Queria despejar o máximo de exportações no Sul fornecendo crédito em excesso.
- Paul De Grauwe, em artigo, Não há inocentes no drama do euro, publicado no Expresso do passado sábado.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Grandjó - 100 anos
A marca de vinhos ‘Grandjó’, nascida na Granja de Alijó e pertença da Real Companhia Velha, está de parabéns, uma vez que acaba de completar 100 anos, sendo por isso a marca de vinhos do Douro mais antiga do país.
A marca ‘Grandjó’ possui, actualmente, duas referências: meio doce branco e late harvest, sendo este último o mais parecido com o vinho original.
A marca ‘Grandjó’ possui, actualmente, duas referências: meio doce branco e late harvest, sendo este último o mais parecido com o vinho original.
E até ao meio-dia o mundo não acabou
Artigo do jornal O Público
Para Orlando Casares, arqueólogo do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH), o "fim do mundo" é resultado de um erro histórico de interpretação. Casares que foi curador de uma mostra que tentava mostrar o erro, diz em entrevista de 2011 que os maias não tinham uma concepção de fim do mundo, mas sim de ciclos.
Casares explica o complicado funcionamento do calendário maia - que contava, inclusive, dois anos. Para o especialista, o problema não esta na arqueologia, mas em erros, "propositais ou não", de interpretação de objetos achados.
O prognóstico maia do fim do mundo foi um erro histórico de interpretação, segundo revela o conteúdo da exposição. O arqueólogo explicou que a base da medição do tempo desta antiga cultura era a observação dos astros.
Eles se baseavam, por exemplo, nos movimentos cíclicos do sol, da lua e de Vênus, e assim mediam suas eras, que tinham um princípio e um final. "Para os maias não existia a concepção do fim do mundo, por sua visão cíclica", explicou Casares, que esclareceu: "A era conta com 5.125 dias, quando esta acaba, começa outra nova, o que não significa que irão acontecer catástrofes; só os fatos cotidianos, que podem ser bons ou maus, voltam a se repetir".
Para não deixar dúvidas, a exposição do Museu do Ouro explica o elaborado sistema de medição temporal desta civilização. "Um ano dos maias se dividia em duas partes: um calendário chamado ''Haab'' que falava das atividades cotidianas, agricultura, práticas cerimoniais e domésticas, de 365 dias; e outro menor, o ''Tzolkin'', de 260 dias, que regia a vida ritualística", acrescentou Casares.
A mistura de ambos os calendários permitia que os cidadãos se organizassem. Desta forma, por exemplo, o agricultor podia semear, mas sabia que tinha que preparar outras festividades de suas deidades, ou seja, "não podiam separar o religioso do cotidiano".
Ambos os calendários formavam a Roda Calendárica, cujo ciclo era de 52 anos, ou seja, o tempo que os dois demoravam a coincidir no mesmo dia.
Para calcular períodos maiores utilizavam a Conta Longa, dividida em várias unidades de tempo, das quais a mais importante é o "baktun" (período de 144 mil dias); na maioria das cidades 13 "baktunes" constituíam uma era e, segundo seus cálculos, em 22 de dezembro de 2012 termina a presente.
Com esta explicação querem demonstrar que o rebuliço espalhado pelo mundo sobre a previsão dos maias não está baseado em descobertas arqueológicas, mas em erros, "propositais ou não", de interpretação dos objetos achados desta civilização.
De facto, uma das peças-chave da mostra é o hieróglifo 6 de Tortuguero, que faz referência ao fim da quinta era, a atual, neste dezembro, a qual se refere à vinda de Bolon Yocte (deidade maia), mas a imagem está deteriorada e não se sabe com que intenção.
A mostra exibida em Bogotá apresenta 96 peças vindas do Museu Regional Palácio Cantão de Mérida (México), onde se pode ver, além de calendários, vestimentas cerimoniais, animais do zodíaco e explicações sobre a escritura.
Para a diretora do Museu do Ouro de Bogotá, Maria Alicia Uribe, a exibição desta mostra sobre a civilização maia serve para comparar e aprender sobre a vida pré-colombiana no continente. "Interessa-nos de alguma maneira comparar nosso passado com o de outras regiões do mundo", ressaltou Maria sobre esta importante coleção de arte e documentário.
«Elegâncias» em «Humor pela manhã»
Ontem à noite passou na RTP1 um programa inacreditável - «Diagnóstico: Divas» - de que só encontrei estes dois apontamentos no YouTube. Se encontrarem o programa completo, não deixem de ver.
«Mulheres com atitude e irreverência, que marcam a passagem do tempo de forma excêntrica e divertida. Por onde passam deixam a sua marca… nem que seja de batom
«“Diagnóstico:Divas” é um documentário sobre mulheres portuguesas com estilo.
Numa altura em que o “cinzentismo” parece dominar-nos, do pensamento à ação, é bom conhecer mulheres com atitude e irreverência, que marcam a passagem do tempo de forma excêntrica e divertida. As nossas divas já não estão propriamente na idade dos porquês. Elas são afirmativas e estão a anos-luz de conceitos como idade (o que é isso?), norma e politicamente correto. Não têm tempo a perder, querem apenas viver intensamente, longe do “banho-maria” que não aquece nem arrefece. Elas usam óculos para ver e óculos para serem vistas… recusam-se a ser invisíveis. Por onde passam deixam sempre a sua marca… nem que seja de batom.
«As nossas Divas são Paula Bobone, Nazaré Pinela, Zambeze Almeida e Maria do Carmo Castelo Branco.» (do site da RTP)
Uma destas «divas», Maria do Carmo Castelo Branco, falava do tempo em que «ainda não tinha havido isso do 25 de Abril».
Luís, desculpe ter-me apropriado do título de uma sua secção.
Para o Alberto e para a Helga
Já dormia quando o subconsciente me alertou... o tal livro que buscava «composto em Guimarães», em 15... de que se falou na segunda-feira. E reencontrei-o arquivado numa gavetinha da memória. Afinal não está assim tão mal, como eu digo
É certo que não foi em Guimarães, pois não tinha tipografia. Mas os livros mentem tanto. Eles são uns mentirosos... e depois escrevem-se tantas asneiras que são tidas como verdades, absolutas... E o comum dos mortais lê e diz: então não está lá escrito: Composto em Guimarães, em 1547.
Será que a Helga reconhece esta letra? Julgo que sim.
João Vale Peixoto é um autor de Guimarães, que andava por Roma, onde publicou um outro livro, em 1541 ou 1545, que ainda procuro para a minha outra obra. Esse outro livro tem por título: Celebris Repertitio Signoroli de Homodeis.
Era um homem de Direito e parece que deixou mais uns livritos ainda perdidos.
Ter é dor, criar é amor
(Estoril,10.06.1902-Lisboa,12.12.1992)
Não, não era relojoeiro. Os relógios, grandes, eram o seu hobby.
Entre mortos e feridos, alguém há de escapar
Deu que falar o dia 12 do mês 12 do ano 12... o fim do Mundo. Não sei se o meu acaba hoje (posso ter um ataque, ou um acidente), mas se não for hoje... acredito que o meu Mundo acabará mais cedo do que aquele que foi dado viver a Manuel de Oliveira (104 anos, na véspera deste fim do mundo).
Mas em todo o caso este será o último dia em que a sequência se pode registar, nos tempos mais próximos... depois só no dia 01 de Janeiro de 3001, e quem estará cá para o ver?
Quando se aproximou o fim do século também corria que acabava o Mundo... Mas recorde-se que a contagem atual começou... isso mesmo, muito pouco tempo, para o tempo do Mundo. E os Maias nem sabiam quem era Cristo...
"Entre mortos e feridos alguém há de escapar!" dizia um primo e amigo, quando a Tia anunciava o fim do mundo.
Mais logo vão dizer que foi apenas o fim de um ciclo... mas que em breve existe o último dia: para muitos será já no dia 21-12-12.... Como esta gente gosta de números!
Só podia ser a nossa vinheta de hoje... é que eu não acredito em bruxas, mas.... (e se o mundo acabar, aqui fica a vinheta a recordar...)
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Parabéns a Manoel de Oliveira
Manoel de Oliveira nasceu a 11 de Dezembro de 1908.
Parabéns!
Um dos filmes que mais me tocou.
Anna Karenina, de Clarence Brown
«De todas as versões (cinematográficas e televisivas) do romance de Tolstoi, a de Greta Garbo é, por certo, uma das mais lendárias: sob a direcção de Clarence Brown, ela cumpria um dos capítulos essenciais da sua própria mitologia.
«Ao descobrirmos a nova versão de "Anna Karenina", dirigida por Joe Wright, com Keira Knightley no papel principal, é inevitável recordarmos a imensa quantidade de adaptações cinematográficas do romance de Tolstoi (originalmente publicado entre 1873 e 1877).
«Uma das mais míticas e, por certo, também das mais encantadoras data de 1935 e tem Greta Garbo como Karenina.
Para Garbo, foi um filme de plena integração e consagração na máquina de Hollywood. Correspondendo a um conviote da Metro Goldwyn Mayer, ela saíra da Suécia em 1925 para tentar a sua sorte em Hollywood. E, de facto, não só se impôs rapidamente, a partir de "Flesh and the Devil" (1926), sob a direcção de Clarence Brown, como resistiu mesmo à passagem para o cinema sonoro.
Em "Anna Karenina", voltava a trabalhar sob a direcção de Brown, um dos realizadores que mais confiança lhe inspirava, contando também com a contribuição artística de William H. Daniels, porventura o director de fotografia que melhor soube iluminar o seu rosto.
«Na lista "100 anos... 100 paixões", uma das selecções do American Film Institute feita na sequência das comemorações do centenário do cinema, em 1995, esta "Anna Karenina" ocupa o lugar nº 42.»
João Lopes
(In Diário de Notícias, Lisboa, 10 dez. 2012)
«É bem verdade que a história do cinema contém uma série de interessantíssimas adaptações do romance "Anna Karenina", de Leo Tolstoi. Para nos ficarmos pelas referências mais óbvias, lembremos as versões protagonizadas por Greta Garbo (1935) e Vivien Leigh (1948), realizadas, respectivamente, por Clarence Brown e Julien Duvivier.
«Mas não é menos verdade que nem mesmo a escrita genial de Tolstoi serve de "garantia" cinematográfica: um filme sobre um livro não brota automaticamente das qualidades desse livro, depende sempre dos valores narrativos que nele se investem. E no caso da nova "Anna Karenina", assinada por Joe Wright, o mínimo que se pode dizer é que os tiques formalistas se sobrepuseram a tudo o resto.
«Insolitamente, o filme de Joe Wright tenta situar a história do adultério de Karenina na Rússia czarista a partir de uma sugestão "teatral": as personagens seriam, afinal, protagonistas de um drama de aparências... O certo é que tal sugestão cedo se reduz a um dispositivo decorativista que se exibe por si próprio, enquanto a "acção" se vai organizando em situações mais ou menos soltas e desconexas.
«Os actores, como sempre, são os mais penalizados neste tipo de produções: Keira Knightley, Jude Law e Aaron Taylor-Johnson fazem o que podem, mas podem muito pouco... À semelhança de "Orgulho e Preconceito" (2005) ou "Expiação" (2007), Joe Wright revela-se um director de telefilmes académicos, apenas "favorecidos" por evidentes luxos de produção cenográfica.»
João Lopes
(RTP, 8 dez. 2012)
Concordo com João Lopes: a versão de Orgulho e Preconceito é uma lástima. Quanto a Expiação, gostei; talvez porque nunca li o livro de Ian MwEwan.
Um quadro por dia
Albert Bierstadt ( 1830-1902 ), Nas Montanhas, óleo sobre tela.
Um dos grandes paisagistas norte-americanos, embora prussiano de origem, neste Dia Internacional das Montanhas.
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