terça-feira, 1 de novembro de 2011

Quando chegará a minha última hora?

O coral introdutório da cantata BWV 8 Liebster Gott, wann werd ich sterben (Deus amado, quando irei morrer) de Johann Sebastian Bach representa uma das mais belas inspirações musicais e poéticas do compositor de Eisenach. O domínio do oboé, o acompanhamento discreto das cordas e a presença repetitiva da flauta, testemunham a genialidade e originalidade de Bach. O conjunto instrumental que pretende recriar o som de sinos fúnebres, intercala com passagens vocais em que ouvimos a letra de uma canção do século XVII da autoria de Caspar Neumann com a melodia expressiva de Daniel Vetter que dão origem a esta obra.
As duas árias da cantata contrastam, quer musicalmente, quer no seu texto: a primeira, composta para tenor, convida a uma meditação sobre a morte: o espírito não deverá assustar-se, ao aproximar-se a última hora, pois a terra terá de ser o repouso do corpo, para onde milhares seguirão. A segunda ária (para baixo) recorda o andamento final do sexto concerto bradenburguês. Seu movimento alegre reafirma a fé cristã na ressurreição.
Da cantata, estreada em Leipzig em Setembro de 1724, segue o coral inicial, interpretado pelo King’s College Choir - um pequeno contributo de reflexão por ocasião do feriado de hoje e do dia de amanhã (Fiéis Defuntos).

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