Prosimetron

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domingo, 13 de abril de 2025

Os meus franceses - 1060


Bacio - 130


Oh dá-me beijos mil, depois um cento, 
Depois mais outros mil, e um outro cento, 
Depois ainda outros mil, e mais um cento.
Catulo
Trad. Jorge de Sena

Livro e marcador(es) - 176

Fotos Cláudia.


No Dia do Beijo. 

Marcadores de livros - 3360

Ler os jornais no café era um hábito que eu tinha até há poucos anos.

Verso e reverso de um marcador que faz puzzle e uma fotografia-marcador de Mário Cruz.

Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2025.

Este livro pretende (pretende!...) ser o retrato da transformação dos jornais nas últimas duas décadas, através de histórias de vida e testemunhos de jornalistas. A não indicação dos títulos dos jornais a que se referem esses testemunhos não possibilita uma avaliação ou mesmo a contextualização do que é dito.
O estado a que chegou o jornalismo era previsível quando a finança começou a tomar conta da comunicação social, perante um contentamento geral de que a concorrência, o neoliberalismo na imprensa era muito salutar. Está à vista! Tal como nas empresas: salários baixíssimos e pouca qualificação. Jornalistas com carreira feita substituídos por estagiários, pouco investimento no jornalismo de investigação, pouco tempo para conferirem as fontes, falta de especialização, etc., etc.
«Alguns [dos novos patrões da imprensa] já não se dão ao trabalho de [...] esconder [os interesses políticos e económicos desses grupos], como foi evidente numa reunião que alguns dirigentes sindicais mantiveram com os novos representantes de um grupo de comunicação social, para tentar ouvir deles garantias de estabilidade futura. Ao invés, foram surpreendidos com uma sinceridade chocante: "Não é o jornalismo que nos move. Sabemos que vamos perder dinheiro com os jornais, mas o grupo tem outros interesses."» (p. 94)
Helder, um dos entrevistados, afirma que «O grande cancro do jornalismo é a sua propriedade». (p. 94)

No Dia Mundial da Imprensa.

sábado, 12 de abril de 2025

Marcadores de livros - 3359


Robert Delaunay - Torre Eiffel, 1926
Musée d'Art Moderne de Paris
Robert Delaunay - Rytme n.º 1, 1938.
Musée d'Art Moderne de Paris

Dizem que estas cores entraram na pintura dos Delaunay depois da estada deles em Vila do Conde.

Marcadores de livros - 3358


Francesca Bonnemaison i Farriols (12 abr. 1872 - 12 out. 1949) foi uma pedagoga espanhola, que criou a Biblioteca Popular de Dones, a primeira biblioteca criada na Europa, em 1909, exclusivamente para promover a educação das mulheres. 
Daqui a onze dias comemora-se o Dia do Livro.



sexta-feira, 11 de abril de 2025

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Dietrich Bonhoeffer (1906 - 1945)

Comemoraram-se ontem os 80 anos da execução de Dietrich Bonhoeffer.

Nascido em Breslau (hoje Polónia) em 1906 e proveniente de uma família burguesa abastecida, decide estudar Teologia o que o leva a várias visitas a Roma, Barcelona e Nova Iorque. Enquanto jovem sacerdote protestante em Berlim, assiste à subida ao poder do nacional socialismo e contesta o boicote às lojas pertencentes a judeus. Condena a política racial. Torna-se membro da chamada “igreja confessante”, uma igreja anti regime, que se distancia claramente dos cristãos alemães simpatizantes de Hitler.   

Rapidamente é apanhado pelo radar da Gestapo e é confrontado com represálias: perde a licença de leccionar na universidade, e em 1938, é proibido de viver em Berlim. Emigra para os Estados Unidos para assumir o cargo de pároco numa paróquia de Nova Iorque, mas volta para a Alemanha com o intuito e a convicção de activamente lutar contra o regime.

Graças a contactos pessoais, passa a trabalhar para os serviços secretos militares no comando da Wehrmacht sob a direcção de Wilhelm Canaris. Durante essa função, já em plena Segunda Guerra Mundial, estabelece contactos com membros da resistência e junta-se a círculos conspirativos. É preso em 1943. O seu nome é encontrado em documentos ligados ao atentado falhado contra Hitler em 1944.

A 9 de abril de 1945, apenas duas semanas antes do fim da Segunda Guerra na Europa, Bonhoeffer é executado juntamente com outros membros da resistência, entre eles, Wilhelm Canaris, Hans Oster, Karl Sack e Ludwig Gehre, no campo de concentração de Flossenbürg

Os Historiadores consideram esta execução um acto vil de pura retaliação, já que a Alemanha viria a capitular poucos dias depois.

A Dietrich Bonhoeffer que viveu um testemunho de fé cristã inabalável e que é uma das figuras mais notáveis da resistência contra o nazismo, dedicamos a nossa nova vinheta.

Amores-perfeitos

Foto Maria, 5 abr. 2025.

Marcadores de livros - 3356

Um verso com três reversos diferentes.


quarta-feira, 9 de abril de 2025

terça-feira, 8 de abril de 2025

Boa noite!

Malcolm McLaren, Françoise Hardy - Revenge of the Flowers.

Pacotes de açúcar - 259

Verso e reverso de um pacote de açúcar.

O Café Bar Celta foi fundado em 1923 e é o café mais antigo de Lugo. Talvez seja um café histórico. Ler mais aqui.

Vamos tomar um café. Esperemos que o sabor corresponda ao aspeto.


Para Maria Luisa, no Dia Europeu dos Cafés Históricos.

Marcadores de livros - 3354

Três marcadores de Picasso:

L'enfant au pigeon, 1901
Londres, The National Gallery

La colombe bleue, 1961
Litografia.
Jacqueline aux fleurs, 1954
Col. Jacqueline Picasso.

No Dia Internacional das Pessoas Ciganas


Rhoma Acans (2012) é o filme de licenciatura em cinema de Leonor Teles. Gosto dos filmes de Leonor Teles, mas nunca vi este. « A realizadora analisa a história da sua família e a sua relação com o peso da tradição cigana a que outrora pertenceu. Essa viagem de autodescoberta encontra-se com a figura de Joaquina, jovem plenamente inserida na comunidade cigana e que serve de contraponto à experiência da realizadora, ajudando-a a perceber o que mudou, o que se mantém e o que falta ainda mudar depois de sucessivas gerações de fortes personagens femininas.»

Mozes Rosenberg Trio.

domingo, 6 de abril de 2025

Da Beira Baixa - 39

Foto de Maria, 5 abr. 2025.

Leituras no Metro - 2958

Não foi esta edição que li.

«Abancados à tosca mesa, cuja toalha tresandava ao fartum do azeite e bacalhau, apareceu a travessa fumegante com duas galinhas, sobre as quais se levantava uma pirâmide de três salpicões, assentes num grosso lardo de toucinho.
«D. Mécia enjoou daquele espetáculo e recuou a cadeira, furtando o nariz à fumaça das vitualhas vaporosas.
«Instou-a o pai a que aceitasse uma asa de galinha. A menina, porém, ansiada de náuseas, saiu da mesa [...].
«Entretanto, D. José de Noronha, espostejando e deglutindo com estridente mastigação uma galinha, tartamudeava:
«- Meus amigos, nada de engulhos! É comer o que aparece e fazer de conta que a barriga é alforge de pedinte. Eu bem sei que as galinhas são boas; tenho tão bom paladar como o grão-turco; mas nesta ocasião tenho fome como dez turcos em jejum de três semanas. Como destas galinhas se podia fazer boa petisqueira sei eu; e, se me lembra que a prima não comia isto assim, tinha ido eu à cozinha fazer-lhe uma galinha de alfitete. [...]
«E, aproveitando o curto descanso de bocado a bocado que lhe escorregava pelo esófago, D. José ia dizendo:
«- Coze-se uma galinha com um arrátel de toucinho, em pouca água para lhe não tirar o chorume; depois, derrete-se o toucinho; parte-se a ave em quartos e mete-se numa tigela a corar a lume brando; depois, pega-se em meio arrátel de açúcar, farinha, seis ovos, manteiga e um todo-nada de vinho, e de tudo isto fazem-se bolinhos, com sua folha de louro, fritam-se, põem-se em camadas de açúcar, cobrem-se de canela e por cima de tudo põe-se a galinha. Isto é petisco de morrer!... E galinha mourisca? já comeu, prima Mécia?
«- Não senhor.
«- Faz-se torresmos; vai-se a gente ao pingo; deita-o numa tigela, onde já está a galinha entalida ou meia assada; por cima despeja-se um golpe de vinho branco, pouquito vinagre e água um quase nada; depois, louro, cravo, pimenta, gemas de ovo, fatias por baixo e rodelas de limão por cima. É comer e gritar por mais!...
«- Com efeito! - exclamou Lopo. - Onde aprendeu o primo esses refinamentos de glutão?
- Estudei; comprei uma arte de cozinha de Domingos Rodrigues, cozinheiro da Casa Real, e não leio outro livro a não ser os de alveitaria.» 
Camilo Castelo Branco - O santo da montanha. Lisboa: Círculo de Leitores, 2000, p. 26-28


Não vou experimentar estas receitas de galinha que, retiradas do livro de Domingos Rodrigues, não são para o nosso paladar atual.

Marcadores de livros - 3352