O Natal madeirense tem as suas particularidades, tanto na gastronomia como nos rituais associados. Uma das peculiaridades é a lapinha, o nome que na Madeira se dá ao presépio, e cada família usa a sua criatividade para criar a lapinha mais atractiva. Diz o Elucidário Madeirense que a palavra derivará de lapa, rocha, por analogia com a gruta do nascimento de Cristo.
Aqui fica um cântico associado à lapinha:
Visitação das Lapinhas ( Versão de Machico )
Vilão: Eu venho da serra, de longe, cansado;
Por vê-lo Menino, deixei meu gado.
Preto: Também ió deixei tudo o que já tinha,
Só por vir agora ver esta lapinha.
Vilão: Eu venho da serra, de além do penedo,
Com meu machetinho, folgar no folguedo.
Preto: Ó bruto do campo, olha a fidalguia,
Quem vem à cidade trajando serguia!
Vilão: Sou branco de raça, geração limpinha;
Vinde vê-lo Deus nado, que está na lapinha.
Preto: Tu diz vem ver Deus nado lo Deus na lapinha?
Tu vem pra comer bom bacalhau, sardinha...
Vilão: Cal'a, mau preto! tu me pagarás;
No ano que vem, tu não falarás.
( Arrematam cantando )
Meu Menino Deus, do meu coração,
Amar-vos, sim, sim! deixar-vos, não, não!
( Este cântico certamente muito antigo e muito "políticamente incorrecto" consta da obra Natal-Do Minho ao Algarve, Açores e Madeira, Planeta Editora, 2ªedição, Outubro de 2007 ).
Muito giro!
ResponderEliminarM.
Achei graça!
ResponderEliminar"Lapinha" muito engraçada. Ou será engraçado?
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