Penso não ser surpresa para ninguém que gosto bastante de aforismos, tanto dos que nos falam desde a Antiguidade como dos do século passado. Entre estes últimos, há para mim um autor incontornável : Emil Cioran. No entanto, "tomo-o" em doses homeopáticas para evitar os perigos advenientes de escrita tão negra. Comprei recentemente Ébauches de vertige,um pequeno volume de 2003 que reproduz uma parte de Écartèlement ( 1979 ), ambos publicados pela Gallimard. Fiz uma selecção de alguns menos insuportáveis para o Prosimetron.São reflexões sobre a vida, a morte, a natureza humana e a arte- ou seja, tudo o que realmente importa.
" Au marché, deux vieilles s' entretiennent gravement. Au moment de se séparer, l' une d' elles , la plus detériorée, conclut: « Pour être tranquille, il faut rester dans la normale de la vie.» C' est, au langage prés, ce que professait Épictète. "
- Emil Cioran, Ébauches de vertige, Gallimard, 2003, p.12.
Niilista e provocador ("Je n'ai jamais prononcé ou écrit le mot
ResponderEliminarsolitude,sans ressentir de la volupté."),Cioran é um dos meus autores de cabeceira. Ajuda-me a situar-me,as mais das vezes,por oposição ("J'aime me contredire jusqu'a la demence;non,il ne s'agit pas d'un gout,mais d'une fatalite´:je ne puis faire autrement"). Torrencial com algo de visionário e místico,é,para mim,
um dos autores "obrigatórios" do sec.XX. Fêz muito bem lembrá-lo.
Obrigado.
Alberto Soares
Não conhecia e gostei.
ResponderEliminarAna