Prosimetron
sábado, 9 de outubro de 2010
Máxima epicurista
Marcel Pistre (1917-1979) - Sem título, 1966
«Vazio é o discurso do filósofo se não contribui para curar a doença da alma.»
Novo local de peregrinação
Outono!
Frei Fernando Ventura
Liza
Citações - 124
Adágios e provérbios - 1
http://www.ruadireita.com/info/img/o-pao-e-os-seus-mitos.jpg
Trigo, e pão
Aceita na ocasião,
Bom, e mau, quanto te dão.
In: Banquete esplêndido de iguarias diversas, adágios e provérbios [...]. Lisboa: Apenas Livros, 1999.
2.ª ed. de um folheto de 1668.
O último Vargas Llosa que li
Lisboa: Dom Quixote, 2003
Paul Gauguin - A visão depois do sermão, 1888
«A que mãos teria ido parar A visão depois do sermão? No leilão do Hotel Drouot no domingo 22 de Fevereiro de 1891 para reunir fundos que te permitissem a primeira vinda a Taiti, A visão depois do sermão foi o quadro pelo qual se pagou cerca de 900 francos. Em que sala de jantar burguesa parisiense languesceria agora?» (p. 197)
Paul Gauguin - O feiticeiro de Hiva Oa, 1901
«Se o que Tioka dizia era exacto, O feiticeiro de Hiva Oa tinha saído mais ou menos como o conceberas, apesar de o teres pintado quase todo o tempo às cegas, com pequenos intervalos em que a luminosidade do dia, o teu voluntarioso esforço ou o deus menor compadecido te aclaravam a visão e, por uns minutos, podias corrigir pormenores, acentuar ou debilitar as cores. Às vezes, o tremor da tua mão era tão forte que tinhas que deitar-te um bocado na cama, até que o teu corpo serenasse e aqueles incontroláveis movimentos dos teus músculos cessavam. Só tinhas pintado as obras-primas nesse estado de incandescência, Kobe. Seria O feiticeiro de Hiva Oa uma obra-prima? Se os teus olhos pudessem ver a tela como devia ser, mesmo que fosse por uns segundos, sabê-lo-ias. Mas ficarias sempre com a dúvida, Kobe.» (p. 293)
Elegâncias - 51
Red Woven Leather and Suede Platform
(para Miss Tolstoi, apesar da mudança de indumentária)
Gray Fishnet-Pattern Bootie
Metallic Gold Python Bootie
retirados de: http://rawshoes.wordpress.com/category/uncategorized/page/23/
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Novidades - 149 : Ainda o Centenário...
O Regicídio e a República 1908/1926 À Luz da Astrologia, Helena Avelar, Maria Manuel Xavier e Luís Ribeiro, Set. 2010, 144p, Vogais&Companhia.
Um quadro por dia - 96
Neste Dia Mundial do Ovo, os ditos tinham que aparecer por aqui. E surgem através da paleta do maior paisagista e autor de naturezas-mortas que o Brasil teve no séc.XIX.
A benefício de uma certa prosimetronista ( e de quem os vê depois ), sempre acrescento que as suas telas de flores e frutos são magníficas...
Com a diferença de vermos frutas tropicais que os pintores europeus raramente retrataram.
O dia é dele
Mais uma pérola...
Se abrissem a cantina da Assembleia da República à noite, eu ia lá jantar. Eu e muitos outros deputados da província. Quase não temos dinheiro para comer.
( no Correio da Manhã )
Têm sido tantas e tão boas as declarações deste senhor deputado nos últimos tempos, que quase começo a dar razão a Maria José Nogueira Pinto que lhe chamou um dia na Assembleia "palhaço permanente".
Auto-retrato(s) - 60
Esta tela de Beckmann também poderia ter acabado numa das várias fogueiras que se fizeram no início do III Reich para queimar a "arte degenerada", mas foi salva e levada para os EUA onde está desde então.
Margaridas
Bom dia!
PENSAMENTO(S) - 141
Poemas - 15
Dizem que há ondas de dez metros e eu venho
a um paredão da costa para olhá-las
Venho para ver a precipitação do mar e como seu fundo mais idêntico
nós a passarmos,
nós na teimosia de sermos de passarmos como os cães marítimos,
um pouco alheadamente, tresmalhados, e muito sem um aceno, um pacto;
Nós a passarmos em frente às grandes paredes maciças e moventes
surpresos, suspensos, presos à linha da sentença que se move,
precipita
Nós sem podermos ceder a atenção a mais
que a este medo, ou à espécie de júbilo que nos tresmalha
como aos tais cães do mar
Maria Andresen, na Relâmpago Nº25, Outubro de 2009
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Boa noite!
Dia Nacional dos Castelos
Frutas - 29
Finalmente!
Mário Vargas Llosa, Prémio Nobel da Literatura!
Irmãos Unidos
Foto Eduardo Portugal, s.d.
Arq. Fot. CML, PT/AMLSB/AF/POR/060322
O restaurante encerrou em 1970, tendo a sua área sido anexada pela Camisaria Moderna. Ainda existe um resquício do restaurante com o nome de Adega Irmãos Unidos, na Praça da Figueira, 2.
Pensamento
http://creartis.c.r.pic.centerblog.net/z9v4vz9v.jpg
Fico pensando, às vezes, por momentos,
Que a alma dentro em nós, é uma fonte
Onde bebem os nossos pensamentos!
[...]
Alfredo Guisado
In: Distância. Lisboa: Livr. Ferreira, 1914
Para Jad, porque há dois dias se falou de Alfredo Guisado.
No Centenário - 2
Foi com surpresa que vi ontem, e graças ao aviso de um prosimetronista, o documentário de Eduarda Maio que passou depois do noticiário das 20h na RTP1, em horário nobre (!), sobre o último Rei de Portugal.
P.S.- Um doce, ou melhor uma caixa para não me chamarem sovina, a quem adivinhar quem pintou o retrato que está acima. Uma pista- é um grande nome da pintura portuguesa.
1945 : Perry Como
Um quadro por dia - 95
Embora menos conhecido que os seus contemporâneos John Singer Sargent ou Mary Cassatt, Melchers é um pintor norte-americano que merece atenção. Apesar de ter começado a minha procura de uma tela maternal para hoje na Velha Europa, desde logo uma das várias mães pintadas por Renoir, foi Melchers quem captou a minha atenção.
As primeiras chuvas II
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Boa noite!
Gustave Moreau (1826-1898) - Salomé (pormenor), 1874-1876
SALOMÉ
Insónia roxa. A luz a virgular-se em medo,
Luz morta de luar, mais Alma do que lua...
Ela dança, ela range. A carne, álcool de nua,
Alastra-se para mim num espasmo de segredo...
Tudo é capricho ao seu redor, em sombras fátuas...
O aroma endoideceu, upou-se em cor, quebrou...
Tenho frio... Alabastro! A minha alma parou...
E o seu corpo resvala a projectar estátuas...
Ela chama-me em Íris. Nimba-se a perder-me,
Golfa-me os seios nus, ecoa-me em quebranto...
Timbres, elmos, punhais... A doida quer morrer-me:
Mordoura-se a chorar - há sexos no seu pranto...
Ergo-me em som, oscilo, e parto, e vou arder-me
Na boca imperial que humanizou um Santo...
Lisboa 1913 - novembro 3.
Mário de Sá-Carneiro
In: Poemas completos. Lisboa: Assírio & Alvim, 2001
Gustave Moreau (1826-1898) - Salomé (pormenor), 1876
BALADA DE SALOMÉ
Meus bailados endoidecem,
Adormecem,
São riscos, que os meus sentidos
Com tules de ânsia vestidos,
Traçam no ar...
Endoidecem...
Plumas que caem no mar...
Anda ao redor do meu Corpo,
Triste, exangue...
Sou uma bruma de mim...
Sou uma gota de sangue
Numa espada de marfim...
Dedos de silêncios velhos...
Breves sombras do meu Corpo
A dançarem nos espelhos...
Meus olhos, portas abertas
E desertas,
Portas para jardins pagãos...
Leves repuxos de cores...
São conventos profanados
Onde morreu uma freira...
E são palcos, minhas mãos,
Onde meus dedos-actores
Andam cantando bailados
Duma outra bailadeira...
Minha sombra, voz que escuto
Numa sala dum castelo.
Sonho de Mim. Meu cabelo,
Caudas de faisões de luto
Em parques de outros Orientes...
O meu Corpo, um girassol
Virando a todo o momento
Para o Sol
Dos meus sentidos doentes.
Sou o talismã dum mago.
E são meus olhos inquietos,
Muito pretos,
Cabeças dentro de pratos...
Sou silêncios debruçados,
Gritos de mim, ecos, tudo...
Os meus bailados são patos
Ao longe, junto dum lago,
Laços de sangue, pintados
Num pescoço de veludo...
Alfredo Guisado
In: Tempo de Orfeu. Coimbra: Angelus Novus, 2003
Poemas - 14
Fernando Guimarães, Algumas das palavras- Poesia Reunida 1956-2008, Edições Quasi, 1ªed, Dezembro de 2008.
A arte do retrato - 5
Estava na altura de aparecer um retrato fotográfico nesta série. Escolhi o maior fotógrafo húngaro, embora grande parte da sua vida tenha decorrido em França, do século passado e um dos seus retratos que julgo mais impressivos: o da escritora Anais Nin, cuja vida sob o signo da liberdade sempre me fascinou.
1959 : Bobby Darin
Elegâncias - 49
O Início
(O Início)
1
De antanho a era
em que o vazio existia,
nem areia ou mar
nem ondas revoltas;
por forjar a Terra,
Por cobrir o Céu:
um abismo aberto,
sem folha de relva.
2
Os Grandes Deuses então
deram início à labuta,
o maravilhoso mundo
mui bem construíram.
Vindo do Sul, o Sol
dos mares saído
reluzia sobre a relva
verdejando nas manhãs.
(...)
Começa assim, com estas estrofes, a Lenda de Sigurad e Gudrún, de J. R. R. Tolkien. Do autor li O Senhor dos Anéis e o Hobbit.
J. R. R.Tolkien, A Lenda de Sigurd e Gudrún, Lisboa: Edições Europa-América, 2009, p. 59 (tradução de Rita Guerra)
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Efemérides
Aconteceu para lembrar a passagem do dia 1 de Outubro.... o outro nome recordado, para esse dia, foi o de Luísa Todi, que morreu a 1 de Outubro de 1833.
Entretanto, no Brasil houve eleições.
Citações - 123
O meu 5 de Outubro
1910 : Harry McDonough
Dia Mundial da Arquitectura
Lembrando Alfredo Keil
No Centenário - 1
Estes são os 3 últimos parágrafos do notável ( não exagero no adjectivo) ensaio de quase 3 páginas que Rui Ramos, que nem sequer é monárquico, escreveu no Expresso intitulado A Iª República como objeto histórico.