sábado, 6 de fevereiro de 2010

Vai um joguinho? - 1


Le Brelan de la vie humaine
Anónimo, França, final do século XVII
Óleo sobre tela


Um museu que não visitámos por falta de tempo: Musée Français de la Carte à Jouer, em Issy-les-Moulineaux. Podem dar uma vista de olhos em: http://www.issy.com/musee/

A reacção possível...

" Todos devem respeitar a liberdade de expressão"

- Cavaco Silva, declaração proferida hoje.


Perante as escutas, ou melhor os despachos judiciais onde elas constam parcialmente, reveladas ontem pelo Sol, o caso Mário Crespo é um fait-divers. Cavaco reagiu hoje da maneira que se vê supra. Mas imagino o que lhe apetecia mesmo dizer perante o "esquema", para usar a expressão usada pelo inefável Armando Vara, onde também é mencionado, com que fomos ontem todos confrontados. Estamos a chegar ao grau zero da política.

Cinenovidades - 102 : O Livro de Eli

É mais um filme pós-apocalíptico este Book of Eli, que tem como protagonistas Denzel Washington e Gary Oldman, fazendo este último mais uma vez de vilão. E tudo gira à volta de um certo livro...

"Segundas escolhas"

Foi preciso optar no âmbito dos Enfants e optei pelo retrato da filha de Tamara de Lempicka como já se viu, mas outros dois retratos filiais ficaram muito perto: - Davood Emdadian, Portrait de mon fils, 1986, óleo sobre tela, 100x100cm, col.part.
O modelo é o filho do pintor, Yachar, então com 5 anos, e a tela remete-nos para outros tempos: vislumbra-se a cozinha da casa como em tantas telas holandesas, e o cavalo de brincar ( que era na verdade da Playmobil segundo disse o retratado mais tarde ) aparece como brinquedo antigo a lembrar os do século anterior. Em cima do móvel, vemos as famosas árvores que celebrizaram Emdadian, sendo este um dos poucos retratos que pintou na sua curta vida.
- Constant Le Breton ( 1895-1985 ), - L' enfant aux soldats de plomb, 1938, óleo sobre tela, 81x65cm, col.part.
Também aqui o modelo é o próprio filho do pintor, entretido a brincar com soldadinhos de chumbo e esta minha escolha prende-se sobretudo com o meu coleccionismo de soldados de chumbo, embora na infância tenha brincado mais com os de plástico: dos Templários ao Afrikakorps de Rommel.

Lá fora - 66 : Jogos em Rambouillet

- Palácio do Rei de Roma, Rambouillet.



- Jogo do Caminho de Ferro, Itália, 1905.
Conforme já disse ( O que fica para a próxima-1 ), não houve tempo para ir conhecer Rambouillet, sendo que um dos motivos de interesse fora do castelo real era esta exposição patente no Palais du Roi de Rome ( nome irresistível para quem se interessa pelo Aiglon...), intitulada Jeu de parcours, jeux de loterie, com peças provenientes do vizinho Musée du jeu de l' oie ( Issy ).
Aqui fica a apresentação da exposição num folheto de divulgação que recolhi:
(...) Il s' agit d' une quarantaine de très beaux jeux des 19e et 20e siècles appartenant au Musée du jeu de l' oie voisin.
Le visiteur pourra découvrir des jeux « d' Arlequin», « de la Chouette», « des singes», du «steeple-chase», des «serpents et échelles» et beaucoup d' autres encore.
Comme les jeux de l' oie , tous sont des jeu de hasard, qui se jouent à plusiers, et à plat, avec des dés.
Mais, si certains sont de simples variantes du jeu de l'oie, avec des parcours en spirale ( comme le jeu des singes, ou du steeple-chase), d' autres, en forme de roues de la fortune, circulaires, sont des jeux de loterie, et donc d' argent, où l' ont pouvait s' enrichir, ou se ruiner...!


A exposição conta ainda com um espaço interactivo, permitindo aos visitantes experimentar estes jogos que foram sendo esquecidos com o passar das décadas, e até tentar descobrir pistas que até agora os especialistas que os estudaram não conseguiram resolver.


- Jeux de parcours, jeux de loterie, Palais du Roi de Rome ( rue du Général De Gaulle, 52/54, Rambouillet ), entrada livre, até 21 de Fevereiro.

Juan Ramón Jiménez - A viagem definitiva

Joaquín Sorolla, Retrato de Juan Ramón Jiménez


A viagem definitiva

Ir-me-ei embora. E ficarão os pássaros
Cantando.
E ficará o meu jardim com sua árvore verde
E o seu poço branco.

Juan Ramón Jimémez, retirado da net.

Quem almoçou hoje aqui?


http://www.lancs.ac.uk/staff/exaajs/portharvest/cafe_majestic.jpg
Alguém que tentou enviar duas mensagens que não chegaram. Devem andar aí nas ondas...

Os doze trabalhos de Hércules - III

O terceiro trabalho de Hércules, na pintura de Canato
A Corça de Cerínia (150x170 cm)

PENSAMENTO DO DIA


Si vous voulez que la vie vous sourit, apportez lui d' abord votre bonne humeur.

-Spinoza

Elegâncias - 34


Já tinham saudades dos meus sapatinhos?

A.S.: Escolhas Pessoais XVI

Antonio Machado


Retrato de Machado por Alvaro Delgado

Antonio Cipriano José Maria y Francisco de Santa Ana Machado y Ruiz (1875-1939), como poeta conhecido, simplesmente, por Antonio Machado, é uma das figuras mais importantes do grupo denominado “Geração de 98” em que também pontificaram seu irmão Manuel Machado (1874-1947) e o prémio Nobel Juan Ramón Jimenez (1881-1958). Nascido em Sevilha (“A minha infância são lembranças dum pátio de Sevilha / e de um horto claro onde brilha um limoeiro; / a juventude vinte anos em terras de Castela; / a minha história, alguns casos que não quero recordar…"), Machado viveu também em Paris, onde conheceu Verlaine, vindo a fixar-se por Madrid; até que, quando do avanço das tropas de Franco sobre a capital espanhola, é evacuado para Valência, depois Barcelona, refugiando-se, de seguida, em França onde veio a morrer pouco depois, a 22 de Fevereiro de 1939, três dias antes de sua Mãe que o acompanhara.
A sua poesia, bem como a de dois heterónimos que criou (Abel Martín e Juan de Mairena), passa rapidamente da fase inicial, mais rebuscada, para um período amadurecido de grande simplicidade em que o verso alexandrino produz aquele efeito mais sereno e pausado (“Amo a beleza, e na moderna estética, / cortei as velhas rosas do jardim de Ronsard; / mas não quero os adornos da actual cosmética, / nem sou um desses pássaros de alegre cantar…”) e alterna com pequenos tercetos que se aproximam muito dos “hai-ku” japoneses:

“Prestai atenção:
um coração solitário
não é um coração.”

Na forma que não no conteúdo, mais de reflexão que de motivo panteísta.
A geografia e paisagem castelhana, com o Douro predominante, são temas recorrentes de Antonio Machado em “Campos de Castela”, a sua obra mais conhecida, bem como os aforismos de sabor quase filosófico (“…Caminhante, não há caminho, / o caminho faz-se a andar…”) ou um diálogo interrogativo de certa religiosidade.


Quadro de G. Chirico

Um simbolismo muito próprio atravessa também alguns dos seus poemas em que as parábolas têm um halo de mistério metafísico, com uma linearidade quase abstracta, mas sempre muito sugestiva ao nível das imagens que projecta no seu leitor:

“A praça tem uma torre,
a torre tem um balcão,
o balcão tem uma dama,
a dama uma branca flor.
Passou lá um cavaleiro
- quem sabe porque passou! -
e levou consigo a praça,
com sua torre e balcão,
com o balcão e a dama,
a dama e a branca flor.”

P.S.: Proponho algumas referências de leitura, pessoalmente, para este último poema. Com tudo o que isso implica de, eventualmente, redutor ou excessivo.
A torre que surge no primeiro verso poderia ser uma reminiscência, em forma abstracta, da “Giralda” de Sevilha, cidade natal do Poeta. A dama com a branca flor a noiva-mulher, Leonor Izquierdo, com quem A.M., então com trinta e quatro anos, se casou, em 1909, tendo ela apenas 15 anos. E que veio a falecer em 1912, de tuberculose, deixando Antonio Machado em funda depressão. Finalmente, o cavaleiro seria a figura da Morte. Que tudo levou, deixando apenas o vazio.

Post de Alberto Soares

William Blake - Ah! Sun-Flower



Ah! Sun-flower!

Ah, Sun-flower! weary of time,
Who countest the steps of the Sun,
Seeking after that sweet golden clime
Where the traveller's journey is done:

Where the Youth pined away with desire
And the pale Virgin shrouded in snow
Arise from their graves, and aspire
Where my Sun-flower wishes to go.


William Blake, Songs of Innocence and Experience, in Songs of Experience, no. 14, published 1794

Recordando Jean Béraud e Emily Dickinson!

Gostei deste quadro de Jean Béraud por causa da cor e da luminosidade que o pintor empregou.
x
Jean Béraud (1849 - 1936), Depois da Falta, c. 1885 - 90
Óleo sobre tela 38.1 × 46 cm, The National Gallery, Londres
We don't cry—Tim and I x
196 x
We don't cry—Tim and I, We are far too grand— But we bolt the door tight To prevent a friend—
x Then we hide our brave face Deep in our hand— Not to cry—Tim and I— We are far too grand—
x Nor to dream—he and me— Do we condescend— We just shut our brown eye To see to the end—
x Tim—see Cottages— But, Oh, so high! Then—we shake—Tim and I— And lest I—cry—
x Tim—reads a little Hymn— And we both pray— Please, Sir, I and Tim— Always lost the way!
x We must die—by and by— Clergymen say— Tim—shall—if I—do— I—too—if he—
x How shall we arrange it— Tim—was—so—shy? Take us simultaneous—Lord— I—"Tim"—and Me! x
Emily Dickinson, The Complete Poems of Emily Dickinson, 1860

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Fotomontagem?


Infelizmente, deve ser montagem como muitas outras imagens disponíveis na internet. Não me parece que o olfacto canino, tão apurado, consentisse que a raposinha objecto de caça se escondesse de tal forma. Se bem que elas são muito espertas...

O mistério da "senhora muito culta"

Não me interessa o debate conversa pública/conversa privada, nem os limites do direito à privacidade dos governantes, sendo certo que um político experimentado como José Sócrates não pode desconhecer que falar alto num restaurante não garante a privacidade de tal conversa nem aqui nem na Coreia do Norte.
O que me está a "morder" é saber quem foi a fonte do Mário Crespo. Quem foi a "senhora muito culta" que estava também a almoçar no restaurante do Hotel Tivoli e ouviu os "desabafos" de Sócrates sobre Mário Crespo quando passaram pela mesa "governamental" Nuno Santos e Bárbara Guimarães. É mesmo caso para dizer cherchez la femme...

PENSAMENTO DO DIA

( Este retrato do Duque de La Rochefoucauld está em Versalhes )

La jeunesse est une ivresse continuelle; c'est la fièvre de la santé; c'est la folie de la raison.

- François de La Rochefoucauld ( 1613-1680 ), Maximes.

Novidades - 113 : Um poeta sobre outros poetas

Eduardo Pitta, poeta e crítico, escreve sobre outros poetas portugueses: Sophia, Rui Knopfli, Eugénio de Andrade, Jorge de Sena e Joaquim Manuel Magalhães entre outros.

- AULA DE POESIA, Eduardo Pitta, Quetzal, 2010.

Coisas do Inferno ... - 8


Passado o Natal, os Reis e até a Candelária, é tempo de voltar às coisas infernais. Recomeço com esta escultura em bronze de Jean-Jacques Feuchère (1807-1852) intitulada Satan e executada em 1836. Está no Los Angeles County Museum of Art.

Haikai


Quelque part, dans le silence, tombe une pomme.
- Louis Calaferte (1928-1994), Haikai du jardin, Gallimard, 1991.

Demónios de saias - 2

Wu Hou foi a única mulher a ser reconhecida oficialmente como imperatriz da China, durante a dinastia Tang. Oriunda de uma linhagem real, Wu iniciou a sua trajectória ingressando aos 13 anos no harém do imperador Taizong, e depois no harém do imperador seguinte, Gaozong. Mestra na manipulação, Wu convenceu o imperador a reconhecê-la apenas uma posição abaixo da imperatriz consorte. Mais tarde casa-se com Gaozong governando a seu lado entre os anos 670 a 683, e sozinha até 705, quando morreu. Protagonista de uma brutal ascenção ao poder nem tudo foi mau durante o reinado de Wu, que criou uma polícia secreta para espiar os seus opositores, aprisionando e assassinando quem se colocasse no seu caminho. Entre as medidas tomadas, a imperatriz reduziu o tamanho do exército permanente e substituiu os aristocratas do governo por intelectuais. Foi justa com os agricultores, diminuindo os impostos, estimulando a produção agrícola e fortalecendo os serviços públicos. Wu também lutou para elevar a condição da mulher na sociedade de então, fazendo com que os intelectuais escrevessem biografias de figuras femininas famosas. Morreu aos 80 anos quando foi incapaz de deter um golpe de estado.

Os doze trabalhos de Hércules - II

O segundo trabalho de Hércules, na pintura de Canato
A Hidra de Lerna (150x170 cm)

Arquiduquesa Regina von Sachsen-Meiningen (1925-2010)


Aqui há dias falava-se em comemorações. Estas, para além do que ensinam através da reflexão que motivam, são também um acto de justiça.

Não se trata de socialmente registar o desaparecimento de Alguém que, mercê de representações políticas extintas mas socialmente presentes, ocupou esta ou aquela posição. Atrevo-me a homenagear aqui uma Pessoa que, nos cinquenta anos de casamento, partilhou activamente uma vida de um verdadeiro Príncipe. Na verdade, soube ontem que tinha morrido a Arquiduquesa Regina, na quarta-feira de manhã.

Não apostando no estafado cliché que aponta para alguém que está por detrás de um grande Homem (sendo certo que, quer esta, quer a consideração inversa são muito falíveis), o Arquiduque Otão de Habsburgo e a Arquiduquesa Regina viveram uma história insólita (no bom sentido) no plano das famílias anteriormente reinantes.

Numa assunção notável das responsabilidades familiares, sem esquecer os povos que compuseram a monarquia austro-húngara (e tão precisados estavam, em especial os que ficaram do lado errado do muro), a Família Imperial, com o seu Chefe à cabeça, incorporou-se no século XX, lutando contra as suas injustiças com as armas que a sociedade democrática proporciona, com a pena e não com a antiga espada, para usar outro cliché.

Adversário do Anschluss e do nazismo, corre o rumor de que o Arquiduque Otão tinha sido um dos beneficiários da acção de Aristides de Sousa Mendes, o que todavia nunca confirmei se era verdade. Mas a ser, era bonito, para quem, simultaneamente, é descendente de D. Pedro IV e de D. Miguel I.

Por voto dos seus novos compatriotas alemães, o Doutor Otão de Hasburgo ocupou durante vinte anos um lugar no Parlamento Europeu, tornando-se uma das suas figuras tutelares. Concorde-se ou não com as suas ideias, pelo menos não há que negar a sua qualidade de grande Europeu e a coerência da sua visão sobre o futuro do nosso continente, assente, como defende na tradição de Coudenhove-Kalergi, nos três montes fundadores, o Gólgota, a Acrópole e o Capitólio.

Filha de um príncipe alemão que morreu prisioneiro de guerra na então União Soviética, a Arquiduquesa Regina partilhou a segunda metade dos 97 anos com que conta hoje o seu Marido, usando um espanholismo, numa vida "exitosa" e nada mundana. Obrigado também por isso.

***

Numa nota pessoal, impressionou-me saber ontem à noite da notícia, quando, nessa mesma manhã, tinha escolhido o opus 76 de Haydn para ouvir no rame-rame do trânsito, lembrando-me especialmente da Família de Habsburgo no segundo andamento do segundo quarteto, o qual, como sabem, é um conjunto de variações sobre o antigo hino imperial, hoje hino da Alemanha.

Junto um trecho de umas exéquias imperiais recentes, com uma adaptação ao Tantum Ergo do dito hino imperial, que me parece muito feliz.


Novidades - 112 : O melhor do Centro de Arte Moderna

Foi lançado no passado dia 28 na Fundação e já deve estar à venda nas livrarias este 100 Obras da Colecção do CAM, que pretende mostrar uma selecção das 100 melhores obras que integram o acervo do Centro de Arte Moderna da Gulbenkian. A escolha foi da responsabilidade de um júri alargado, e os textos sobre as obras são da autoria de 25 colaboradores. A escolha é cronologicamente ampla, embora balizada até aos artistas revelados na década de 80: começa com Os Galgos do A. de Souza-Cardoso e termina com a escultura Durante o sono (2002) do Rui Chafes.

Os meus belgas - 2

David Linx, homem do jazz, canta Les mots.

As nossas escolhas - 1

Na nossa recente visita a Paris, visitámos várias exposições e museus. Esta secção pretende apresentar as escolhas que cada um de nós três - Jad, Luís Barata e MR - fez.

Começamos pela exposição Les Enfants Modéles: de Claude Renoir à Pierre Arditi, que está patente até 8 de Março no Museu de L'Orangerie.

«Não és capaz de estar quieto um momento?»
(Renoir)


A escolha de Jad:

Xavier Valls - Portrait de Manuel
Óleo sobre tela, 1976
Col. Luisangela Valls

(a minha escolha foi pela técnica de pintura, não pela temática, nem pelo modelo).


A
escolha de Luís Barata:

Tamara de Lempicka - Kizette en rose
Óleo sobre tela, ca 1927
Nantes, Musée des Beaux-Arts

(Gosto bastante de Tamara de Lempicka e adorei este retrato da sua filha, Kizette, que está patente na Orangerie. Tal como noutros casos presentes na mostra em causa, também não foi fácil à jovem Kizette ser modelo para a sua mãe, pois que esta era implacável na manutenção da incómoda posição escolhida. Segundo li, muitos anos depois ainda Kizette lembrava as longas horas que conduziram a este retrato... )

A escolha de MR:

Henri d'Estienne - Portrait de fillette ou Mademoiselle S.
Óleo sobre tela, ca 1913
Paris, Musée d'Orsay

(Não conhecia este quadro, que foi uma agradável surpresa. A expressão marota e doce da filha do retratista...)

Os meus franceses - 95


Esta canção faz parte de um disco que comprei para oferecer, o que não veio a acontecer.
«Ces douze titres de Brigitte et de moi sont autant de chansons d'amour. Amour combat, amour passion, amour physique, amour fiction.
«Amorales ou immorales peu importe, elles sont toutes d'une absolute sincérité.
» (Serge Gainsbourg)

Le Jardin

Foto: Bruno Monginoux, Photo Paisage.com

Des miliers et des miliers d'annéees
Ne sauraient suffire
Pour dire
La petite seconde d'éternité
Où tu m'as embrassé
Où je t'ai embrassée
Un matin dans la lumière de l'hiver
Au parc Montsouris à Paris
À Paris
Sur la terre
La terre qui est un astre.

Jacques Prévert
In: Paroles. Paris: NRF, 1968, p. 195. (Le livre de poche; 239)

Em Londres passeio por um jardim mitológico!

No seguimento do post de JAD recordei o meu encontro com o Jardim das Hespérides em Londres.
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Joseph Mallord William Turner, Self Portrait, about 1799
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Oil on canvas, 74.3 x 58.4cm, Tate Gallery - London

The Goddess of Discord Choosing the Apple of Contention in the Garden of the Hesperides,
1806
Oil on canvas, 155 × 218.5 cm, Tate Britain, London

Recordando Virgínia Woolf!

Virgínia Woolf também nasceu em Janeiro e era aquariana. Só hoje me recordei dela por causa de um pensamento. Nasceu em Londres a 25 de Janeiro, de 1882 e suícidou-se a 28 de Março, de 1941, no rio Ouse, Oeste de Sussex, Inglaterra.
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Adeline Virginia Woolf, 1902

Fotografia de George Charles Beresford (1864-1938)
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"A vida é como um sonho; é o acordar que nos mata".

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A rainha vai nua


Velasquez - Maria Ana de Áustria
Óleo sobre tela, 1652-1653
Madrid, Museu do Prado



http://www.laverdad.es/murcia/20100202/murcia/arte-publico-arte-pubico-20100202.html

A imagem da rainha Maria Ana de Áustria, mulher de Filipe IV, usada nos autocarros de Múrcia para promover um evento artístico, está a causar polémica. A obra, baseada no quadro que Velasquez pintou, é da autoria de Carmen Molina Cantabella. A Esquerda Unida afirma que a imagem é «sexista e inapropriada» e pede a demissão de Pedro Alberto Cruz, encarregado distrital da Cultura. Também Miguel Angel Camara, presidente da edilidade, desaprovou a escolha, já que «Fotografias de nus dão aso a conflitos porque podem ofender a sensibilidade das pessoas.» E afirmou: «Deveria ter sido escolhida uma outra imagem.»
Sem comentários!

Bom Ano Miss Tolstoi


Ainda não a tinha reencontrado este Ano. Aqui fica um "postal" de desejo de Bom Ano. Já vi que não gostou muito do primeiro trabalho... mas julgo que vai gostar de outros. Aqui um outro estilo de CANATO.
E eu que estava a pensar comprar um para lhe mandar....
Votos de Boa Viagem...

Os doze trabalhos de Hércules - I

Todos nós conhecemos, uns mais outros menos, os doze trabalhos de Hércules. Para os que não se recordam aqui fica um link.
No Musée des Arts Décoratifs, Louvre, Paris, encontrei um friso de madeira , do século XVI, que teve origem no Castelo situado em Vélez-Blanco (Almeria, Andaluzia, Espanha). Estavam desaparecidos desde 1903-04, data da sua venda a um decorador francês, ... e foram descobertos, em 1996, (apresentando bastantes estragos do tempo (?) ou da conservação), quando demoliram uma parede nas reservas do Louvre (parece uma história...)



O primeiro trabalho de Hércules na pintura de Canato
A morte do Leão de Neméia (150x170 cm)

«Nada melhor no Inverno que a companhia de um bom cognac e das obras completas de Simenon»

Luis Sepúlveda




Depois de umas conversas sobre Simenon, aqui coloco os três últimos Maigret que li. E também depois de uma passagem pelo Boulevard Richard Lenoir.
Para quem gosta de Simenon: http://www.toutsimenon.com/

Auto-retrato(s) - 43

Claudio CANATO (n.1965, São Paulo, Brasil)
Desconhecia este pintor brasileiro. Começo pelo seu auto-retrato. Vou publicando os doze trabalhos de Hércules que me foram "recordados" no Museu de Artes Decorativas, em Paris.

Citações - 60 : A morte lenta

" (...) Portugal não tem um problema económico insolúvel. O País não tem escassez de diagnósticos nem de remédios. Portugal não tem, sequer, falta de quem os possa aplicar com eficácia e coragem. Mas Portugal tem, isso sim, um problema político sério. Portugal tem um sistema político doente, fechado sobre si mesmo e à sociedade, autista. Portugal tem uma democracia débil e refém de máquinas partidárias que sacrificam qualquer tentativa de regeneração ou de mudança do status quo à desesperada ânsia de autopreservação da sua imensa mediocridade.
Portugal tem, por via dessa sufocante pulsão uniformizadora da sua partidocracia, uma total incapacidade de atrair ou de gerar elites e lideranças políticas com verdadeira vontade e capacidade reformista. E sem lideranças, ça vans sans dire, não há atracção dos melhores, não há mobilização de energias, não há capacidade de passar dos diagnósticos à acção.
Se alguma coisa nos condenar à morte lenta não será a economia. Será a política. E é bom não esquecer que se o inferno são os outros, a política somos nós. "

- Pedro Norton, A morte lenta, na Visão de hoje.

Sempre a aprender - 10





Andava eu à procura da Maison de Silvia do Parque de Chantilly, a propósito de uma promessa feita aos meus compagnons de route em caso de ser bafejado pelo Euromilhões, promessa extensível aos demais prosimetronistas naturalmente, quando descobri outra Chantilly a um oceano de distância: no Estado norte-americano da Virgínia.
E pelas fotos supra parece ser uma localidade aprazível.