Prosimetron
sábado, 13 de novembro de 2010
In Memoriam - Santo Agostinho
«Foi esse livro [Hortênsio de Cícero] que mudou os meus afectos e voltou para ti, Senhor, as minhas preces. (...) - não era pois para refinar a língua que eu manuseava aquele livro, nem ele me convencera quanto ao estilo, mas quanto àquilo que dizia.»
Caganer
E d'A Ilha do Tesouro viaja-se até Dumas
Para os amantes de gatos
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Janeiro de 1931
Fernando Pessoa, In Poesia 1931-1935 e não datada , Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2006. Retirado da Casa Fernando Pessoa
Simon's cat
Azálea
Robert Louis Stevenson
Google.
«Engenheiro contrafeito, advogado negligente, embarcadiço e entusiasta de proezas desportivas, mesmo quando a precária saúde o aconselharia a outros ritmos, Stevenson conheceu o sucesso literário em 1883, por ocasião da edição de A Ilha do Tesouro, escrita para o seu enteado, uma criança de 12 anos. Inicialmente intitulada The Sea Cook, a acção desta novela inicia-se na Inglaterra do século XVIII, quando o pobre Jim Hawkins, órfão de pai e mãe, vê a sua vida alterada ao receber das mãos de um velho pirata um enigmático mapa com instruções para a localização de um tesouro depositado nas areias das Caraíbas. Tal como sucederia depois com John Ford no cinema, engendrador do mito do Oeste selvagem, Stevenson forjou o mito do pirata da perna de pau e papagaio no ombro – o Long John Silver – que doravante passaria a dominar o imaginário das aventuras de piratas.
«A este êxito seguiram-se O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde (1884) – inquietante viagem ao mundo das profundidades, quase adivinhando o próximo advento da moda freudiana –, a Flecha Negra (1885) e Raptado (1886), obras que passaram à posteridade ofuscando a demais produção de um autor cuja actividade se repartiu pelo teatro, pela crítica e pela poesia.
«Cativo dos trópicos e do sol, fixou residência nos mares do Sul em 1888, nas ilhas Samoa, onde escreveu as suas últimas obras: Nos Mares do Sul e Weir of Hermiston (inacabada)» e onde faleceu a 3 de Dezembro de 1894.
(http://purl.pt/301/1/o-autores-estrangeiros/oe-stevenson.html)
1.ª ed.
[London]: Cassel & Company, 1883
Trad. de Oliveira Abrantes.
Lisboa: Inquérito, 194-
Capa ass. Stop.
Trad. de Alexandre Pinheiro Torres;
il. Gouveia Portuense.
Porto: Civilização, 1961
Paco Ibáñez em Lisboa
LA POESÍA ES UN ARMA CARGADA DE FUTURO
Cuando ya nada se espera personalmente exaltante,
mas se palpita y se sigue más acá de la conciencia,
fieramente existiendo, ciegamente afirmado,
como un pulso que golpea las tinieblas,
cuando se miran de frente
los vertiginosos ojos claros de la muerte,
se dicen las verdades:
las bárbaras, terribles, amorosas crueldades.
Se dicen los poemas
que ensanchan los pulmones de cuantos, asfixiados,
piden ser, piden ritmo,
piden ley para aquello que sienten excesivo.
Con la velocidad del instinto,
con el rayo del prodigio,
como mágica evidencia, lo real se nos convierte
en lo idéntico a sí mismo.
Poesía para el pobre, poesía necesaria
como el pan de cada día,
como el aire que exigimos trece veces por minuto,
para ser y en tanto somos dar un sí que glorifica.
Porque vivimos a golpes, porque apenas si nos dejan
decir que somos quien somos,
nuestros cantares no pueden ser sin pecado un adorno.
Estamos tocando el fondo.
Maldigo la poesía concebida como un lujo
cultural por los neutrales
que, lavándose las manos, se desentienden y evaden.
Maldigo la poesía de quien no toma partido hasta mancharse.
Hago mías las faltas. Siento en mí a cuantos sufren
y canto respirando.
Canto, y canto, y cantando más allá de mis penas
personales, me ensancho.
Quisiera daros vida, provocar nuevos actos,
y calculo por eso con técnica qué puedo.
Me siento un ingeniero del verso y un obrero
que trabaja con otros a España en sus aceros.
Tal es mi poesía: poesía-herramienta
a la vez que latido de lo unánime y ciego.
Tal es, arma cargada de futuro expansivo
con que te apunto al pecho.
No es una poesía gota a gota pensada.
No es un bello producto. No es un fruto perfecto.
Es algo como el aire que todos respiramos
y es el canto que espacia cuanto dentro llevamos.
Son palabras que todos repetimos sintiendo
como nuestras, y vuelan. Son más que lo mentado.
Son lo más necesario: lo que no tiene nombre.
Son gritos en el cielo, y en la tierra son actos.
Gabriel Celaya (1911-1991)
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Júlio Resende
E esta semana que está a acabar foi a primeira da casa nova deste enorme e icónico painel que Resende doou à sua cidade em 1994 e que esteve encaixotado uma série de anos num armazém camarário...
A casa nova é o primeiro andar da Alfândega do Porto e lá finalmente voltaremos a ver este fantástico retrato da vida tripeira.
Não me importava de fazer esta viagem. :)
Os caminhos de ferro russos recolocaram nos carris o comboio mítico dos aristocratas. A Rússia de Hoje pode ser vista a bordo do Expresso do Oriente do século XXI. De Nice a Moscovo em 50 horas.
http://www.lefigaro.fr/publiredactionnel/2010/10/20/06006-20101020ARTWWW00342-vers-la-cote-d-azur-au-train-des-anciens-aristocrates.php
Bom dia!
Cinenovidades - 150 : Inside Job
Biografias, autobiografias e afins - 88
O reverso da medalha...
- Excerto da entrevista a Jesse Berst, renomado perito energético norte-americano, publicada na Visão desta semana.
Victoria Dubourg
Residindo em Paris, passa os Verões em Buré, onde ela e Fantin-Latour pintavam os seus quadros de flores, de que é uma especialista, bem como de naturezas-mortas.
A sua pintura lembra a de Fantin-Latour, «ao nível da textura, da luz e dos fundos». (http://www.galeriearyjan.com/oeuvres/19eme/victoria-dubourg-fantin-latour)
Henri Fantin-Latour - Victoria Dubourg
Paris, Musée d'Orsay
Henri Fantin-Latour - A Família Dubourg
Óleo sobre tela, 1878
Paris, Musée d'Orsay
Henri Fantin-Latour - Charlotte Dubourg
Óleo sobre tela, 1882
Paris, Musée d'Orsay
Amanhã apresentarei algumas telas de Victoria Dubourg.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
«São Martinho, bispo; São Martinho, papa; S. Martinho, rapa.»
S. Martinho na Galeria Nacional Húngara
Votar é preciso !
Rir é o melhor remédio - 3
1989 : Lisa Stansfield
IN MEMORIAM JOÃO MANUEL SERRA
É uma parte da Lisboa contemporânea que desaparece.
Só até domingo
Até 14 de Novembro
Teatro Cinearte, Sala 1
5 .ª a sábado, 21h00
Domingo, 16h00
«Será talvez essa a razão de se continuar a intitular de “mistério” um golpe reaccionário suficientemente clarificado e confessado na sua planificação, propósitos e objectivos.
«E se todos esses dados ainda são considerados insuficientes, pois que se faça luz definitiva sobre um dos mais bárbaros e repugnantes acontecimentos que manchou a vida politica nacional.
«A História e o futuro vivem de saber ler o passado. Não será despiciendo saber toda a verdade sobre os crimes que se abateram sobre os dirigentes do 5 de Outubro, onze anos depois de terem conquistado a liberdade para o povo português.» (http://www.abarraca.com)
PENSAMENTO(S) - 145
Sábado, no Museu do Teatro.
É uma edição da Ramiro Leão, pequena mas dinâmica editora sediada em Gavião, Alentejo, e de que já falei nestas páginas.
Um quadro por dia - 109
Esta tela foi levada para Espanha por um duque de Medinaceli, uma das mais poderosas famílias nobres do país vizinho, e passou por várias colecções particulares ao longo dos séculos perdendo-se a identidade do pintor e acumulando-se a sujidade. Tudo mudou quando há uns anos o proprietário a quis vender e contactou a Sotheby's. Foram os peritos desta reputada leiloeira, que consultaram também os maiores brueghelianos, que chegaram à conclusão de que se tratava realmente de um Brueghel desconhecido até então, interessando o Museu do Prado que comprou a tela já este ano por 7 milhões de euros.
Roma, Cidade Aberta
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Boa noite!
Citações - 134
O surf foi inventado pelo sargo e pelo robalo.
Ouvida ontem no Telejornal, proferida por um habitante da Nazaré a propósito da forte ondulação que se tem feito sentir e que inundou casas e lojas, mas ondulação esta que propicia grande apanha de peixe a quem ousar enfrentar as ondas de 10 metros e mais...
Erbarme dich
Há músicas que têm o condão de nos elevar. Boa noite!
Andreas Scholl - Bach -Matthaus Passion - 39. Aria A -Erbarme dich
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Amazing Grace
Aquisições recentes - 18
São reflexões sobre a leitura, os livros, as bibliotecas e alguns autores de eleição.
É uma edição da Payot/Rivages, de Abril deste ano.
C' est un bonheur que de se constituer progressivement une belle petite bibliothèque avec des moyens modestes en bravant toutes les difficultés; c' est un sport passionant!
- Hermann Hesse.
P.S. - Lembro-me como se fosse hoje a minha descoberta, ainda adolescente, de Hesse: uma tarde de Feira do Livro em que comprei o Sidarta. Sentei-me num banco do parque e fui lendo até a noite cair...
Biografias, autobiografias e afins - 87
Embora republicano, Charles Napoléon assume-se como o chef de la maison Bonaparte e é inclusive presidente de algumas associações napoleónicas, não renegando, portanto, o seu parentesco "imperial" como descendente de Jerónimo Bonaparte, o irmão mais novo de Napoleão.
Uma biblioteca da literatura universal
Brahms
Brahms, que se considerava o herdeiro de Beethoven, era odiado por Tchaikovski que o considerava "um medíocre que acha que é um génio" e Saint-Saëns que dizia que a sua "música é pesada, o que não é o mesmo que dizer que é profunda". Nietzsche era mais brando, dizendo que "as obras de Brahms têm a melancolia da impotência".
Foi, na verdade, o século XX que fez a glória do "reaccionário" ( era um dos adjectivos que mais lhe era aplicado, e relativo à linguagem musical ) Brahms.
Eu não acho nada pesada esta Quinta Dança Húngara.
Auto-retrato(s) - 68
A partir de meados dos anos 70, Boetti começa a "desdobrar-se" em duas pessoas utilizando o seu primeiro nome próprio e o seu apelido para as designar. É desse período que data este peculiar auto-retrato fotográfico.
Le Repos
Manet - Le Repos, ca 1870-1871
Providence, Museum of Art, Rhode Island School of Design
«Dans Le Repos, elle a cet air comblé, de paresse et d'extase qu'expriment ses propres toiles mais qu'elle cache pour elle-même, sous une réserve, une pudeur défensives. Entre le peintre et le peintre, en se fiant aux regards de Berthe Morisot et aux multiples portraits qu'en fit Édouard Manet, on peut déduire dès le premier abord un mélange de séduction et d'admiration réciroques. Et une probable, une profonde complicté. Quelque chose comme une amitié amoureuse. Un amour?»
(Dominique Bona - Berthe Morisot: Le secret de la femme en noir. Paris: Grasset, 2010, p. 21,12. Le Livre de poche; 15347)
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Um aniversariante especial
Nascido em Sceaux a 8 de Novembro de 1935, viveu uma infância e juventude de total rebeldia. Seu visual valeu-lhe a descoberta para o grande écran. Em 1958, conheceu Romy Schneider com quem partilhou seis anos de aventura amorosa. Diversos affairs e outras ocorrências, apetecíveis à luz da imprensa cor de rosa, mantiveram Delon na ribalta das atenções durante cinco décadas. Até o assassinato de um dos seus guarda-costas confirmou a suspeita de ligações de Delon ao submundo.