André Salmon, Grande Prémio de Poesia da Academia Francesa, foi amigo de Appolinaire, Picasso, Cocteau e Cendrars.
sábado, 12 de março de 2011
Os meus franceses - 127
André Salmon, Grande Prémio de Poesia da Academia Francesa, foi amigo de Appolinaire, Picasso, Cocteau e Cendrars.
Josephine Baker em Portugal
Cena na taberna
São Petersburgo, Museu Hermitage
I gave her cakes and I gave her ale
I gave her sack and cherry
I kissed her once and I kissed her twice
And we were wanderers merry
I gave her beads and bracelets fine
And I gave her gold down derry
I thought she was a-feared when she struck my beard
And we were wanderers merry
Merry me hearts, merry me cocks, merry me sprites
Merry, merry, merry, merry, merry me hay down derry
I kissed her once and I kissed her twice
And we were wanderers merry
Citações.
Encontrei, entre várias:
- "Tout a été dit déjà. Mais il faut toujours répéter, car personne n'écoute"
- "Tout a été dit, mais comme personne n'écoute, il faut toujours répéter."
e só a terceira estava correcta:
- Toutes choses sont dites déjà; mais comme personne n’écoute, il faut toujours recommencer.
tive de ir buscar o livro; e já agora, de onde é tirada, pois também não aparece:
André Gide, "Le traité du Narcisse (Théorie du Symbole)" in: Le retour de l’enfant prodigue précédé de cinq autres traités : le traité du Narcisse, la tentative amoureuse, El Hadj, Philoctète, Bethsabé. 82 ed. – Paris, Gallimard, 1951, p. 10. (Foi escrito em 1891)
Leituras no Metro - 46
x
Nada que não conheçamos bem de mais - conhecimento de experiência feito: "Tenha paciência!"
Humor pela manhã... - 4
Uns mais antigos ( e é fabuloso o "o povo é sereno, não há perigo, é só fumaça " ), outros mais recentes.
Já que nos chateiam tanto, ao menos que nos façam rir de vez em quando.
Um quadro por dia - 141
Kraftwerk - Radioactivity
Esta é do 5º álbum deles, saído em 1975. Nas décadas seguintes foi bastante usada ( e glosada ) em documentários, spots publicitários etc.
Se a memória me não falha, ouvi-a pela primeira vez menos de uma década depois, e o fascínio de então ( nunca tinha ouvido nada assim, mas tal como conversava com o meu querido amigo Paulo Domingos, companheiro de tantas e diversas audições, pressentia que isto era o futuro- e é merecido o título de "pais da música electrónica" que lhes é dado ) mantém-se.
Foi a primeira música de que me lembrei, depois de ouvir hoje que neste momento o principal perigo que ameaça os japoneses são os vapores radioactivos libertados na central de Fukushima, ontem mil vezes maiores do que a dose "aceitável " para os seres humanos. E 50.000 pessoas a kms da central já foram evacuadas.
Auto-retrato(s) - 88
Um auto-retrato daquela que foi a maior pintora francesa do seu tempo, e que foi também poeta e música, recebida ( a quarta a sê-lo ) em 1672 na Académie Royale de Peinture et Sculpture, fundada em 1648 durante a regência de Ana de Áustria, e cujas funções e património estão hoje atribuídas ao Institut de France.
Poemas - 30
Enquanto existir a literatura norte-americana, e até mesmo a língua inglesa, Poe será sempre lido e estimado. Este The Raven/ O Corvo é um dos seus poemas de que mais gosto. Escolhi a versão dita por James Earl Jones, depois de hesitar bastante entre ela e as de Ian McKellen ou William Shatner.
E este Corvo vai dedicado ao nosso Jad, que recentemente foi perturbado pela leitura de Poe :).
PENSAMENTO(S) - 160
Uma tarde com os chocolates Regina
http://www.merceariacriativa.com/
sexta-feira, 11 de março de 2011
Os meus franceses - 126
Hoje no Teatro da Trindade, Sylvie C vai interpretar algumas canções de Josephine Baker.
La Trieste de Magris
http://www.cccb.org/ca/exposicio-la_trieste_de_magris-35377
Mais franceses : Gaëtan Roussel
Consagrado com a atribuição recente de mais três prémios, este fantástico autor-compositor-intérprete da nova geração soma e segue.
Querem vir? É já ali!
A Orquestra Chinesa de Macau irá apresentar, no próximo dia 12 de Março (Sábado), pelas 20:00 horas, no Centro Cultural de Macau – Grande Auditório, o Concerto “Encanto de Portugal”, integrado no Ciclo de Concertos de Música Luso-Chinesa da OCHM. Neste concerto, sob a batuta de Pang Ka Pang, com a participação de Zhou Tingting (erhu), Wang Ciheng (dizi), Paulo Valentim (guitarra portuguesa), Natália Juskiewicz (violino), Bruno Costa (viola) e Rodrigo Serrão (guitarra baixo), serão interpretadas vários arranjos de peças populares portuguesas da autoria de Kuan Nai Chung, Li Wenping e Wong Kin Wai, assim como obras tradicionais chinesas de Li Binyang e Tang Jianping.
Fazem parte do programa do concerto as obras Capricho Macau e Concerto para Erhu “Totem” de Li Binyang, Canção de Voar - Concerto para Dizi, Celebração Portuguesa de Rão Kyao (Arr. Kuan Nai Chung), Lisboa, não sejas Francesa, de José Galhardo e Raul Ferrão (Arr. Kuan Nai Chung), Sempre que Lisboa Canta de Carlos Rocha (Arr. Kuan Nai Chung), Lisboa Ausente de João Gil (Arr. Li Wenping), Tudo isto é Fado de F. Carvalho (Arr. Kuan Nai Chung) e Canção do Mar de Frederico de Brito e Ferrer Trindade (Arr. Wong Kin Wai), entre outras.
Este espectáculo integra-se nas comemorações dos 500 anos da amizade Luso-Chinesa.
H43 Velocidade imediata
O "Sinal H43" indica que uma via tem detectores de "Velocidade Instantânea" ou seja, envia indicações (colhida por Via Verde / DEM) do tempo gasto entre dois sensores de velocidade (a diferença de tempo de passagem entre eles indica ao sistema a velocidade a que transita a viatura).
Ex. 40 metros entre os dois sensores - o carro passou por eles em 1 segundo = 144 Km/h = Multa Imediata.
Para passar pelo RADAR à velocidade de 120Km/h deverá demorar 1,2 segundos a percorrer os 40 metros.
Biografias, autobiografias e afins - 95
Aqui ficam uns excertos:
Aprendi a rosnar com convicção e a morder impiedosamente. E aprendi tudo isto a observar o meu dono nos debates da televisão ou na Assembleia da República.
(...)
Mas como podia eu saber que aquele pedaço de papel que rasguei e comi era tão especial para o meu dono? (...) Este era fininho, uma folha apenas, estava cheio de números e letras e tinha um emblema no topo da página. Uma coisa aparentemente rasca, sem valor, mas que afinal era valiosíssima. Como é que eu ia saber que aquilo era o certificado de habilitações do meu dono, do seu curso de engenheiro?
Números - 45
Ainda Josephine Baker - 2
" Em Março de 1941, em plena II Guerra Mundial, Josephine Baker estreou-se em Portugal com uma série de concertos no Teatro da Trindade que fizeram sensação e esgotaram noite após noite. O público desconhecia, porém, que a Vénus Negra concebera os espectáculos como fachada para a sua actividade de espia ao serviço da organização de resistência França Livre e que nas pautas confiadas ao maestro Almeida Cruz se encontravam, escritas a tinta invisível, importantes mensagens sobre as posições do exército Nazi na sua pátria adoptiva... "
( do programa elaborado pelo Teatro da Trindade )
A grande Josephine, que veio para a Europa ser livre do racismo que dominava então o país onde nasceu, também passou por Portugal, sendo tal passagem evocada no espectáculo Uma Noite Com Josephine Baker, que acontece esta noite e amanhã, no Teatro da Trindade, pelas 21h.
A voz é a de Sylvie C, o piano e o acordeão estão entregues a Jorge Silva, contando-se com a presença de outros músicos e instrumentos.
Ao fim da tarde, pelas 18h30, é lançado o livro Josephine Baker em Portugal (1933-1960 ) de João Moreira dos Santos.
Sabia que Antero de Quental foi à América?
Lisboa: Tinta da China, 2011
€ 22,00
Leitor de Tocqueville desde os 23 anos, discípulo de Proudhon, Antero interessou-se pelo sistema político da jovem democracia republicano-federalista, e a sua curiosidade tornou a visita aos Estados Unidos da América em muito mais do que uma breve viagem de recreio. É também de assinalar o seu interesse pela cultura norte-americana: Antero de Quental foi um dos primeiros tradutores portugueses de Edgar Allan Poe; foi um declarado admirador de Longfellow; e, desde 1874, esteve atento à extraordinária singularidade da poesia de Walt Whitman.
Antero embarca rumo ao Novo Continente para saciar esse desejo de descobrir as efervescentes forças sociais, o desenvolvimento industrial e capitalista, a vida concorrida e populosa da grande metrópole. Desta viagem sobreviveriam memórias, mas também o acentuar de influências literárias norte-americanas na obra do escritor.
Para Miss Tolstoi, uma declarada admiradora de Antero.
A vida e a morte não podem repetir-se
Trama IV
A vida e a morte não podem repetir-se
Uma destas crianças que manifestavam uma grande dificuldade, e também um grande desejo, de aprender a ler e a esrever, exprimia-se, pouco tempo depois, num texto que intitulou O Deus do céu e o Deus do mar:
« O céu não é Deus, mas de todos que aí vão. Mas o céu fez-se limpo para nós, que o fazemos sujo. O mar é do deus (sic) que o agita. Pode-se nele tomar banho graças ao deus, mas fica-se sujo graças ao homem. Quando se vai ao mar não se pensa que há perigo porque deus protege-nos. Mas, quando se nada, arriscamo-nos a afogarmo-nos para encontrar o céu.»
Maria Gabriela Llansol, O Livro das Comunidades, Lisboa: Relógio de Água, 1999, p. 95-96
quinta-feira, 10 de março de 2011
Os meus franceses - 125
Boa noite !
Noite que começa com a britânica Lail Arad: letras divertidas, com uma sonoridade entre o jazz e a pop.
Leituras no Metro - 45
Trad. de l'allemand par Charles Bladier
Paris: Ed. du Seuil, 1976. (Le livre de poche; 4774)
Heinrich Böll (1917-1985) visitou a Irlanda antes de 1957, já que a edição alemã de Iriches Tagebuch é desse ano. Estou a adorar lê-lo. Recheado de pequenas histórias sobre o quotidiano irlandês de então, não muito diferente do nosso Portugal dos anos 50. Mas imagine-se o que isso seria para um alemão.
A travessia de barco que fez entre a Inglaterra e a Irlanda foi um pouco atribulada, dado que se esqueceu de reservar lugares. Mas Heinrich Böll não deixa de escrever páginas de espanto e ironia, aqui sobre os recordes irlandeses:
«La queue s'alongeait toujours devant le guichet où l'on servait à bon marché d'abondantes rations de ce nectar ouest-européen: le the; comme si les Irlandais s'efforçait de conserver à tout prix le record mondial qu'ils détiennent de justesse devant les Anglais: on boit presque dix livres de thé para tête et par an en Irlande: une petite piscine de thé coule chaque année dans chaque gosier irlandais.
«Pendant que je piétinais dans la queue, j'avais le temps de me remémorer d'autres records mondiaux de l'Irlande: ce petit pays ne détient pas que celui du thé, mais aussi celui des jeunes prêtres (l'archevêché de Cologne devrait ordonner près de mille prêtres par an, pour pouvoir rivaliser avec un petit diocèse d'Irlande); le troisième record est celui de la fréquentation des salles de cinéma (celui-ci - encore - que de similitude dans les contrastes! - juste devant l'Angleterre); le quatrième enfim, très important, et dont je n'ose pas dire qu'il est avec les trois premiers en rapport de cause à effet: c'est en Irlande qu'il a le moins de suicides. Les tenants du titre pour le whisky et les cigarettes ne sont pas encore connus, mais dans ces discciplines l'Irlande, ce petit pays aussi étendu que la Bavière et qui compte moins d'habitants qu'il n'y en a entre Essen et Dortmund, est certainement encore en tête.» (p. 8)
Para HMJ, que me aguçou o apetite por este livro.
O chá das cinco - 22
Columbano - A Refeição (Five o'clock tea)
Óleo sobre tela, 1896
Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes
Humor pela manhã... - 3
Em português - 86 : Luísa Sobral
Infelizmente, ela canta e escreve pouco em português. Esta O Engraxador é um dos raros casos.
Um quadro por dia - 140
Não confirmei, mas é provável que esta célebre tela de Magritte ( ou outra das versões existentes, a de Nova Iorque ou a de Bruxelas ) já aqui tenha aparecido. Mas trazê-la hoje fazia todo o sentido:
Quando tu morreste, as árvores verdes continuaram a bailar na janela do teu quarto de hospital, pequenas luzes na noite gélida.
As asas do desejo, naquele momento irrepetível, podiam transportar-nos para o Guggenheim em Veneza, onde ficaríamos imóveis na contemplação infinita de « O Império das Luzes » de Magritte. Imagino-nos ali presos pela inquietação desta composição, onde a luz e o espírito se sobrepõem paradoxalmente à forma e à materialidade das coisas, como sempre aconteceu contigo, numa vida de insaciável busca de conhecimento, de coragem e de afirmação, que te fazia desprezar a vulgaridade, a cobardia ou o medo.
Quando soubeste da doença grave, disseste-me naturalmente, pelo telefone: « Tenho um carcinoma gástrico. Sempre enfrentámos a vida com coragem e é o que vamos continuar a fazer agora. »
(...)
Estes são os dois primeiros parágrafos do belo texto que Maria José Morgado escreveu na morte do seu marido, José Luís Saldanha Sanches ( Quando Tu Morreste, in José Luís Saldanha Sanches, Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2010 ).
Eu guardo a memória de um competente e simpático ( o que não era coisa pouca, no meio dos sisudos mestres da Faculdade de Direito de Lisboa nos finais da década de 80 ) professor e, mais tarde, de um cidadão corajoso e empenhado.
Novidades - 176 : Lembrando Saldanha Sanches
Marie Spartali Stillman
Rossetti - Marie Spartali Stillman, ca 1869
Marie Euphrosyne Spartali, mais tarde Stillman, nasceu em 10 de Março de 1844 e faleceu a 6 de mesmo mês de 1927. Inglesa, de origem grega, é considerada a maior representante feminina da pintura pré-rafaelita.
A seguir algumas obras desta pintora:
Madonna Pietra degli Scrovigni
Watercolour, gouache and gum arabic
Liverpool, Walker Art Gallery
A florentine lily, ca 1885-1890
Dante em Verona, 1888
The Enchanted Garden of Messer Ansaldo, 1889
Através de um bruxedo, Ansaldo faz um jardim todo florido, em pleno Inverno, com vista a conquistar Dianora. Esta achava que ele não o conseguiria. Na cena representada, vê-se o ar triste de Dianora, pois esta nunca pensou que Ansaldo realizasse essa proeza.
quarta-feira, 9 de março de 2011
Mais franceses: Michel também canta...
...ou melhor, recita a sua poesia com arranjos de Bertrand Burgalat e a colaboração da banda Eiffel. Esta chama-se Crépuscule, também do álbum ( único até à data ) Présence Humaine.
Frase da semana ( que passou )
É pacífico que Sócrates anda a enganar o país.
- António Barreto, em entrevista ao Expresso.
Lutaremos até ao último homem e até à última mulher.
- Muammar Khadafi, faz hoje oito dias, assim se provando que entre os seus muitos defeitos não está a misoginia...
Finalmente, uma frase de Luís Salgado de Matos na entrevista publicada na Visão:
O que faltou à I República foi um Mário Soares e, do lado da Igreja, um D.António Ribeiro.
Das três, esta última foi a que mais me surpreendeu.
Novidades - 175
O autor é Luciano Reis, e, como se dizia antigamente, está à venda nas melhores livrarias.
Auto-retrato(s) - 87
Óleo sobre tela
Lisboa, Museu do Chiado
«Les portugais sont toujours gais»
Alexandre-Charles Lecocq.
Caricatura de Moloch.
Les portugais sont toujours gais
Qu'il fasse beau, qu'il fasse lais,
Au mois de décembre ou de mai,
Les portugais sont toujours gais!
1968 : Patty Pravo
Uma das que mais gosto de Patty Pravo, no tempo em que a canção italiana fazia suspirar o resto da Europa. E a sensualidade não precisava de silicones, botox e afins.
Um quadro por dia - 139
Citações - 153
- Ricardo Costa, no EXPRESSO.
ONDE ME APETECIA ESTAR- 46 : Miramar
A arte do retrato - 21
O "desprendimento", digamos assim , com que se falou aqui da execução de Maximiliano do México lembrou-me o destino de Carlota, a sua viúva, cujo sofrimento não se acabou num instante como aconteceu com o irmão de Francisco José.
Carlota de Saxe-Coburgo-Gotha ( 1847-1927 ), filha de Leopoldo I, rei dos Belgas, e de Luísa de França, que estava na Europa tentando convencer as grandes potências a salvarem o seu marido e o efémero império mexicano, nunca recuperou do fuzilamento de Maximiliano e passou os 60 anos seguintes mentalmente perturbada, primeiro refugiada no Vaticano e depois num castelo belga.
Tudo teria sido diferente se a jovem princesa belga tivesse aceite o seu outro pretendente, o nosso D.Pedro V...
Provérbio de Amor
Qui que tu sois, voici ton maître: il le fut, il l'est, ou doit l'être.
Qui que tu sois, voici ton maître : Il l'est, le fut, ou le doit être.